sexta-feira, outubro 01, 2021

REFLEXÕES: O QUE PENSARAM OS FILÓSOFOS CLÁSSICOS?

  

Quem parece ter sido o primeiro a fazer proposições metafísicas foi o grego Homero.  Uns datam sua existência entre 1200 e 1100 a.C., mas há os que afirmam ter sido ele apenas uma lenda, atribuindo as obras “Ilíada” e “Odisseia” a vários autores entre 1200 e 700 a.C. Independente de polêmicas, é nestas obras que aparecem as primeiras propostas de antropomorfização, por assim dizer, dos deuses do Monte Olimpo, e a percepção da individualidade humana é afirmada nesta passagem: "Ninguém, com toda certeza, é capaz de assumir a liderança em todos os campos, pois para um homem os deuses concederam as proezas da guerra, a outro, a dança, para um outro, a música e o canto, e, num outro, o todo poderoso Zeus colocou uma boa cabeça."

Podemos considerar, portanto, que a filosofia tem cerca de dois mil e setecentos anos, tendo surgido e se consolidado, principalmente, na Grécia antiga. É entre os séculos VIII e VI a.C., que vamos encontrar registros das primeiras reflexões sobre a nossa existência, quem somos, de onde viemos, para onde vamos e, principalmente, como devemos ser, proceder, viver. 

Filosofia é... Bem, parece haver várias proposições para dar um significado ao termo. Pesquisando na rede você vai encontrar algumas. Em minha humilde interpretação, a filosofia é o exercício de abstrair o pensamento na busca de uma interpretação da existência humana, tentando conceituar uma regra geral para uma dada proposição através da identificação de padrões, cujo objetivo final é obter orientações para a manutenção da viabilidade e estabilidade da vida em sociedade, ou comunidade, como queira. Ficou um pouco longo, mas espero que não tenha sido hermético como o que você encontrou (ou vai encontrar) na grande rede. 

Fiz uma coletânea dos filósofos mais citados[1], lembrados, referenciados. Cada um deles sob o nome que a história deixou registrado, seguido de, entre parênteses, os “presumíveis” anos de nascimento e morte, onde números negativos significam a.C. e positivos d.C. A estes dados acrescento a natureza de sua atividade e a sua “nacionalidade”[2]. E sempre abaixo, uma referência a suas ideias, e uma ou mais de suas reflexões extraídas de registros que chegaram até nossos dias.

Para quem se aprofundar além desta superficialidade que apresento aqui, chamo sua atenção para observar alguns aspectos deste período que vai de 8 séculos antes de Cristo ao século 1. 

Primeiro, a preocupação em definir o que é e o que não é moral e, principalmente, quanto ao valor da virtude (a ponto de que aquele que não a tivesse não mereceria viver). Lembremos que no período de vida destes filósofos a escravidão era o padrão das relações socioeconômicas.

Segundo, a utopia de que seria possível ter uma humanidade padronizada, a possibilidade de se “educar” a todos na “virtude”, na moral, e em total respeito à ética, era visto não só como desejável, mas viável (claro que para alguns escolhidos, não para todos).

Terceiro, mas consequente, é preciso considerar que a realidade da ciência naqueles tempos era, se comparada com o que sabemos hoje depois de tantas descoberta no âmbito da psicologia, psiquiatria e genética, há que sempre se fazer a pergunta: “O que eles pensariam se soubessem o que nós sabemos?”

Tudo que incluí aqui sobre os filósofos busquei na internet[3] e você poderá fazer o mesmo para obter mais sobre cada um deles e mesmo sobre outros não inclusos aqui. .

Bom proveito!!!


Hesíodo (-750/-650) – Poeta Grego  

Sua poesia é a primeira feita na Europa na qual o poeta vê a si mesmo como um tópico, um indivíduo com um papel distinto a desempenhar.

"Qualquer um que prejudica os outros, faz mal a si."

“Convida aquele que mora próximo de ti para comer, pois se alguma coisa estranha acontecer em teu lugar, os vizinhos sem atar o cinto acorrem, os parentes, não.”

“Ótimo é aquele que de si mesmo conhece todas as coisas; bom, o que escuta os conselhos dos homens judiciosos; mas o que por si não pensa, nem acolhe a sabedoria alheia, esse é, em verdade, um homem inteiramente inútil.”

