domingo, fevereiro 22, 2015

SUPRACENTRAL DOS TRABALHADORES IV

ou A Mentira tem Perna Turta

Continuando a demonstrar que o PT não é um partido político, pois não tem nenhum compromisso com qualquer princípio filosófico, só com o ter e manter o poder, me sirvo de algumas decisões e manifestações do pensamento dos atuais petistas aboletados no poder. Veja o que o senhor Luiz Inácio disse em encontro do PT neste início de 2014: "Temos a oportunidade histórica de elaborar um novo Manifesto do PT, capaz de traduzir nossos compromissos para os dias de hoje e para os próximos 35 anos". É o que eu digo: não tem princípios, a tática é ajustá-los ao "momento histórico". E que não me acusem de ser radical, de não aceitar mudanças, etc. O problema é o que está por trás da expressão "momento histórico". No meu entendimento, no caso do PT, a tradução é: a pressão está grande, vamos ceder para permanecer.

Aí em cima neste primeiro parágrafo eu ia usar o termo "contradições" do PT, mas neste caso não cabe o uso, pois a mentira é uma técnica de manutenção "da verdade" usada, exatamente, por aqueles que são ocos de princípios. É esta a razão por trás das mudanças de ação e opinião do senhor Luiz Inácio, do senhor José Dirceu, da senhora Dilma Rousseff de outros seus correlatos e, mais atualmente, desta joia da corte, esta estrela em ascensão, que é o senhor José Eduardo Cardozo.



Vamos a elas. Começo lembrando (se é que é preciso) as falas do senhor Luiz Inácio, antes e depois de chegar à presidência da República. Lembro a tal "carta aos brasileiros", manifestação de um "encagaçado" (estou usando o linguajar que o ex-presidento mais gosta) depois de perceber todas "as merdas" que disse antes da eleição. Merval Pereira, em sua coluna em O Globo, 10/2/15, com titulo "Lula, a missão", reproduziu frase de Luiz Inácio sobre sua volta em 2018: "Vamos ter que passar dois anos comendo merda (o griffo é meu), para depois tentar sair da crise"

Ainda em fev/15 ele declara: "Quero dizer a vocês, com toda franqueza, eu me sinto traído. Traído por práticas inaceitáveis das quais nunca tive conhecimento. Estou indignado pelas revelações que aparecem a cada dia, e que chocam o país. (...) eu não tenho nenhuma vergonha de dizer ao povo brasileiro que nós temos que pedir desculpas". Jamais nomeou qualquer traidor, até mesmo alguns que podemos tomar como candidatos prováveis a "traidores" foram transformados em heróis das causas do partido. Com certeza, desde que a principal delas seja a manutenção no poder por mais 35 anos. Quiça pela eternidade! E quanto a "pedir desculpas", só se for pelos 12 anos de decisões que só trouxeram atrasos para o desenvolvimento do país.

Nesta mesma fala, em outro trecho, o senhor Luiz Inácio diz: "Se alguém tiver traído a nossa confiança, que seja julgado e punido, dentro da lei, porque o PT, ao contrário dos nossos adversários, não compactua com a impunidade". Traíram ou não traíram? Ele sabe quem o traiu ou apenas admite que podem tê-lo traído? Depois de 12 anos no poder diz que "não compactua"!!!? Vai entrar para a lista das 10 melhores piadas de 2015!

Comenta o Merval: "Estaria tudo certo se, a partir do mensalão, Lula tivesse comandado uma refundação do PT, e o partido mudasse de atitudes. Como se vê agora no petrolão, enquanto Lula discursava quase chorando no mensalão, estava em curso um escândalo muito maior dentro da Petrobras, e sabe-se lá onde mais".

Mas o senhor Luiz Inácio não parou por aí. "Há muito mais preocupações [dentro do PT] em vencer eleições, em manter e reproduzir mandatos, do que em vitalizar o partido". E sobre "militância paga" (a expressão é dele), uma das mais usadas táticas do PT:  "Penso que esse processo chegou ao limite no PT". Será que ele também inclui neste rol de "militância paga" todas as contribuições dadas por funcionários de empresas estatais? Vide Correios?


