Meu amigo acha que não vai dar em nada. Eu não concordo. Ele diz que o PT vai continuar a dizer que todo o dinheiro que recebeu foi declarado à justiça eleitoral, e, portanto, é legal. E argumenta, corretamente, que ninguém pode ser responsabilizado pela origem do dinheiro que alguém dá em contribuição (ou a qualquer outro título) a este alguém. Concordo. E por isto, portanto, garante meu amigo, não vai dar em nada. Não concordo.
Ele diz que o "Feira" vai argumentar que os 7,5 milhões de dólares são provenientes de serviços prestados no exterior. Concordo, até porque, a Dilma já se antecipou e, em nome "dele", já está usando o argumento para tirar o "dela" fora. Concordo. Acrescenta que ninguém pode contestar um contrato de prestação de serviço livremente celebrado entre duas entidades juridicamente capazes, e que, por isto, a namorada do "Feira" nem precisava se preocupar em apagar o nome da empresa constante do contrato proposto como modelo para um outro. Então, novamente, não vai dar em nada. Não concordo, em tempos idos, não "precisava". Nestes novos tempos, quem ri primeiro não rirá em pouco tempo. Esperemos, pois, para rir por último, por que agora...
Agora o buraco é com a nova justiça brasileira. É com a investigação que vai provar que o triplex e o sítio são, sim, de Lula, o cínico. Vai provar que as "contribuições" da Petrobrás, da Odebrecht, da OAS etc. etc., são provenientes de superfaturamento de obras e compras propostas e autorizadas pela máquina petista. Vão provar que o dinheiro nas contas do "Feira" saiu do território brasileiro.
Concordava com meu amigo até alguns meses atrás. Não mais. Até então, as preocupações deles eram apenas pró-forma. Só para não deixar escancarado demais, porque a impunidade da oligarquia aboletada no poder, de qualquer partido, de qualquer conglomerado empresarial, de qualquer gestora de fundos de pensão, estava protegida pelo "sistema", o sistema de auto-proteção, que só começou a feder quando Roberto Jefferson quebrou as regras e colocou o dedo na cara de JD.
Mudou. Agora ninguém mais está acima da Lei.
Não mudou muito, mas mudou o básico, o fundamental. Mais que isso, depende de nós no dia-a-dia, nas filas, nos bares, nas ruas, nas redes. Nas urnas.
Conto com você, meu amigo, em 13 de março.
P.S.: Destaco, a propósito, alguns trechos da coluna de Merval Pereira, em O Globo de 24/2/16
"Tudo vai se encaixando como peças de um quebra-cabeça (...) é improvável que tenham cometido um erro gigantesco como o de acusar o marqueteiro João Santana sem condições de provar as irregularidades."
"(...) Nesse caso do marqueteiro, o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima disse que nunca haviam conseguido um conjunto de provas tão contundentes quanto nesta 23ª fase (...)."
"(...) Ontem, soube-se que um deles [executivo da Odebrecht despachado para o exterior para dificultar as investigações], o executivo Fernando Migliaccio, que tinha sua prisão pedida nessa 23ª fase, foi preso em Genebra tentando encerrar contas bancárias."
"(...) Tudo indica que estamos chegando à reta final desse quebra-cabeça, que já tem praticamente todas as suas peças encaixadas."
Concordo com voce. Acho que estamos assistindo a um momento de transformação. Também ja achei que não ia dar em nada, mas a cada dia de noticiário empolgante como um filme de ação e suspense, reformulei meu pensamento. Luiz Antonio
ResponderExcluirEm 13 anos de PT eles fizeram a "Feira" e levaram tudo que podiam. Agora não mais, a "Feira" acabou. Aliás 13 é o número do PT, veja a ironia por trás
ResponderExcluirdeste número. Quem sabe 2016, o ano 13 da quadrilha - muito mais do que 300 picaretas - no poder, seja também o ano do seu desonroso fim. Eu acredito.