domingo, fevereiro 14, 2021

SUGESTÃO DE LEITURA: Os Intelectuais e a Sociedade

Hoje faço apenas uma indicação de leitura.

Uma questão que tem me aporrinhado as ideias é a de encontrar uma explicação para o radicalismo negacionista que uma significativa parte dos influenciadores do pensamento dos povos ocidentais (não sei o que acontece na outra metade do globo) e manipuladores da tal "opinião pública" vem adotando, particularmente depois do ganho em repercussão e barulho ampliados pelas redes sociais que passaram a ter relevância no dia-a-dia de todos nós.

A pergunta primeira e principal que me faço é: o que embota a mente de tantas pessoas a ponto de defenderem radicalmente uma “solução” para a humanidade que tem como base de sustentação a negação das características básicas do ser humano, inclusive as evidentes características biológicas e as diferenças nas individualidades psíquicas que elas provocam?

Evidentemente vim sentindo certa angústia por não encontrar uma resposta minimamente razoável, dado que não detenho o conjunto de conhecimento necessário. Mas tal busca me trouxe algum resultado, resultado este que venho compartilhar com você que me lê.

Acabei de ler o excelente “Os Intelectuais e a Sociedade” de Thomas Sowell, escrito em 2009 e que, em 9 capítulos, não faz exatamente uma análise das origens do pensamento dos intelectuais ungidos, mas das práticas que eles adotam, e nos dá uma ampla visão histórica de uma corrente de pensamento intelectual que, sendo construída ao longo de muitas décadas, se tornou, em minha opinião, uma verdadeira distopia, no sentido de que a meta principal é a de, simplesmente, destruir todas as estruturas sociais e todos os que a este movimento se opuserem, adotando uma gélida insensibilidade, tanto para os conhecimentos que alcançamos sobre a psique humana, quanto para as consequências presentes e futuras para a involução consequente que atingirá nossa civilização.

A leitura desta obra não dá uma resposta peremptória para a minha pergunta, mas nos apresenta a estrutura da “coisa” e acalma nosso coração ao podermos identificar com mais clareza, mais evidência, o que ameaça a todos nós, minimamente conservadores nos costumes e razoavelmente defensores do liberalismo na condução de nossas vidas, e nos alerta para a necessidade de deixarmos a acomodação respeitosa que adotamos, no caso do Brasil, nos 25 anos que o país esteve sob a regência do pensamento “progressista”.

É mais que hora de nos conscientizarmos que apenas com nossas ações efetivas, práticas reais, poderemos opor uma resistência à altura da gravidade do momento e da força do oponente.

Abaixo, apenas para dar uma ideia do conteúdo da obra, listo todos os capítulos e anexo um ou dois parágrafos.

Chamo sua atenção para o entendimento do termo “liberal” que, para os americanos, tem o sentido que damos aqui ao termo “progressista”, ou seja, associado ao pensamento dominante no partido democrata e à esquerda em geral, ou seja, nada a ver com ser a favor do liberalismo econômico, muito pelo contrário.

Depois da leitura desta obra, pouco vai restar para você saber sobre as intenções destes "intelectuais ungidos" enraizados, principalmente, em todos os níveis da estrutura de governança do Estado.

Nota: Entre colchetes [], observações minhas. Entre aspas mas entre colchetes, são pensamentos reconstruídos por mim a partir de formulações do Sowell.

 

PREFÁCIO

Professor MarkLillaProfessores distintos, poetas talentosos e jornalistas influentes reuniram suas habilidades a fim de convencer, a todos seus ouvintes e admiradores, que os tiranos modernos eram libertadores e que seus crimes hediondos eram nobres, bastava vê-lo na perspectiva correta. Quem quer que se dedique a escrever, honestamente, sobre a história intelectual do século XX na Europa tem que ter estômago forte.

Mas ele precisará de algo mais. Precisará superar seu nojo para que comece a ponderar sobre as causas desse intrigante e estranho fenômeno.

CAPÍTULO 1 – OS INTELECTOS E OS INTELECTUAIS

[Para o intelectual desconstrucionista] A plausibilidade ou não que uma nova idéia incita depende do que cada um já tem incorporado como crença.[blog]

Eric Hoffer: Um dos privilégios surpreendentes dos intelectuais é o fato de se encontrarem livres para serem escandalosamente estúpidos sem, contudo, sofrerem qualquer abalo em suas reputações.

CAPÍTULO 2 – CONHECIMENTO E NOÇÕES

Daniel J. Flynn: Intelectuais tendem a ter um senso inflado de sua própria sabedoria.