Zaratustra de Balkh, ou Zoroastro (-660/-583) – Filósofo Persa

No entanto, a aproximação usando evidências linguísticas e socioculturais permite situar sua existência em algum período do II milênio a.C.

É o primeiro a propor o monoteísmo, e o Bem e o Mal como duas entidades.

"O que lavra a terra com dedicação tem mais mérito religioso do que poderia obter com mil orações sem nada fazer. Age como gostarias que agissem contigo."

Tales de Mileto (-623/-558) – Filósofo Grego

Há quem o considere o "Primeiro filósofo ocidental”. Considerava a água como a substância líquida primordial.

“A esperança é o único bem comum a todos os homens; aqueles que nada mais têm - ainda a possuem.”

“Toma para ti o conselho que dá aos outros.”

Anaximandro (-610/-547) – Filósofo Grego

Anaximandro foi um visionário e suas ideias são atualmente utilizadas na ciência, tendo relação com a Física Moderna. Iniciador da astronomia grega. Para ele a Terra teria o formato de um cilindro.

“Todos os seres derivam de outros seres mais antigos por transformações sucessivas.”

“As estrelas são porções comprimidas de ar, com a forma de rodas cheias de fogo, e emitem chamas a partir de pequenas aberturas.”

“O Sol é um círculo vinte e oito vezes maior que a Terra; é como uma roda de carruagem, cujo aro é côncavo e cheio de fogo, que brilha em certos pontos de abertura como os bicos dos foles.”

Anaxímenes de Mileto (588/-524) – Filósofo Grego pré-socrático.

Para ele a substância primária (o arché) era o "ar". Primeiro a afirmar que a luz da Lua provinha do Sol.

“A variação quantitativa de tensão da realidade originária dá origem a todas as coisas.”

“Como nossa alma, que é ar, nos governa e sustém, assim também o sopro e o ar abraçam todo o corpo.”

“A verdade é de quem fala a verdade.”

Xenófanes de Colofon (-580/-480) -    Filósofo Grego

Refutou a tese de Homero relativa ao antropomorfismo dos deuses gregos [semelhança com os homens], visto por ele como uma simples projeção humana, sem qualquer relação objetiva com a realidade. Fundador da escola de Eléia.

“É preciso um sábio para reconhecer um sábio.”

“Se os bois e os cavalos tivessem mãos e pudessem pintar e produzir obras de arte similares às do homem, os cavalos pintariam os deuses sob forma de cavalos e os bois pintariam os deuses sob forma de bois.”

Pitágoras de Samos (-571/-497) – Filósofo Grego

Propõe que os elementos básicos do cosmos não são constituídos de matéria, mas de formas e relações que se manifestam por meio de números e proporções.

“O universo é uma harmonia de contrários.”

“A Evolução é a Lei da Vida, o Número é a Lei do Universo, a Unidade é a Lei de Deus.”

“A matemática é o alfabeto com o qual Deus escreveu o universo.”

“Observa o teu culto à família e cumpre teus deveres para com teu pai, tua mãe e todos os teus parentes.”

Heráclito de Éfeso (-535/-475) – Filósofo Grego pré-socrático

Pai da dialética. Para ele, o elemento original era o fogo, e tudo é movimento, nada pode permanecer estático. Também apresenta a tese de que nada existiria se, ao mesmo tempo, não existisse o seu oposto. Na harmonia entre os contrários, Heráclito viu aquilo que definia como o logos, a lei universal da Natureza. A filosofia deve privilegiar a racionalidade, pois os sentidos e/ou a experiência não dão conta de explicar a totalidade. Para ressaltar que nada se repete, ele observou que “não se pode banhar duas vezes no mesmo rio”, pois o rio não será o mesmo.

“Viver é, sem cessar, morrer e se rejuvenescer.”

Ésquilo (-525/-456) – Dramaturgo Grego, pai da tragédia.

Uma de suas obras, “Os Persas”, continua sendo uma grande fonte de informação sobre o  período da invasão à Grécia pelos Persas.

“Há poucos homens capazes de prestar homenagem ao sucesso de um amigo, sem qualquer inveja.”

