quarta-feira, março 16, 2016

MEU PREZADO GURU


Sou, Jabor, como tantos, babão de suas contundentes e ferinas estocadas nos hipócritas de todos os matizes, de todas as horas, de todas as circunstâncias e instâncias. Portanto, considere, Jabor, este o alicerce de minhas observações, principalmente, após assistir a seu curto vídeo, contundente, surpreso e com aparente desesperança, postado nas redes sociais neste dia lamentável da história do Brasil.

Sou absolutamente solidário com sua, Jabor, manifestação ensudercedoramente barulhenta. A síntese mais que perfeita do espanto que todos nós, cidadãos brasileiros, estamos vivendo. Que ela se espraia pelas conexões e redes afora, é meu desejo.



Mas ao seu questionamento, Jabor, "Que fazer?", me permita contrapor uma outra questão, pano de fundo de tudo isto: como? Como é possível acontecer o que está acontecendo? Como, ao ser aventada a possibilidade da desfaçatez monstruosa de Lula, investigado, quase preso, ser conduzido ao poder maior da Nação depois do 13 de março, sem qualquer contestação imediata do judiciário ou do legislativo?

Só uma razão, Jabor, pode ser imaginada para que justifique o imobilismo de TODOS os parlamentares no Congresso que não reagem em bloco, uníssonos, em fazer valer a vontade manifesta das ruas: Fora Dilma! Fora PT! Fora Lula!

Só uma razão muito forte, muito determinante, definitivamente determinante, Jabor, para que isso seja possível: ele, Lula, tem a todos em suas mãos e bolsos. E a preservação da espécie, meu caro Jabor, diria Darwin, é o que interessa, pois todos estão devendo às suas consciências. Talvez alguns até apelem para a saída fácil do é assim que o "sistema" funciona. 

Se não temos líderes como no passado, é por uma só razão: nenhum deles tem condição de levantar a cabeça porque estão todos de rabo preso. Presos e vendidos à quadrilha que assumiu o país sob o comando de Lula. Estamos, Jabor, no conhecido beco sem saída. Se todos se locupletaram, o que fazer? repetindo sua pergunta. 

De minha parte, Jabor, e contra talvez até a opinião majoritária, eu quero olhar para o horizonte do sol nascente. Abandonar o hoje. Empacotar o passado e enterrar a 7 mil palmos. Ou, pelo menos, Forgiven not forgotten (*) como diz a canção.

Estamos em um processo de catarse, que é fundamental, mas chega a hora em que não temos mais o que vomitar. Precisamos, Jabor, recuperar as forças para termos a chance de transformar nossa indignação do "Que país é esse?" em "Este é o nosso país", com muito orgulho!

Com um abraço de

Paulo Vogel

(*) Perdoado mas não esquecido

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