quinta-feira, março 30, 2017

OLIGARQUIA EM DECOMPOSIÇÃO

"Oligarquia, literalmente, 'governo de poucos'. É a forma de governo em que o poder político está concentrado num pequeno número pertencente a uma mesma família, um mesmo partido político ou grupo econômico ou corporação." (1)

Faltou acrescentar "ou uma corja de psicopatas".





O poder sempre é oligárquico. Em qualquer sistema. Principalmente, enraizadamente, em sistemas políticos.

A oligarquia tem suas regras próprias de auto-preservação. Uma oligarquia não se pune. Expulsa quem não age conforme suas regras não escritas, não ditas. Que ninguém acredite que Temer, ou Lula, ou qualquer insider vá fazer alguma coisa. O sistema é maior que qualquer indivíduo. O todo sempre será maior que a soma das partes.

Uma oligarquia só pode ser quebrada, defenestrada do trono, por um processo de ruptura. Normalmente violento. Majoritariamente, por uma revolução, quase sempre sangrenta. Quase nunca de modo pacífico. Dificilmente por processos eleitorais nos moldes atuais. Mas esperançosamente por algum processo alicerçado em princípios democráticos.

No Brasil de hoje, os membros de nossa oligarquia política estão nos noticiários. A grande maioria dos protagonistas dos escândalos em pauta são velhos conhecidos. Jucá, Padilha, Temer, Moreira Franco, Collor, , Sarney, Mercadante (onde ele está escondido?) e tantos outros no nível federal, e muitos, muitos mais nos níveis estadual e municipal (estes, nossos vizinhos de porta).

Bono Vox cantou algo como "as guerras são promovidas por aqueles que não vão lutar". E as leis são elaboradas pelo poder para proteger, em primeira instância, a oligarquia - que não as respeitará -, em segunda instância, para obrigar a "patuleia" a pagar a conta da roubalheira.

A atual oligarquia brasileira, atacada por um paladino(2), protegida sob o manto do foro privilegiado, articula sua sobrevivência tentando aprovar mudanças para ter mais do mesmo: manter o status quo. De preferência, com ainda mais impunidade.

Os projetos para limitar os poderes dos juízes de primeira instância e dos promotores do Ministério Público, e o de reforma eleitoral, instituindo o voto em lista fechada, são armas sendo calibradas e lubrificadas.

Instituir a lista fechada significa abandonar por completo o voto direto do eleitor. Votar em partidos é votar no nada, haja vista que os mais de 40 partidos brasileiros são, apenas, legendas medidas pelo valor patrimonial no horário eleitoral. Voto em lista fechada, significa oferecer uma armadura ainda mais dura para proteger a cacicagem, o coronelismo e a impunidade.

Limitar os poderes da justiça faz par com a manutenção do foro privilegiado, uma união para dar ainda mais perenidade à oligarquia política.


O futuro do Brasil, sem retórica, está em nossas mãos, vozes e pés em passeatas pelo país. Nenhum oligarca fará nada pelo Brasil. São psicopatas. Não se importam com ninguém a não ser consigo mesmos. Só há um caminho: exigir a renúncia de todos para criarmos a oportunidade de começar de novo. Com todos os riscos.







(1) Definição extraída da Wikipedia.


(2)  Tem um cara, Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária, que, além de achar que nenhum dirigente do PT pode ser preso (os que já estão devem ser soltos imediatamente), ele acha que o Moro "é um vigarista que trabalha para potências estrangeiras".

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