“Faz parte da natureza dos mortais pisar ainda mais em quem já caiu.”

Parmênides de Eléia (-525/-450) – Filósofo Grego

Mudança e tempo não existem. Tudo o "que é" só pode ser eterno, pois não pode "vir a ser", e não pode ser destruído.

A filosofia de Parmênides se apresenta como um contraste entre a verdade e a aparência. A aparência é percebida pelos sentidos que nos mostram o ser e o não ser e nos levam a diversos erros. Já a verdade somente pode ser buscada pela razão, que para Parmênides demonstra que não podemos pensar o não ser, pois não podemos pensar sem que esse pensar seja sobre algo. 

“O mundo sensível é uma ilusão.”

“Não se confia no que se vê.”

“A essência das coisas não muda.”

Anaxágoras de Clazômena (-500/-428) – Filósofo Grego pré-Socrático

A matéria primordial é composta por uma infinidade de partículas que variam qualitativamente, porque possuem qualidades semelhantes (homeomerias). Para ele, a Lua não passava de um pedaço da Terra que se desprendeu. Fundador da Primeira Escola Filosófica de Atenas. 

“Todas as coisas estavam juntas, infinitas ao mesmo tempo em número e em pequenez, porque o pequeno era também infinito.” 

“Em cada coisa existe uma porção de cada coisa.”

“Nenhuma delas [as coisas existentes] podia ser distinguida por causa de sua pequenez.” 

Filolau de Crotona (-500/-400) – Pensador Grego

Foi o primeiro a atribuir movimento à Terra. O fogo era considerado pelos pitagóricos o elemento mais puro. Entre o fogo central e a Terra existia um outro planeta, invisível, que Filolau chamou de antiterra. Os nove corpos celestes (Sol, Mercúrio, Vênus, Terra, Lua, Marte, Júpiter, Saturno e Urano) eram os corpos celestes conhecidos na época, e a antiterra como décimo corpo celeste se movia em órbitas circulares em torno do fogo central. "E todas as coisas que podemos conhecer contêm número, pois sem ele nada pode ser concebido nem conhecido."

“Todas as coisas, pelo menos aquelas que conhecemos, contêm números. 

"A natureza do mundo é um composto harmonioso de elementos infinitos e finitos."

“Os antigos teólogos e sacerdotes… testificam que a alma está unida ao corpo por uma questão de punição; e, portanto, é enterrada no corpo como em um sepulcro”.

Sófocles (-496/-406) – Dramaturgo Grego

Por quase 50 anos, Sófocles foi o mais celebrado dos dramaturgos nos concursos dramáticos da cidade-estado de Atenas. De sua autoria as obras: Antígona; Édipo Rei; Electra.

"Silêncio completo parece-me tão grave quanto alarido descontrolado."

“Não conspira quem nada ambiciona.”

“Há muitas maravilhas neste mundo, mas a maior de todas é o homem.”

“Os filhos são para as mães as âncoras da sua vida.”

Zenão de Eléia (-490/-430) – Filósofo Grego, seguidor de Parmênides. Concebeu contra a pluralidade alguns paradoxos.

”Se a pluralidade existe, as coisas serão ao mesmo tempo limitadas e infinitas em número.”

“O que se move deve sempre alcançar o ponto médio antes do ponto final.” 

De fato, se há mais de uma coisa, vemos que entre a primeira e a segunda existe, então, uma terceira. Assim, entre a primeira e a terceira, existirá uma quarta; e assim, ao infinito.

“O que se move está sempre no mesmo lugar agora.”

Empédocles de Agrigento (-490/-430) – Filósofo Grego

Primeiro a explicar o eclipse solar.

"Sobrevive aquele que está melhor capacitado". [Observação feita 2.460 anos antes de Darwin.]

Górgias de Leontinos (-487/-380) – Sofista[4] Grego

O conhecimento do assunto em um debate é desnecessário, porque toda opinião é falsa e as palavras não tem nenhum significado fixo, pois servem apenas para lisonjear e persuadir. Ele se demonstrou cético em relação à ciência e à razão.

“A arte da persuasão ultrapassa todas as outras, e é de muito a melhor, pois ela faz de todas as coisas suas escravas por submissão espontânea e não por violência.”

