quinta-feira, setembro 23, 2021

RECEITA DO SOCINISMO: HIPOCRISIA COM CINISMO

 

Há cerca de três anos virei um aposentado. Vendi minhas participações nas empresas e só não botei o pijama porque não o tenho. Desde então me dedico a tentar entender esse nosso tempo, tanto no que toca às consequências da digitrônica em nosso modelo de vida e trabalho, quanto nas questões relacionadas ao pacote que podemos identificar como a grande Nova Ordem Mundial. E desde então vivo com meu equipamento perceptivo em suspenso, à espera de um novo susto. Explico.

Eu e muitos dos que me lêem estivemos por umas 4 décadas mergulhados na tarefa de carregar sobre as costas, como Atlas, o mundo das obrigações profissionais e familiares. Outros leitores ainda estão envolvidos com estes fardos, e digo isso sem fazer quaisquer  considerações morais ou de valor. Ou seja, nossa atenção para temas periféricos era nenhuma ou quase nenhuma. Votamos por impulsos ralos; em lugar de representantes elegemos “personalidades” que alçaram desconhecidos ao Congresso[1]; ignoramos o tal de Paulo Freire e o que estava se passando nas salas de aula de nossos filhos e netos; tratamos como inofensivas “performances” pretensamente “artísticas” que atacavam valores da família; consumimos em larga escala produtos “Made in China”; só fomos descobrir o Foro de São Paulo e seus objetivos muito recentemente; e só com a disseminação das redes sociais passamos a dar alguma atenção à política e a ter alguma noção da necessidade de termos que nos unir para impedir que déspotas venham a assumir o poder no Brasil em futuro próximo.

Nesta postagem, trago uma coletânea de afirmações, avaliações e reflexões de diversos pensadores sobre as utópicas e tirânicas propostas do socinismo[2]. É mais um passo no sentido de construirmos uma visão absolutamente clara, límpida, do que é o PTdoG, em que “filosofias” seus dirigentes e seus “intelectuais” estruturam suas falas, suas intenções e suas ações. Neste e em próximas postagens, vou apresentar informações que ajudem o Leitor a entender, pelo menos um pouco melhor, o significado que palavras como democracia, direitos, igualdade, liberdade de opinião e outras têm para seus (deles) partidários (assista o nonsense total no caso da demissão de Alexandre Garcia da CNN). Espero que ao final você tenha a convicção de que o comunismo no poder será uma prática que contrariará a teoria proclamada, pois a pretensão quando no phoder será o controle total e absoluto sobre os cidadãos.

É claro que eles têm que conviver com o fim da URSS, com a realidade da Venezuela, de Cuba e da Coréia do Norte. Mas a hipocrisia cínica da esquerdopatia se agarra à proposta básica de, se o socinismo não vingou, há que se destruir o capitalismo.

Boas reflexões!

 


ALAIN BESANÇON (1932/...)
- Historiador francês, ex-simpatizante do comunismo

O comunismo consegue ser pior que o nazismo, pois, ao contrário deste, soube como ninguém tingir o seu mal especifico com as cores do bem; disfarçar a amoralidade (ou nova moralidade) revolucionária sob o vocabulário da moral “burguesa” ordinária (justiça, igualdade, liberdade etc.); parasitar e perverter o senso de caridade e o amor ao próximo.  (...) induzindo as boas almas a transigir com o mal (...). 

ALEXIS DE TOCQUEVILLE (1805/1859) – Pensador político, historiador e escritor francês.

A democracia amplia a esfera da liberdade [dizia ele em 1848], o socialismo a restringe. A democracia atribui a cada homem o valor máximo; o socialismo faz de cada homem um mero agente, um simples número.


AYN RAND (1905/1982)[3]Escritora russa naturalizada americana.

[No socinismo][4] Os que produzem se tornam escravos dos que necessitam.

Atualmente acredita-se que meu próximo pode me sacrificar de qualquer modo que ele bem entender para atingir qualquer objetivo que considere bom para si, desde que ache que pode se apossar da minha propriedade simplesmente porque precisa dela.

Bastou a primeira assembleia pra gente descobrir que todo mundo tinha virado mendigo. (...) O jeito era chorar miséria, porque era a sua miséria, e não o seu trabalho, que agora era a moeda corrente de lá. (...) Não há maneira melhor de destruir um homem do que obriga-lo (...) a se esforçar por fazer o pior possível dia após dia.

O homem agora se elevará por obra dos esforços que não fez, será honrado pelas virtudes que não demonstrou ter, será pago pelos bens que não produziu.

[O pensamento socinista quer] Culpar a vítima de um assalto por corromper a integridade do marginal.

Quem é você para pensar? (...) Quem é você para saber? Os burocratas é que sabem. Quem é você para protestar? Todos os valores são relativos!

A força, a fraude e o saque, é só o que eles [socinistas] conhecem!

BENITO MUSSOLINI (1883/1945) – Político italiano que liderou o Partido Nacional Fascista.

As massas simplesmente seguirão e se submeterão.