Agora, ele encurtou o caminho: ao mesmo tempo em que fala em reencontrar as raízes fundadoras do PT, o senhor Luiz Inácio sugere que o caso do petrolão está sendo utilizado politicamente para criminalizar seu partido. Essa atitude dúbia faz parte do seu show, com o qual pretende neutralizar os efeitos das crises politica e econômica que envolvem o segundo mandato de Dilma.

Mas vamos à Dilma. Ela e o senhor Mantega, jogaram o país na recessão com decisões contra a correnteza: reduziram o custo da energia quando o aumento ajudaria a racionalizar o uso, e hoje a estimativa de aumento para 2015 é de 40%;  subsidiaram impostos à indústria com o único objetivo de manter o emprego dos "companheiros metalúrgicos" que hoje estão perdendo o emprego porque a produção industrial lidera a queda do PIB; incentivaram o consumo abrindo as porteiras da "fazenda" do crédito, mas passada a eleição, o dinheiro fácil some e neste janeiro de 2015 a poupança perdeu 5,5 bilhões (o pior saldo em 2 anos) porque o cidadão tem que pagar suas dívidas, ou seja, esqueceram que para crescer é preciso investimento e este depende do nível de poupança da economia; engessaram o preço da gasolina como estratégia de marketing para vencer as eleições de 2014 que, vencida, fazem o preço estourar as bombas, isto enquanto o preço internacional do barril despencou de 110 dólares em fev/14 para 50 dólares dólares em fev/15.

A senhora Dilma, foi presidente do Conselho de Administração da Petrobras e ministra de Minas e Energia, mas nunca viu nada de errado, nem em Pasadena, nem em Abreu Lima, nem no Comperj, nem em qualquer compra de plataforma, nem no pré-sal nem no etcetera. A estrela em evidência, porta-voz da salvação do governo, recebe ordens para vir à mídia e inocentá-la: "Não há fato que demonstre que a presidente tem envolvimento". Como não!? A tomar isto como possível, é preciso que sejam soltos todos os presidentes e similares das empresas construtoras envolvidas na operação Lava-Jato (aliás é o que estão tentando fazer, diga-se). É minimamente equânime que esta inocência útil reivindicada pela presidente da República, também seja um direito a ser concedido àqueles.

A senhora Dilma se mostra convenientemente ignorante (e calada) quando à origem dos recursos de suas duas campanhas biliardárias, uma para elegê-la na condição de "poste" e outra para elegê-la na condição de "uma das duas pessoas mais mentirosas que este país já teve". 

Dona  Dilma, neste pós-carnaval, depois de muito discutir com sua equipe de... marketing, veio se defender atacando: "Se em 1996 e 1997 tivessem investigado e tivessem naquele momento punido, nós não teríamos o caso desse funcionário que ficou quase 20 anos praticando atos de corrupção". Frase cuidadosamente elaborada para lançar ao vento da mídia, pois a corrupção não teria acabado, além dela ter esquecido que dos 18 anos, 12 foram sob o governo do PT que, igualmente, não investigou nada.

O PT é, na melhor das hipóteses, uma SUPRACENTRAL DOS TRABALHADORES, controlada por indivíduos que manipulam descaradamente os trabalhadores em nome dos quais diz agir. Mas o que o PT ofereceu ao Brasil em 35 anos? A mentira. Mentiu quando estava fora do poder para conquistar o poder. Mentiu e mente para se manter no poder. E se nem mesmo ficam com a cara ruborizada, é exatamente. porque não têm compromisso com nada, com nenhum princípio, nem mesmo com princípios éticos (ou vir a público e mentir descaradamente não é ferir princípios éticos?).

Cansados estão todos, inclusive os petistas mais ao centro, como mostra a queda de aprovação do governo Dilma para 23%, identificada por recente pesquisa Datafolha. Está cada dia mais difícil mentir. A máscara está caindo, pois, neste caso, a mentira tem Perna Turta.

No 15 de março, eu não vi, mas o governo Dilma conseguiu ver faixas e cartazes pedindo a reforma política. O que nós todos vimos foram mensagens nas mais variadas versões que pediam "fora Dilma", mas ela não viu. Convenientemente. Talvez ela não queira admitir o que o senhor Luiz Inácio entendeu e aprovou quando do impeachment do Collor.





Dia 12 de abril vamos ter outra oportunidade de exercer o direito que o senhor Luiz Inácio tanto apoiou e exaltou no passado. Participe: "Fora Dilma e leva o PT com você!".

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