Meu último texto aqui publicado foi no dia 24 de abril deste ano. Deste então minhas desilusões dizem que tudo já foi tratado e as narrativas apenas se repetem. Mas os acontecimentos desta última semana me obrigam a escrever sobre o que não é falado nos canais digitais.
Há dois dias
atrás assisti “Versões de um Crime” com Keano Reeves interpretando um advogado.
Conversando com sua assistente ele diz mais ou menos o seguinte: “as pessoas
fazem de tudo para proteger sua reputação”. Isto posto...
Quando –
entre 2019 e 2020 - percebi que as ações de Alexandre de Moraes, fragrantemente
inconstitucionais e/ou juridicamente absurdas, disse em conversa com meus
amigos que só haveria uma razão motivadora: uma arma apontada para sua cabeça.
Alguém, tendo provas de coisas inconfessáveis sobre um outro, o ameaça de expor
publicamente os fatos caso tal pessoa não faça o que este alguém deseja. Naquele momento, atribuí a mão no gatilho ao
PCC, entidade criminosa para a qual consta ter Alexandre, como advogado,
prestado serviços. Sabemos que uma vez entrado no crime, sair dele é
praticamente impossível. O quadro, portanto, para mim era claro. Um ministro do
supremo, ou seja, com supremo poder na justiça, começa a tomar atitudes que
extrapolam as competências da instituição da qual faz parte (para dizer o
mínimo), em evidente serviço a vontades alheias para manter sua vida ou no
mínimo, sua reputação protegida.
Já naquele
período chamava a atenção a inação – uma total apatia – das instituições,
Câmara, Senado, PGR, CNJ, OAB, Associações Empresariais, enfim, todas - e são
muitas – silenciosas num efetivo “quem cala consente” sem publicamente
consentir porque sem coragem para o enfrentamento.
Decorridos mais de 5 anos desta
insanidade institucional, já não atribuo mais a facções do crime organizado o
porte da arma. O “buraco” parece estar bem abaixo ou muito mais acima. Então passei a incluir na minha tese questões
pecuniária$. Considerando os projetos globalistas[1] de uma dúzia de bilionários – em
dólar – a compra de integridade moral passou a ser uma hipótese bastante
razoável. Notícias de que fulano deu X milhões para uma ONG aqui, outra ali,
sicrano idem, passaram a constar do noticiário com frequência. E, sabemos,
políticos têm uma certa tendência a fundar sua ONG própria para funcionar como
receptáculo de doações de origem identificada ou não. Mas se isto existe, não
me parece suficiente para justificar o que acontece neste meado do ano da graça
de 2024. A munição na arma não é, ou não é só, de pólvora ou papel pintado de
verde do Tio SAM. Tem que ser mais do que isso.
No início deste ano rolou nas redes que em Cuba existe um
“esquema” ligado a orgias sexuais devidamente vídeo-gravadas sem conhecimento
dos participantes e, especificamente, envolvendo os nomes de Barroso e José
Dirceu. Não importa aqui se o “esquema” existe ou não, nem se é verdade quanto
aos citados. O que quero levantar é: tente pensar em alguma razão para você
fazer o que Moraes está fazendo se no
lugar dele estivesse.
Não é pouco o que
Xandão está fazendo neste início de setembro. Um pouco antes de começar
a escrever este texto, me chega a informação de que o Ministro mandou bloquear
TODOS os bens da Starlink no Brasil, o que inclui contas bancárias, imóveis,
veículos e aviões. Não tenho formação no direito, portanto não vou citar as
ilegalidades jurídicas deste ato. O que quero mostrar é que o pavor de Moraes é
tão imenso que suas ações acabam de extrapolar a vingança pessoal de seus atos
– o que ficou patente em muitos casos anteriores -, e chegam ao ápice de
prejudicar o país, como nação integrante de relações internacionais, empresas
brasileiras, a própria estrutura de governança, e diretamente o cidadão
brasileiro, não só em seu acesso à informação, mas em seu direito de livre
exercício profissional, o que significa simplesmente sua capacidade de
sustentar a si e aos seus.
A entrada de Elon Musk no processo traz à tona o
caráter psicótico de um indivíduo mentalmente doente. E o continuado silêncio
dos não-inocentes nos indica que tem muita gente sendo esmagada por um rolo
compressor ainda não identificado. E o que me chama a atenção é que jornalistas
de reputação ilibada e competência e honestidade intelectual provada, continuem
a dar explicações politicamente lógicas em lugar de expor que o país está sendo
levado para um abismo ético e moral por um bando de covardes protegendo suas
reputações, fazendo de tudo – ou melhor não fazendo nada – para que suas ações
moralmente condenáveis não sejam expostas à opinião pública.
Ser íntegro não é preciso, proteger a reputação é preciso.
Você tem alguma dúvida de que algo nesse sentido é que está
por trás do que acontece? Ou acha que é só esquerda contra direita?
Encerro fazendo um pedido que nunca fiz: distribua tanto quanto puder mesmo não concordando comigo no todo ou em parte, só para ajudar a tirar mais pessoas da visão crédula de que as motivações são só políticas, para seu bem e para o bem do país.