“Difícil explicar o que leva o ser a direcionar as suas ações em função do meio.
Por vezes deixamos de fazer tanta coisa, justamente por conta do meio.
Liberte-se, escuta a tua intuição e serás feliz.”

Pródico (-483/-376) – Sofista Grego

Conhecido como precursor de Sócrates. Escreveu dois tratados: Da Natureza e Da Natureza dos Homens.    

“O sol e a lua e os rios e as nascentes e em geral tudo o que é útil à nossa vida, os antigos os chamavam de deuses por sua utilidade, tal como os egípcios fazem para o Nilo, e por isso o pão se chamava Deméter, e o vinho Dionísio, e a água Poseidon, e o fogo Hefesto e assim tudo.”

Protágoras (-480/-410) – Filósofo Grego

Considerava-se profundo conhecedor da virtude. Para Protágoras, as coisas são conhecidas de uma forma particular e muito pessoal por cada indivíduo, o que vai contra, por exemplo, ao projeto de Sócrates de chegar ao conceito absoluto de cada coisa. Para ele a verdade depende da experiência pessoal.

“As verdades não são verdadeiras ou falsas em si, mas apenas dentro de um sistema de pensamento que contenha regras que permitam colocar qualquer verdade à prova.”

"O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são, das coisas que não são, enquanto não são."

Eurípedes (-480/-406) – Poeta Grego

Ressaltou em suas obras as agitações da alma humana em especial a feminina. Obras: As Troianas, Medeia e Electra.

“Fala se tens palavras mais fortes do que o silêncio, ou então guarda silêncio.”

“Tudo é mudança; tudo cede o seu lugar e desaparece.”

Melisso de Samos (-470/-400 Datação imprecisa.) – Militar e Poeta Grego.  

Pela sua obra depreende-se que foi mais um polemista e defensor das ideias de Parmênides de Eléia, portanto antipitagórico.

“O ser é também incorpóreo, mas esse incorpóreo não quer dizer que ele seja imaterial, ele tem que ser incorpóreo porque não pode ter uma forma e os corpos têm forma. Se o ser tivesse uma forma ele teria que ser limitado pois a forma tem limites e o ser não pode ter limites. (...) O ser é pleno e qualquer forma de vazio e nada não existem.”

Sócrates (-470/-399) – Filósofo Grego

"A verdade é algo imanente ao mundo e aos homens. O pensamento reflexivo leva o homem ao bem viver.” Maiêutica: para cada tese apresentada, sugere-se uma objeção que tenha por objetivo esgotar todas as possibilidades de questionamento, objetivando o surgimento da verdade.

"Só sei que nada sei."

"Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses."

"A vida irrefletida não vale a pena ser vivida."

Hippias de Élis (-460/-400) – Matemático e Sofista Grego

Contemporâneo de Sócrates. Platão e Xenofonte o retratam vaidoso e arrogante, mas suas preleções e discursos públicos apresentados em Olímpia eram cuidadosamente preparados e faziam sucesso. Do ponto de vista filosófico, Xenofonte destaca que ele pelo menos reconhecia, assim como Sócrates, a ideia de que há leis naturais ou divinas, não escritas, que não podem ser mudadas pelo homem.

Demócrito de Abdera (-450/-370) – Filósofo Grego

O “filósofo que ri" ou "filósofo hilário". Expoente da teoria atômica, ou atomismo: tudo o que existe é composto por elementos indivisíveis chamados átomos.

“Se você sofreu alguma injustiça, console-se; a verdadeira infelicidade é cometê-la.”

“A felicidade não reside nas posses e nem em ouro, ela mora na alma.”

“Na realidade, não conhecemos nada, pois a verdade está no íntimo.”

Leucipo de Abdera (ou de Mileto) (-450/-370 - Datação imprecisa.) – Atomista[5] Grego

Mestre de Demócrito. A tradição lhe atribui a autoria de um único livro intitulado A grande ordem do mundo, também chamada Grande Cosmologia, um texto muito diferente da Pequena Cosmologia de Demócrito. 

“Nada acontece ao acaso, mas tudo a partir de razão e por necessidade.” 

