quinta-feira, outubro 21, 2021

A RELIGIÃO PTdoG

“A ideologia é um conjunto de doutrinas, na maior parte de assombrosa imbecilidade, criadas para fechar as avenidas da investigação intelectual. (...) A ideia de “ditadura do proletariado” não pretendia descrever uma realidade; pretendia pôr fim às indagações, de modo que a realidade não pudesse ser percebida.”

Roger Scruton

O comunismo é uma ideologia sem Deus, mas ao adotar, na prática, os métodos gramcistas, o PT deu um salto estratégico e se transformou em uma religião cujo Deus, referência moral suprema, é Gramsci, o ideólogo-prisioneiro italiano que nos seus 11 anos de cárcere construiu os fundamentos para a evangelização das massas para a aceitação de sua hipotética  inferioridade intelectual. Expor ao Leitor um pouco dos dogmas e mentiras do catecismo Petista é o meu objetivo, e não pela minha ótica, visão ou interpretação, mas pela avaliação de intelectuais que, em alguma medida se dedicam e se dedicaram à tarefa de desmascarar tal seita. Este texto é um rearranjo de reflexões de 2 principais autores: Flávio Gordon[1] e Olavo de Carvalho[2]. A estes acrescentei algo de Orlando Figes[3] e Roger Scruton[4].

A estratégia de Gramsci é a execução de uma lavagem cerebral” e de um “adestramento pavloviano da sociedade” com o objetivo final de obter “a coletivização das consciências e das almas”. Se isto não é a vontade de ter poder pelo phoder, por que alguém desejaria tal coisa para a humanidade? Pior. Por que esta ideia tem militantes por todas as partes? A par da pandemia causada pelo Coronavírus, parece haver uma outra pandemia de desejo de tirania sociopata profunda cuja transmissão virótica se dá por proximidade com máscara e em momentos de fraqueza intelectual. A meta final dos infectados é declaradamente “a transformação da natureza humana”[5], ou seja, mudar a psique de 8 bilhões de seres humanos!!! Não se assustou? Leia de novo. Ficou assustado? Leia de novo. Depois, respire fundo porque vem mais.

Quem são os defensores irracionais do PTdoG? Minha resposta está no que apresentei em “Reflexões Vitimistas”. Os alvos fáceis são eles, os vitimistas, os que “anseiam por ilusões lisonjeiras, em cujo colo macio possam esquecer sua própria miséria”.

Estratégia apresentada vejamos o que este a-Deus[6], em suas enclausuradas masturbações, ejaculou como ações táticas. Se Marx tratou do idealismo de uma “ditadura do proletariado”, Gramsci cuidou da metodologia, do como fazer.

Gramsci é astuto, vil, sórdido, inteligente e psicopata[7] em último grau.  Não instiga a rebelião porque não quer o confronto advindo da reação de opositores naturais, óbvios, que poderiam derrotá-lo. Suas táticas são inspiradas na “aranha que anestesia a vítima antes de matá-la”. Para ele a transformação deverá ser conduzida por meio de pequenas e quase imperceptíveis rupturas” operadas no seio das instituições da sociedade civil e do Estado, através de um paciente processo de penetração em busca de uma “hegemonia” de humanos, como Gramsci nomeou. Quando esse fim for atingido, o Partido, a Igreja Suprema (também visto como um moderno “príncipe” de Maquiavel), através de seus discípulos, assumirá “o controle da sociedade política”, pois toda a cultura estará “pronta para recebê-los de maneira consensual”.

Um discípulo de qualquer nível do PTdoG mente desavergonhada e descaradamente porque apreendeu o preceito gramscista de que o uso da mentira “não é nada mais, nada menos” que “o método essencial da ação política.”

Para que, portanto, radicalizar, confrontar? Tudo pode ser alcançado “sem sujar as mãos”. Melhor “trabalhar pela derrota da hegemonia burguesa”, preferencialmente ocupando alguma posição no establishment e “aproveitando seus frutos”. Há que primeiro “ocupar os espaços apropriando-se de todos os meios de divulgação” (e isto o PTdoG fez com razoável competência). O que um bom petista “temente a Gramsci” deve desejar, é “mudar os sentimentos morais, as reações de base” sem provocar “prematuramente[8] antagonismos indesejáveis”.

E tudo tem que ser feito desde a base. Para Gramsci, “toda relação de hegemonia é necessariamente uma relação pedagógica”.  Portanto, “as escolas, as universidades, as igrejas, os jornais, a esfera do show business” são, em sua terminologia, “aparelhos privados de hegemonia”.

Se o PTdoG abre mão da força, da rebelião em armas, antes de chegar ao phoder (MST, MTST e outros, são rebeldes incômodos), é porque eles precisam dos intelectuais, seus “verdadeiros agentes da revolução”. Acreditam que da união entre intelectuais petistas e as massas “emergirá uma nova forma de governo por consenso” (não ria!). O detalhe é que para Gramsci quem quer “que trabalhe para a propaganda do Partido” é um intelectual.

