Informação é nada, conhecimento é valor
"No mundo do excesso de informações, precisamos valorizar cada vez mais o espírito crítico. É impossível que um jovem de 15 anos consiga discriminar a qualidade das informações por conta própria. É ingenuidade acreditar no contrário. Não sou crítico às novas tecnologias, e acredito que esta sociedade seja marcada por uma intensa profusão de conhecimento, como nenhuma outra da história. Ao mesmo tempo, temos a sensação de crescimento da insignificância. Há muita informação, mas ninguém se importa com ela."
O texto acima é parte do que disse Sébastien Charles, ao Meio & Mensagem de 18 de maio. Sébastien é francês, intelectual, autor de Cartas sobre a Hipermodernidade e uma das maiores referências da filosofia atual. Entre suas abordagens estão a falência das utopias e o desenvolvimento da cultura individualista, centrada no presente, que privilegia a autonomia, o consumismo e o hedonismo.
Pelo que venho dizendo a tempos, aqui e fora daqui, isto soa como "música aos meus ouvidos".
Até antes da web, o acesso à informação era difícil e caro. Em consequência, qualquer informação tinha valor. Hoje, quando qualquer humano minimamente alfabetizado se conecta à rede (em casa, trabalho ou em uma "lan house") e obtém informação sobre qualquer coisa, a informação não vale nada. Absolutamente nada. Da hora de um evento cultural aos efeitos colaterais de uma medicação, passando pela situação econômico-financeira de uma empresa com ações em bolsa, a informação está à disposição pelo custo do tempo gasto na conexão para obtê-la. Não sem razão, portanto, o direito autoral perde o sentido quando toda a informação está na rede.
Na contramão da desvalorização da informação, cresce vertiginosamente o valor do conhecimento, que é a informação corretamente aplicada. Mas isto só se consegue com reflexão - que é o ponto para o qual Sébastien Charles chama nossa atenção - e prática (experiência). E aí é quando você percebe que a especialização, o foco num segmento do conhecimento humano - e não mais em uma área - é o pulo do gato.
Tire os fones dos ouvidos. Esqueça o Twitter. Leia mais. Reflita mais. Elabore mais. Especialize-se. Pense nisso.
Esmiuçar a notícia, ler as entrelinhas, iluminar o obscuro. Revelar as intenções da mídia, de políticos e de outros de vida pública, para iludir incautos em proveito próprio. Expor a hipocrisia que nos cerca e envolve, nos cega e conduz, e nos ajuda a tocar a vida de um jeito "me engana que eu gosto".
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