Platão (-427/-347) – Filósofo Grego

Obcecado pela salvação dos homens e lutava contra a personalização dos deuses. “É preciso ir além das aparências para chegar à essência das coisas.”

Platão situa a justiça humana como uma virtude indispensável à vida em comunidade, é ela que propicia a convivência harmônica e cooperativa entre os seres humanos em coletividade. 

“Podemos facilmente perdoar uma criança que tem medo do escuro; a real tragédia da vida é quando os homens têm medo da luz.”

“A punição que os bons sofrem, quando se recusam a agir, é viver sob o governo dos maus."

“O maior castigo consiste em ser governado por alguém ainda pior do que nós, quando não queremos ser nós a governar.”

Diógenes de Sinope (o Cínico) (-412/-323) – Filósofo Grego

Fundou a “escola cínica"[6]. A resposta ética do Cinismo era buscar viver em conformidade com a natureza, levando em conta a observação do comportamento dos animais, pois “eles não buscam o supérfluo”.

“Só é verdadeiramente livre quem está sempre pronto para morrer.”

“Qual o melhor momento para o jantar? Se alguém é rico, quando quiser, sé pobre, quando puder.”

Pirro de Élis (ou Élida) (-365/-270) – Filósofo Grego

Considerado o primeiro filósofo cético e fundador da escola que veio a ser conhecida como pirronismo. Os princípios de sua obra são expressos, em primeiro lugar, pela palavra acatalepsia, que define a impossibilidade de se conhecer a própria natureza das coisas.  Pirro conclui que, dado que nada pode ser conhecido, a única atitude adequada é ataraxia, "despreocupação". 

A mesma coisa aparece diferentemente a diferentes pessoas (...). A cada afirmação pode-se contrapor outra contraditória, mas com base igualmente boa, (...). Podemos ter opiniões, mas certeza e conhecimento são impossíveis. Daí nossa atitude frente às coisas deve ser a completa suspensão do julgamento.

Ele distingue o que é o bem por natureza e o que é o bem pelas convenções humanas e chega à conclusão de que não existem coisas verdadeiras ou coisas falsas, não existem também na natureza conceitos como a feiúra e a beleza ou a bondade e a maldade, esses conceitos todos são criações dos homens e ele os nega por serem somente uma convenção, um costume.  

É impossível afirmar se algo é realmente falso ou verdadeiro, se uma atitude é justa ou injusta. Todos esses conceitos vão depender do que está convencionado nas relações sociais e não da natureza, e essa não faz convenções.

Para os céticos, o saber é algo impossível de ser alcançado e que não existem afirmações que possam ser verdadeiras e que não sejam postas em dúvida.

“Não podemos ter certeza de nada, mesmo as afirmações mais triviais.

Aristóteles (-384/-322) – Filósofo Grego

"O Estagirita" por ter nascido em Estagira, na Macedônia. Aluno de Platão, professor de Alexandre, O Grande. Pensador multidisciplinar (contribuiu para quase todos os campos do conhecimento humano).

Teoria do silogismo dedutivo, ou lógica dedutiva: "Todo homem é mortal. Sócrates é homem. Logo, Sócrates é mortal”.

"Nunca existiu uma grande inteligência sem uma veia de loucura."

"As pessoas dividem-se entre aquelas que poupam como se vivessem para sempre e aquelas que gastam como se fossem morrer amanhã."

"O sábio nunca diz tudo o que pensa, mas pensa sempre tudo o que diz."

Epicuro de Somos (-341/-270) – Filósofo Grego

Argumenta contra a existência de um deus que seja ao mesmo tempo onisciente, onipotente e onibenevolente. Isto é, se duas delas forem verdade, excluem automaticamente a outra.

Enquanto onisciente e onipotente, tem conhecimento de todo o mal e poder para acabar com ele. Mas não o faz. Então não é onibenevolente.

Enquanto onipotente e onibenevolente, então tem poder para extinguir o mal e quer fazê-lo, pois é bom. Mas não o faz, pois não sabe quanto mal existe e onde o mal está. Então ele não é onisciente.

Enquanto onisciente e onibenevolente, então sabe de todo o mal que existe e quer mudá-lo. Mas não o faz, pois não é capaz. Então ele não é onipotente.

