sexta-feira, novembro 21, 2014

SUPRACENTRAL DOS TRABALHADORES - I

O título deste artigo é a síntese de minha tese para explicar (será isto possível?) o que é o PT. Começo afirmando que pode ser tudo, menos um partido político. E sua denominação não me desmente, posto que, ao se titular como Partido "dos trabalhadores", reconhece tacitamente que é "dos trabalhadores" - propriedade de - e não um partido trabalhista, como o PTB no Brasil ou o Labour Party inglês, que são entidades com modelos para gerir um país considerando todos os seus cidadãos, independente de qualquer outra consideração.


Tenho duas motivações para tratar este assunto agora e não o da corrupção. Primeiro porque todo mundo já está tratando disto (mais uma vez e mal encerrado o mensalão!). Segundo porque o resultado das urnas, ao evidenciar uma divisão no país, aflorou uma realidade escamoteada, escondida: o PT não é um partido político. Pior, não passa de uma agremiação classista, cujos dirigentes são sindicalistas no papel de colocar em choque agentes da sociedade que são completares para o nosso desenvolvimento. Nosso e de qualquer sociedade humana economicamente organizada.

Mais uma vez eles mesmos me avalizam. Em 2005 Lula, líder desta supracentral, declarou em encontro com sindicalistas: "Eu estou presidente, mas sou mesmo é dirigente sindical". Fonte: Veja. Com absoluta certeza! Este é um auto-diagnóstico com precisão de 100% de acerto, sem margem de erro! Basta pesquisarmos sobre suas declarações não só ao longo de sua permanência na presidência da República, mas até mais especificamente, em suas falas nos comícios da campanha deste ano. 

O PT, em termos de ideias com um mínimo de princípios filosóficos, até hoje só apresentou uma grande confusão. O básico assistencialista que o PT fez nestes 12 anos, foi o que ele atacou quando era oposição. O PT conseguiu produzir uma excrecência econômica: com a justificativa de garantir empregos (dos metalúrgicos), abriu mão de IPI. Na assunção de que o mercado externo não estava (e não está) favorável ao que temos para exportar, aceitou cometer crime de responsabilidade fiscal ao inviabilizar o cumprimento da meta de superávit muito antes de o ano acabar. Entrevistado por Miriam Leitão em 13/11/14, Aloízio Mercadante não tendo explicação, deixou a ameaça no ar caso o congresso não "descriminalize" o feito de dona Dilma: "Se o Congresso não der autorização do superávit [muito aquém do mínimo previsto na LDO] nós cumpriremos o superávit. É simples: suspende as desonerações fiscais e corta os investimentos, e para as obras, e para uma parte da economia, e nós vamos ter mais desemprego e ficará na responsabilidade de quem tomar esta atitude". Nada mais a acrescentar quando um poderoso ministro do governo cospe na lei e ainda ameaça quem exige que o governo não seja irresponsável. 

Ok, o PT acha que governar um país é "proteger" os pobres e os metalúrgicos. Ok. Torcendo muito, talvez os pobres fiquem menos pobres e muitos "trabalhadores" (eu explico as aspas mais tarde) provavelmente se tornarão funcionários públicos. Ok. Quando isto acontecer, o PT não servirá mais para nada e poderemos voltar a pensar em reunir todos os cidadãos em torno de um projeto para o desenvolvimento do país.

Fico por aqui. Volto para tratar da confusão que o PT faz entre governo e Estado.

Um comentário:

  1. É assustadora a armadilha que o Brasil caiu... Durante 12 anos o dinheiro da corrupção aparelhou as milicias, mensaleiros voltam santificados, a meta fiscal não vale nada, a contabilidade criativa está estabelecida, a mídia, cerceada, a administração das eleições é venezuelana, os médicos, cubanos... Nesses próximos 4 anos vai valer tudo para o PT com o objetivo de fortalecer essa rede, e não sei como sairemos dessa arapuca. Estou cansada e sem esperanças, mas não existe outro caminho a não ser denunciar... E se for possível, sair às ruas novamente.

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