[As elites educadas se legitimam] como guias superiores, declarando que têm o direito de impor o que deve e não deve ser feito na sociedade [pois] estão convencidas da superioridade de seu conhecimento e de suas virtudes, uma fórmula certeira para o desastre.

Membros da intelligentsia (...) não percebem a necessidade de buscar informações factuais antes de expressar sua indignação.

CAPÍTULO 3 – OS INTELECTUAIS E A CIÊNCIA ECONÔMICA

[É Engels que tem um espasmo de lucidez ao perguntar:] que garantia temos de que será produzida a quantidade necessária de cada produto, nem mais nem menos, de forma a não ficarmos privados de milho e de carne, enquanto ficamos entupidos de açúcar e afogados em batatas (...).

Intervenções de políticos (...) para favorecer um lado” provocam geralmente, a ambos os lados, uma situação futura pior, mesmo que de maneiras distintas e em graus diversos.

CAPÍTULO 4 – OS INTELECTUAIS E AS VISÕES DE SOCIEDADE

[O intelectual ungido] se coloca num patamar moral superior, como alguém preocupado e misericordioso, promotor da paz no mundo, defensor dos oprimidos, alguém que luta por preservar a beleza da natureza e salva o planeta da poluição perpetrada por outros que não comungam a mesma consciência.

[Nesta afirmação, Sowell nos mostra que as acusações a Bolsonaro (e aos conservadores em geral) nada têm a ver com o que Bolsonaro faz ou pensa, se constituem apenas “gritos de guerra” para motivar a “tropa”.] As alegações que acusam oponentes ideológicos de racistas, machistas,  homofóbicos ou “incapazes de entender a questão” são geralmente empurradas pela intelligentsia, substituindo refutações especificas sobre os argumentos discutidos.

CAPÍTULO 5 – REALIDADE PARALELA NA MÍDIA E NO MUNDO ACADÊMICO

Fabricaram uma tela através da qual nossa época contemporânea absorve informações manipuladas. –Jean-François Revel

É necessário somente que aqueles que têm o poder de filtrar as informações, seja no papel de jornalistas, editores, professores, acadêmicos ou produtores e diretores de filmes [e hoje plataformas de redes sociais], decidam que há certos aspectos da realidade que as massas “não compreenderiam corretamente” e que um senso de responsabilidade social clama, por parte dos que detêm o poder de filtragem, pela supressão de alguns dados.

[Um repórter americano se justificou por não ter publicado um determinado fato]: “fiquei indeciso em escrever uma história que daria munição para nossos inimigos”.

CAPÍTULO 6 – OS INTELECTUAIS E A JUSTIÇA

Os economistas costumam ver os direitos de propriedade como algo essencial para (1) manter a tomada de decisões econômicas nas mãos de indivíduos privados, ou seja, fora do controle dos políticos, e (2) para manter os incentivos dos mesmos indivíduos, os quais investirão seu tempo, seus talentos e seus recursos movidos pela expectativa de poderem colher e reter os frutos de seus esforços.

“Propósito público” pode significar quase que qualquer coisa (...).

CAPÍTULO 7 – OS INTELECTUAIS E A GUERRA

Tempos ruins para se viver são bons para se aprender. Eugene Weber.

[Já no final do século XIX] já havia, entre muitos intelectuais, a ideia de se dirigir as massas, uma ideia que incumbia a terceiros a tarefa de dar sentido para a vida delas.

Esses vários períodos que compõem a história da visão intelectual, ora favorável ora contrária à guerra, precisam ser examinados uma a um.

CAPÍTULO 8 – OS INTELECTUAIS E A GUERRA: REPETINDO A HISTÓRIA

Este capítulo sobre, principalmente, a segunda guerra, não li pois não é um tema que tenho interesse.

CAPÍTULO 9 – OS INTELECTUAIS E A SOCIEDADE

(...) professores escolares (...) expandem sua influência, seja por meio de doutrinação ideológica dos alunos ou por sua manipulação psicológica com o intuito de alterar os valores que esses estudantes receberam dos pais.

(...) depois que os programas de “educação sexual” foram introduzidos nas escolas norte-americanas na década de 1960, coube aos pais o trabalho de colher os cacos e arrumar a bagunça sempre que uma filha adolescente aparecia grávida ou um filho adolescente contraía uma doença venérea. Nenhum professor ou nenhuma professora teve que arcar com as consequências de nada (...).

 

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