Era isto o de mais relevante tinha para mostrar ao meu Leitor. Apenas acrescento algumas informações adicionais como complemento, aquela cereja do bolo, aquele “Ah, e mais uma coisinha” com que o Cláudio Lessa termina seu noticiário. Neste meu caso, são algumas cerejas e algumas coisinhas a mais.

DE FLÁVIO GORDON

1.    Aproximadamente um terço das dissertações ou teses no campo acadêmico-educacional citava o nome de Gramsci (...) o teórico do aparelhamento [que] no caso do aparelhamento petista do Estado transformou os poderes Legislativo e parte do Judiciário, além de (...) organizações da sociedade civil (UNE, OAB, CNBB entre outras) em meros órgãos do partido [mas tudo isso] precedido pelo aparelhamento da cultura.

2.    É importante observar a existência de um capitalismo subterrâneo em vigor na URSS, onde se criou uma brutal divisão social pela qual os altos membros do governo, do partido e do funcionalismo público tinham acesso, via mercado negro e corrupção a produtos importados e exclusivos, enquanto o restante da população vivia na escassez das mercadorias locais.

3.    Há duas coisas que o comunismo fez em escala industrial: denunciar e matar.

4.    Não por acaso, Hitler e Lula reivindicaram para si, mutatis mutantis, aquele[9] “direito ao crime”.

5.    Os petistas se convenceram de que, por serem excepcionalmente virtuosos, haviam forçosamente de gozar de um “direito ao crime”.


DE OLAVO DE CARVALHO

1.    A corrupção petista não é [só] financeira: é uma corrupção política, moral e psicológica. Ela consiste em perverter até o fundo os meios de atuação política e mesmo cultural, os critérios de julgamento e a consciência moral dos indivíduos e das massas.

2.    A organização do PT não é de um partido político eleitoral, mas sim a de um partido revolucionário, construído para tomar o poder. [quando] então os dissidentes serão banidos e se instalará a unidade monolítica.

 

DE ROGER SCRUTON

Claramente, estamos lidando com uma necessidade religiosa, uma necessidade plantada profundamente em nosso “ser genérico”. Existe um desejo por pertencimento que nenhuma quantidade de pensamento racional, nenhuma prova da absoluta solidão da humanidade ou da natureza irredimível de nossos sofrimentos pode erradicar. E esse desejo é mais facilmente recrutado pelo deus abstrato da igualdade que por qualquer forma concreta de compromisso social. Defender o que é meramente real se torna impossível quando a fé surge no horizonte com seus atraentes presentes de absolutos.

 

DE MICHAEL LÖWY[10]

 

O problema do PT foi não ter sido suficientemente de esquerda. [Se lhe for dado nova chance, não irá cometer o mesmo erro.] É como se nos dissesse: “Está vendo? Vocês ainda não nos deram o poder ilimitado. Por isso as coisas deram errado."





[1] Flávio Gordon, doutor em antropologia social, escritor, tradutor e autor do blog "O Brasil e o Universo: crônicas sobre a surrealidade política e cultural brasileira" (http://obrasileouniverso.blogspot.com.br). O que usei neste post foi tirado de “A Corrupção da Inteligência’ cujo extrato você pode ver aqui.

[2] Olavo de Carvalho, professor, filósofo, autor de “O Imbecil Coletivo”, “O Jardim das Aflições”, “O Mínimo Que Você Precisa Saber Para Nâo Ser Um Idiota”, entre outros. O que usei neste post foi tirado de “A Nova Era e a Revolução Cultural” cujo extrato você pode ver aqui.

[3] Citado por Flávio Gordon, Orlando Figes é um historiador inglês, professor de História na Universidade de Londres. É um dos maiores especialistas atuais em história da Rússia desde o século XVIII. Fonte: Wikipédia

[4] Roger Scruton, escritor inglês, filósofo conservador, autor de “Tolos, Fraudes e Militantes” de onde tirei o que fiz uso neste artigo cujo extrato você pode ver aqui.

[5] Um exemplo prático vem da “arrogância suprema” de Jean Wyllis, ex-BBB e deputado quando disse que “os livros, o conhecimento, me livraram dos destinos imperfeitos e me colocaram numa posição de transformar o mundo para melhor”.

[6] A-Deus: Uso “a” tanto no sentido grego de negação, um não-Deus, um Deus que não é Deus, mas o é para os cooptados e convertidos, quanto no sentido de “agnóstico”, um “deus” que não acredita em sua natureza transcendental.

[7] Lembro que a psicopatia é total falta de empatia com seu semelhante. Um psicopata de “raiz” tem para com os demais, todos os demais, seres humanos total desprezo, só lhe interessando o que eles podem servir a seus próprios interesses, desejos e objetivos.

[8] Em Olavo de Carvalho encontramos o alerta para este “prematuramente”: “Depois que se toma o poder (...) de certo modo, a Revolução Cultural perde força a partir do momento em que o Partido domina o Estado.

[9] A expressão latina quer fazer uma ressalva, ou seja, é igual mas depois de feitos um ou outro ajuste.

[10] Pensador marxista brasileiro (!!!), citado por Flávio Gordon.







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