BENJAMIM FRANKLIN (1706/1790) –  Um dos líderes da Revolução Americana, conhecido por suas citações e suas experiências com a eletricidade.

Aqueles que se dispõem a renunciar à liberdade essencial em troca de uma pequena segurança temporária não merecem nem liberdade nem segurança.

DEIRDRE McCLOSKEY (1942/...)    Economista americana.

Capitalismo deveria ser chamado de “inovismo”. E socialismo deveria se chamar “coercionismo”

Ela considerou que] se formos nos afastar do universo das ideias e nos concentrar na guerra, é claro que os países socialistas são melhores na guerra do que os capitalistas. Mas eu desgosto tanto das palavras que usamos, da palavra que começa com “s” e da palavra que começa com “c”. Elas são enganosas, ambas cunhadas por inimigos da liberdade.

Claro que o socialismo é literalmente o uso do monopólio dos governos da coerção física para forçar as pessoas a fazer o que, de outra forma, elas não decidiriam fazer.


FLÁVIO GORDON (1979/...)
– Antropólogo, colunista do jornal Gazeta do Povo

É importante observar a existência de um capitalismo subterrâneo em vigor na URSS, onde se criou uma brutal divisão social pela qual os altos membros do governo, do partido e do funcionalismo público tinham acesso, via mercado negro e corrupção a produtos importados e exclusivos, enquanto o restante da população vivia na escassez das mercadorias locais.

Há duas coisas que o comunismo fez em escala industrial: denunciar e matar.

A sociedade utópica dos esquerdistas é uma “promessa autoadiável”.

Resta que alguns brasileiros estão a postos para impedir que a farsa prospere.

Gordon indica para leitura "URSS: a sociedade corrupta – o mundo secreto do capitalismo soviético, de Constantin Simis".

FRÉDÉRIC BASTIAT (1801/1850) – Economista e jornalista francês.

Para os socialistas existe um estado natural de abundância. Nunca compreenderam a escassez, a existência de recursos limitados.


FRIEDRICH A. HAYECK (1899/1992) – Economista e filósofo austríaco, prêmio Nobel de Economia de 1974.

Fomos aos poucos abandonando aquela liberdade de ação econômica sem a qual a liberdade política e social jamais existiu no passado.  (...) Embora (...) nos advertissem de que socialismo significa escravidão, fomos continuamente avançando em direção ao socialismo.

Socialistas democráticos [??] eram considerados por Hayek indivíduos genuinamente humanos sem a “crueldade” necessária para atingir seus objetivos sociais, mas também eram vistos por ele como pavimentadores do caminho para outros – incluindo fascistas e comunistas – que concluiriam a destruição da liberdade depois de minar irremediavelmente os princípios de igualdade perante a lei e as limitações no poder político na busca da “ilusão da justiça social”.

Racionalismo construtivista: O socialismo parte da ingênua visão de que a racionalidade humana pode desenhar a sociedade perfeita.

É mais importante remover os obstáculos com que a insensatez humana obstruiu o nosso caminho e liberar a energia criadora dos indivíduos, do que inventar novos mecanismos para “guiá-los” e “dirigi-los”.

GEORGE ORWEL (1903/1950) – Escritor, autor de 1984, jornalista e ensaísta político inglês.

O socialismo é a promessa do paraíso sem esforço.

Os socialistas não amam os pobres, eles simplesmente odeiam os ricos.


JEAN-FRANÇOIS REVEL (1924/2006) – Filósofo, escritor e jornalista francês.

Se o fascismo e o comunismo só tivessem seduzido os imbecis, teria sido mais fácil livrar-se deles. 

O comunismo promove a perda de liberdade sem qualquer ganho do lado social. 

A esquerda sofre da ilusão de que existe alguma variedade de comunismo além da versão stalinista. 

É sempre a alegação de que tudo é parte de um processo necessário para um futuro radiante e igualitário chegar.

Se eventuais erros são reconhecidos estes o são atribuídos à execução, nunca da liderança ou dos princípios adotados.

[O esquerdopata] sempre sai ganhando, independente do fato de vencer ou perder a luta pelo poder. Se vencer, ou seja, instalando-se um regime socinista, ele integrará a oligarquia que assume o poder - é, pelo menos, sua esperança -, se perder, continuará a viver e exercer seu modo oposicionista tolerado por uma sociedade livre, sem qualquer risco, mantendo seu prestígio de ser um não-conformista,  e isto num sistema econômico livre, deleitando-se com as benesses do sistema capitalista. 

O comunismo promete abundância e cria miséria; promete liberdade, e impõe a servidão; promete a igualdade, e termina com a mais desigual das sociedades, uma classe de nomenclatura cujos privilégios chegam a um patamar desconhecido até nas sociedades feudais. 

O comunismo explora o motivador utópico perene da nossa espécie.

KARL POPPER (1902/1994) – Filósofo e professor austro-britânico.

Marx, que não era proletário, arrogava-se a capacidade de pensar por toda uma classe à qual ele não pertencia.


