segunda-feira, março 31, 2014

31-03-2014 - NADA A COMEMORAR

Há 50 anos, generais, por arrogância e visão estreita - como é mister de militares -, cometeram um erro monumental e, por isso, histórico: assumiram ser melhores do que todos. Há 50 anos, jovens, por arrogância e visão estreita - como é mister de jovens-, cometeram o mesmo erro, fundamentados na mesma razão: arrogância de se acharem melhores que nós outros.

Ambos cometeram atrocidades. A ambos, nos meus 20 anos, dediquei meu mais profundo ódio.


Aqueles que se identificam com a caserna, são aqueles que acreditam que a vida tem que se basear na obediência e na ordem. A vida, para estes, deve ser conduzida por terceiros. Eles sabem obedecer, todos, do general ao soldado raso. Nisto eles são os melhores. Ninguém sabe melhor dizer "sim, senhor", sem qualquer constrangimento, do que um militar. Portanto, é razoável que se admita que quando se metem a tomar decisões por conta própria o caos se estabeleça. É fácil imaginar as consequências, apenas considere, em uma guerra, soldados, sargentos e tenentes, tomando decisões por conta própria! O exercício da democracia é um total absurdo na vida militar. Não foi o movimento "Diretas Já" que levou à redemocratização, foi o inverso. Ao reconhecer a inapetência para gerir uma nação, os militares abriram o caminho para a volta da democracia, permitindo (e indiretamente incentivando) as manifestações pró-redemocratização.

Os jovens que se identificam com a guerrilha, são os que creem serem os únicos capazes de enxergar a verdade e, portanto, se sentem absolutamente autorizados a impingir a todos os demais suas ideias. Se ele tomar o poder, irá, ato contínuo, providenciar para que todos pensem e ajam como eles. Me ocorre a notícia desta semana (24/março/2014) de que o ditador da Coréia do Norte acaba de exigir que todos os homens cortem o cabelo tal como ele (!!!).

O militar tem o objetivo de vencer o inimigo que o ameaça. E só. Vencido o inimigo, o militar volta à caserna com o sentimento do dever cumprido. Eventualmente, no processo, terá atingido alguns que não o são, mas esta não é sua intenção. O jovem guerrilheiro - essencialmente um Don Quixote - quer extirpar do mundo quem não concorda com ele. O jovem, pelos efeitos dos hormônios e de seu processo de transição para o mundo adulto e pela insegurança que o domina, precisa se agarrar ferrenhamente a ideais. Uma vez tomado o poder, não tem a menor ideia do que fazer. 

Basta. Não tenho nada a comemorar, muito ao contrário. Quando lembro dos anos 1950, lembro de um país melhor. Não lembro de ver a pobreza que vemos hoje. Não existiam favelas e a maconha era o máximo em drogas. De lá para cá, o Brasil perdeu 2 décadas com os militares e o monte de asneiras que fizeram. Perdeu outra com Sarney e Itamar. Avançou alguma coisa nos 8 anos de Fernando Henrique. Já os 12 anos do PT representam, na minha opinião, uma perda de décadas, pois os estragos feitos vão além do domínio da máquina estatal em todos os níveis. A idiotice petista está infiltrada nas empresas, na imprensa, na justiça, na educação, na saúde etc. Não será não re-elegendo a atual presidente que vamos nos livrar da camarilha petista. Vamos precisar de décadas de democracia, e de uma nova democracia, de uma efetiva democracia que faça da internete a nova ágora, a praça onde os cidadãos se reúnam para expressar suas vontades, num exercício de uma democracia direta, sem intermediários corruptos.

Hoje nada tenho a comemorar. Espero ter em novembro próximo, apesar de não ter nenhuma esperança nisto.



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