Epicuro não era um ateu, apenas rejeitava a ideia de um deus preocupado com os assuntos humanos.

"A morte é uma quimera: porque enquanto eu existo, não existe a morte; e quando existe a morte, já não existo."         

Zenão de Cítio (-336/-264) – Filósofo Grego

Propôs uma tripartição na filosofia: a lógica fornece um critério de verdade; a física constitui um materialismo monista e panteísta; e a ética regula as ações humanas, cujo objetivo é a conquista da felicidade. Esta deve ser perseguida "segundo a natureza". Fundou a escola estoica. Com base nas ideias dos cínicos, o estoicismo enfatizava a paz de espírito, conquistada através de uma vida plena de virtude, de acordo com as leis da natureza. O estoicismo floresceu até o advento do cristianismo.

“Quem é um amigo? Um outro eu.”

“A natureza deu-nos duas orelhas e uma só boca para nos advertir de que se impõe mais ouvir do que falar.“

Agripa (viveu provavelmente no final do século primeiro) – Filósofo Grego

Para ele existiam cinco formas para podermos alcançar a interrupção dos nossos juízos:

1 - Discordância, os filósofos vão sempre discordar sobre diversas coisas, sendo impossível escolher entre a opinião de um e de outro.

2 - Prova última, toda prova parte do princípio de que existe uma prova para esta prova e esse argumento pode ser levado ao infinito, pois sempre vai existir uma prova que prova a prova da prova;

3 - Relatividade, onde nós somente podemos conhecer os objetos relativos à nossa capacidade e à nossa forma de compreensão, que sempre será diferente da capacidade e da compreensão de todas as outras pessoas;

4 - Hipótese, porque todas as provas têm um fundamento último que não se pode provar e é, portanto, uma convenção, e que não é uma lei natural;

5 - Círculo vicioso, as convenções tomam por evidente e demonstrado justamente aquilo que se deveria demonstrar e isso acontece porque é impossível a demonstração do que se quer demonstrar.    

Sêneca (4/65) – Intelectual Romano.

Primeiro representante do Estoicismo[7] romano. Apesar de ter sido contemporâneo de Cristo, Sêneca não faz quaisquer relatos significativos de fenômenos milagrosos que aparentemente anunciavam o nascer de uma poderosa nova religião.

“Aos outros perdoa sempre, a ti nunca.”

“A religião é vista pelas pessoas comuns como verdadeira, pelos inteligentes como falsa, e pelos governantes como útil.”



[1] Se não listei algum que você tem em conta como importante, me diga. E caso encontre alguma informação errada, serei grato se me corrigir.

[2] Atribuir “nacionalidade” quando ainda não existiam “nações” é apenas para acompanhar como todos o fazem.

[3] Entre outros sites: pt.wikipedia.org, citações.in, pensador.com, kidfrases.com, frasesfamosas.com.br, citador.pt, filosofia.com.br

[4] O sofismo ou sofisma é uma estrutura de pensamento que foge às regras da lógica. Nesse sentido, ele conduz a conclusões falsas. A origem do termo é datada nos séculos V e IV a.C., quando os sofistas atuavam como mestres da retórica na Grécia Antiga.

[5] Demócrito e Leucipo foram dois filósofos pré-socráticos pluralistas da Escola de Abdera. Ambos são conhecidos por terem formulado a primeira teoria atomista. Demócrito foi discípulo de Leucipo e aperfeiçoou a sua teoria sobre os átomos. Leucipo e Demócrito estão inscritos na história como filósofos pré-socráticos.

[6] O Cinismo foi uma escola filosófica grega criada por Antístenes, seguidor de Sócrates, aproximadamente no ano 400 a.C., mas seu nome de maior destaque foi Diógenes de Sínope. Estes filósofos menosprezavam os pactos sociais, defendiam o desprendimento dos bens materiais e a existência nômade que levavam.

[7] Estoicismo é uma escola e doutrina filosófica que surgiu na Grécia Antiga, que preza a fidelidade ao conhecimento e o foco em tudo aquilo que pode ser controlado somente pela própria pessoa, desprezando todos os tipos de sentimentos externos, como a paixão e os desejos extremos.









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