A cultura
popular, quando trata temas políticos complexos, idealiza uma conspiração para
dar bases para a compreensão do incompreensível. Todos já vimos isso. Uma dessas
vezes, que é recente e ainda não esfriou, é a de que por trás da vida política
nonsense que estamos assistindo desde 2018 é resultado de uma conspiração
capitaneada por meia dúzia de bilionários e/ou pela ONU e/ou por algumas
entidades ligadas ao governo norte-americano.
Pois bem, acaba
de chegar às redes sociais um denso trabalho do jornalista americano Michael Shellenberger,
um raríssimo profissional que honra as calças e os valores de sua profissão.
Isto me chegou hoje pela manhã através de uma postagem do jornalista Fernão
Lara Mesquita em seu canal do Youtube em que ele resume para seu interlocutor,
o escritor e historiador Laudelino de Oliveira Lima, o que Shellenberger “garimpou”
em documentos e relatórios oficiais de diversas instituições. E aqui faço uma
observação absolutamente relevante para o exato entendimento das consequências do
que é revelado: o jornalista americano não faz ilações, ou reflexões, ou análises
pessoais, tudo o que é dito é seguido do link da fonte em que colheu a
informação.
É de tal
monta o que é apresentado que Mesquita titulou assim a sua fala: “Todas
as provas do jogo internacional que empurra a ditadura no Brasil”.
O show de hipocrisia atinge os píncaros da insanidade. Alguns exemplos:
- Cursos para funcionários do TSE (ministrados por entidades estrangeiras) de como controlar mensagens criptografadas postadas nas redes sociais.
- Criação de histórias de super-heróis para doutrinar a juventude.
- Destinação, pela universidade George Washington, de 200 mil dólares para um “Trabalho de combate à desinformação no Brasil”.
- 40 milhões em cessão de contratos de censura nas redes sociais.
- Ações de combate à desinformação nas eleições municipais no Brasil.
- Entidade americana investe em treinamento de funcionários da justiça eleitoral para combater a desinformação e preparação para as eleições locais de 2020.
- Recursos financeiros para o fundo “Diálogos impensáveis no Brasil” que envolve influenciadores das redes sociais objetivando o fim da troca de informações entre apoiadores de Bolsonaro.
- E por aí em diante.
Na história do desenvolvimento civilizacional, os alicerces da relação de poder entre a oligarquia e o “povo” estiveram fincados na opressão pelo uso da força e no abismo de conhecimento entre as duas partes. Tanto pelo desenvolvimento da ciência/tecnologia quanto pelo aumento populacional que impulsionou a criação de meios de redução do tempo e da distância da informação (conhecimento cada vez mais rápido de fatos e razões), tais alicerces vieram sendo paulatinamente corroídos até que chegamos à era digitrônica, quando tecnologias digitais e eletrônicas tornaram a comunicação entre quaisquer 2 cidadãos em partes diferentes do mundo, por mais remotos que sejam, se comunicarem INSTANTANEAMENTE! O que estamos assistindo é o desespero das oligarquias pelo mundo afora - sejam elas democracias, monarquias, ditaduras, tiranias, não importa – tentando desesperadamente manterem-se agarradas a um verdadeiro “pau de sebo” untado com o exercício da manifestação do pensamento e das vontades individuais e coletivas, coisa que nunca existira até então. Este absurdo do "povo" ter meios de questionar, criticar e abalar as estruturas do phoder é inadmissível!!!
São 1h26m, mas se você quer, de uma forma definitiva, perder o muito ou o resquício de inocência que ainda habita a sua alma pura, assista pelo menos os 20 primeiros minutos. Aposto que você vai até o fim.
Eis o link: https://www.youtube.com/live/5VApaD0iqaQ?si=0l1fAqySIkX65xSK