Ou Como Criar um Esquerdista Raiz
(Se preferir ouça o áudio.)
Hoje vamos fazer mais um intervalo na série “Extirpando a Democracia”, mas você pode considerar esta postagem como um adendo, pois é sobre a relação entre o poder e a servidão.
Dia desses me chegou um vídeo sobre a ingratidão de alguém a quem muito ajudamos. Distribuí o vídeo
pela minha lista Hipocrisia, mas se você não o assistiu, deixo um link no final.
Nele, uma mulher que não se identifica começa com uma pergunta: “Sabe por que as pessoas não reconhecem o
que você faz por elas?”
Como considerei o teor da
resposta a explicação do porque o socinismo[1]
nunca ter funcionado e porque nunca funcionará, adaptei a pergunta para explicar
o processo pendular das alternâncias dos sistemas de poder, especialmente, nos
últimos 3 ou 4 séculos.
A pergunta fica assim:
Sabe por que o povo revela ingratidão não reconhecendo o que os
políticos fizeram por ele e até mesmo se revolta contra um governo populista?
Evidentemente, querendo o voto dos mais humildes e percebendo que
uma parte do povo não conquista por seu próprio esforço alguma coisa – em
função das capacidades físicas, mentais e cognitivas de cada um – governos populistas
usam recursos dos impostos pagos por todos, para “extirpar” as “injustiças” da
vida através de ações econômicas e sociais inclusivas.
Então, numa primeira vez, criam, por exemplo, o vale transporte,
e o povo fica agradecido ao líder da ocasião e a seus apoiadores, todos
políticos que esperam ser bajulados com o voto num próximo pleito, pois aparentam
se preocupar com os mais humildes.
O tempo passa e criam um
novo “auxílio”, o “bolsa alimentação”, e o povo, já tão agradecido por ter
condução gratuita, se alegra com mais esta ajuda não-solicitada, e antecipadamente,
começa a imaginar qual e quando será
a próxima benesse.
Eis que o governo implanta
um regime de cotas para entrar nas universidades. Aquele que não pode, por
qualquer característica pessoal, biológica, cultural, sexual, ser enquadrado no
modelo padrão, tem direito a uma certa cota de vagas mesmo que suas notas no
vestibular tenham sido abaixo da média dos que ralaram para chegar entre os melhores.
E o povo, passa a alimentar uma grande expectativa de mais medidas protetoras da vitimização.
Para não frustrar tais
expectativas, os legisladores criam um “seguro-desemprego”, com a justa razão
de subsidiar por um bom tempo aqueles que perderam seus empregos.
Evidentemente, as fraudes que tal sistema permite, são apenas “danos
colaterais” que devem ser ignorados. Agora, expectativa tornada realidade, o
“povo” passa a se considerar merecedor de tudo o que o “estatizante” socinismo
faz por ele. Com este “mecanismo”, o Estado protetor garante a formação do
esquerdista raiz, o militante vitimista, dependente, incapaz, que será o
pesadelo da sociedade de amanhã.
Há um fim para essa pretensa
solidariedade? Há, mas ainda faltam dois passos. Como a culpa da criminalidade
não é mais do autor do crime, mas das vítimas, os políticos instituem o
“auxílio reclusão”, uma forma de compensar o criminoso pelo azar de ter sido
preso, o que impediu o pobre coitado de sustentar a família com os ganhos de
novos crimes e também pela desconfortável vida
que ele terá, por alguns anos, em uma cela superlotada. Não só os
presidiários, mas todas as pessoas “beneficiadas” por estes “programas sociais”
se viciaram em receber tais “ajudas”.
Mas para tudo há limites,
exceto neste sistema – já mostro porquê. Em se tratando do Estado protetor, a
cada carência suprida, há que se buscar recursos, e como a arrecadação começa a
cair mesmo depois de aumentar e aumentar os impostos – confirmando a curva de
Laffer[2]
- os phoderosos se vêem obrigados a reduzir ou “extirpar” algumas ajudas.
É quando aquelas pessoas viciadas ficam inconformadas, ressentidas, porque
estão tirando delas o que elas entendem ser um “direito adquirido” e, portanto,
irremovível. Agora o “Estado é o ópio povo” [3].
É chegada a hora de o povo passar a odiar o governo vigente,
pois já não sabe superar as vicissitudes da vida sem o protecionismo estatal. E
é neste momento que os opositores – aqueles perdedores da última eleição –
ansiosos por voltar ao phoder, captam a mensagem da insatisfação
generalizada, aproveitam o momento e tomam tal ingratidão como bandeira, e
fazem uma revolução ou dão um golpe. E o pêndulo, tendo perdido as
forças em uma direção, se volta para a direção oposta.
Resumidamente temos, então, as 7 etapas da dependência vitimista:
agradecimento, esperança, expectativa, merecimento, vício, ressentimento e
revolta.
O que tanto nós quanto o poder político precisa observar é o
limite do que deve e pode ser dado, porque o outro nunca tem limites para
receber, e essa é a exceção a que me referi anteriormente.
Obrigado pela sua atenção e não se avexe em comentar.
Até a próxima postagem.
(Neste link o vídeo citado.)
[1] Socinismo é o termo que criei a partir da combinação de socialismo,
comunismo e cinismo.
[2]
A curva de Laffer é uma definição econômica que mostra quanto o governo arrecada de impostos aplicando diferentes alíquotas. Segundo a curva, em determinado ponto, um aumento na tributação resulta em uma receita menor do que antes. Seu conceito foi desenvolvido pelo economista americano Arthur Laffer, que defendia a diminuição dos impostos como uma forma de estimular a Economia.
[3] Para Marx, a “religião é o ópio do povo”. Foi sim, por muito tempo, concordo, mas agora é o Estado socinista que vicia.
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