LENIN (pseudônimo de Vladimir Ilyich Ulianov) (1870/1924) - Revolucionário comunista, político e teórico político russo. 

É chegada a hora de levarmos adiante uma Batalha cruel e sem perdão contra esses pequenos proprietários, esses camponeses abastados.

LUDWIG VON MISES (1881/1973) – Economista teórico austríaco.

[Para Marx e seus adePTos] o pensamento é determinado pela classe social da pessoa. [Daí que para ele] As ideologias devem ser desmascaradas através da denúncia da posição da classe, a origem social de seus autores.


MILLÔR FERNANDES (1923/2012) – Desenhista, humorista, dramaturgo, escritor, poeta, tradutor e jornalista brasileiro.

Comunismo é uma religião igualzinha às outras. Pra quem acredita, não precisa explicação. Pra quem não acredita, não adianta explicação.


ROGER SCRUTON (1944/2020) – Filósofo e escritor inglês. [Sartre, mesmo depois de saber sobre os campos de concentração na União Soviética] urgiu seus compatriotas a “julgarem o comunismo por suas intenções, e não por suas ações”.

O marxismo destrói a realidade em favor de uma ideia.

Doses de pessimismo são cruciais para se evitar catástrofes. Pessoas escrupulosas misturam um pouco de pessimismo às suas esperanças, reconhecendo que a vida possui limites, não apenas obstáculos. Há uma forma de vício na irrealidade que cria uma das formas mais destrutivas de otimismo, o desejo de substituir a realidade por um sistema de ilusões.

THOMAS SOWELL (1930/...) – Economista e escritor.

Termos como “responsabilidade social” ou “contrato social” são usados para descrever o que terceiros querem que seja feito, desconsiderando se outros concordaram ou não em fazê-lo.

“Propósito público” pode significar quase que qualquer coisa.

YUVAL NOAH HARARI (1976/...)   Professor israelense de História e escritor.

Pode-se discutir se é melhor fornecer às pessoas uma renda básica universal (o paraíso capitalista) ou serviços básicos universais (o paraíso comunista). Ambas as opções têm vantagens e desvantagens. Mas não importa qual paraíso você escolha, o problema real está em definir o que “universal” e “básico” realmente significam.


ZYGMUNT BAUMAN (1925/2017) – Sociólogo e filósofo polonês.

Segurança sem liberdade equivaleria à escravidão (...) e liberdade sem segurança desataria o caos.


Dia após dia, milhões de homens e mulheres em milhares de aeroportos de todo o mundo, pressurosos por embarcar em seus voos, fazem longas filas com atitude dócil, ou mesmo entusiástica, para se submeter a controles pessoais e revistas corporais que antes teriam qualificado como mais uma manifestação sinistra e humilhante das aspirações totalitárias atribuídas aos poderes vigentes.


A liberdade e a segurança não podem sobreviver uma sem a outra, por assim dizer, mas tampouco podem conviver em paz. (...) O movimento pendular é o resultado dessa aporia [situação insolúvel].


Embora transformando seres amedrontados em escravos das ordens divinas, essa extraordinária transformação do Universo em Deus foi também um ato de empoderamento humano indireto. De agora em diante, os seres humanos teriam de ser dóceis, submissos e condescendente (...) para garantir que as horrorosas catástrofes que temiam passassem por eles sem atingi-los (...)

 

Pelo simples expediente de serem dóceis, as pessoas podiam forçar Deus a ser benevolente.


Encerrando, me permita incluir duas reflexões minhas e duas notas.

1 - A incongruência ao associar democracia a socinismo está no simples fato de que se alguém detém a verdade - no caso a verdade política - é óbvio que ela não precisa da democracia, ou, mais corretamente, os valores democráticos ainda vigentes são o obstáculo a ser eliminado.

2 - Os "engenheiros sociais" são ungidos que imaginam poder moldar o indivíduo submisso a normas que visam uma utópica, incongruente e, portanto, impossível sociedade perfeita.

3 – No dia 22/09/21, assistindo o programa “Pingo Nos Is”, fico sabendo dos esquerdopatas que praticam sua “democracia” postando mensagens de “desejo de morte” ao Ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que contraiu COVID!!!

4 – E também no dia 22, fico sabendo da greve de fome do jornalista Wellington Macedo, preso por Alexandre de Moraes, que já dura 18 dias, cuja debilidade sua mulher avalia lhe dar mais poucos dias de vida.


[1] Ver esta matéria que traz os números sobre o assunto.

[2] Por considerar que muitos conceitos são comuns tanto ao comunismo quanto ao socialismo, venho usando “socinismo” para referenciar o “pacote” das utopias dos dois sistemas.

[3] As citações atribuídas a Ayn Rand são falas ou reflexões dos personagens do romance A Revolta de Atlas.

[4] Entre colchetes são inserções minhas.

NOTA: Para mais ideias da maioria dos autores citados, visite paulovogel.blog.br e acesse a aba "Extratos".

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