Deste início e até o fim, uso o termo disruptivo para sintetizar um processo novo que não resulta de um aprimoramento dos até então existentes, mas que é tão radicalmente novo que só novos e ousados agentes são capazes de implementá-los resultando em novos modelos de processos drasticamente diversos do então em vigor.
E com digitrônico, sintetizo a união da tecnologia digital-binária que tem origem na primeira metade do século XX, somada às tecnologias de hardware de comunicação, via fibras óticas e satélites dos anos 60 e 70, que viabilizaram a comunicação mundial instantânea e, por consequência, o desenvolvimento de equipamentos eletrônicos e aplicativos sofisticados mas simplificados para uso do cidadão comum. Tudo isto tendo como camada invisível ao usuário, potentes linguagens de programação, até sofisticadíssimos bancos de dados distribuídos na nuvem e que detém recursos de armazenamento e recuperação de dados que nos surpreendem a cada clique.
Tenho ouvido analistas respeitados comparando a revolução tecnológica que vivemos, a digitrônica, à revolução industrial iniciada na segunda metade do século XVIII. Alegam que as principais questões são as mesmas: impacto no modo de produção, nos padrões de consumo e numa tensão sobre uma possível redução no nível de emprego que nunca ocorreu. A diferença que aponto, reside no fato de a revolução industrial ter sido consequência da evolução de escala buscada por aqueles que produziam produtos manufaturados. A energia produzida pelo vapor impulsionando o movimento, não trouxe um novo mercado destruindo um outro. Instalações produtoras não deixaram de existir. Elas adaptaram seus processos produtivos adotando a nova forma de gerar energia mecânica, isto quando muitas delas foram descobridoras de novas tecnologias. A consequência foi produzir mais no mesmo espaço de tempo e mais barato. Se alguém foi afetado, foi aquele industrial que não adotou, ou adotou tardiamente, o novo, pois o objetivo central era e ainda é "como eu produzo o mesmo mais e melhor que meu concorrente".
E com digitrônico, sintetizo a união da tecnologia digital-binária que tem origem na primeira metade do século XX, somada às tecnologias de hardware de comunicação, via fibras óticas e satélites dos anos 60 e 70, que viabilizaram a comunicação mundial instantânea e, por consequência, o desenvolvimento de equipamentos eletrônicos e aplicativos sofisticados mas simplificados para uso do cidadão comum. Tudo isto tendo como camada invisível ao usuário, potentes linguagens de programação, até sofisticadíssimos bancos de dados distribuídos na nuvem e que detém recursos de armazenamento e recuperação de dados que nos surpreendem a cada clique.
Tenho ouvido analistas respeitados comparando a revolução tecnológica que vivemos, a digitrônica, à revolução industrial iniciada na segunda metade do século XVIII. Alegam que as principais questões são as mesmas: impacto no modo de produção, nos padrões de consumo e numa tensão sobre uma possível redução no nível de emprego que nunca ocorreu. A diferença que aponto, reside no fato de a revolução industrial ter sido consequência da evolução de escala buscada por aqueles que produziam produtos manufaturados. A energia produzida pelo vapor impulsionando o movimento, não trouxe um novo mercado destruindo um outro. Instalações produtoras não deixaram de existir. Elas adaptaram seus processos produtivos adotando a nova forma de gerar energia mecânica, isto quando muitas delas foram descobridoras de novas tecnologias. A consequência foi produzir mais no mesmo espaço de tempo e mais barato. Se alguém foi afetado, foi aquele industrial que não adotou, ou adotou tardiamente, o novo, pois o objetivo central era e ainda é "como eu produzo o mesmo mais e melhor que meu concorrente".
A revolução digitrônica é de outra natureza. Ela é disruptiva porque rompe com o existente apresentando algo que não é fruto da evolução competitiva como na revolução industrial. É disruptiva pois ao se instalar interrompe (ou reduz) o tamanho da participação de uma solução existente, porque introduz uma solução alternativa tecnologicamente nova. Ela é disruptiva porque não nasce de dentro de quem está ganhando (vide grandes marcas mundiais que viraram lixo, ou quase, num piscar de anos). Ela é criada, alimentada, incrementada, por gente de fora, os chamados "outsiders".
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Até aqui só conceituei a disrupção digitrônica e apontei alguns fatos que a originaram. É óbvio que existiram outros, muitos outros, protagonizados pela determinação de Bill Gates em transformar o computador em objeto pessoal, por Steve Jobs com sua doentia mania de perfeição e design, por Marc Andreessen ao fazer o primeiro navegador, pelo mouse criado no laboratório PARC da Xerox, pelo SQL da IBM, pela estrutura de banco de dados relacional de Larry Ellison, pelos chips cada vez mais velozes da INTEL etc. Mas estes 3 que escolhi estão na base da digitrônica, pois suas ideias tornadas em produtos de massa são as que hoje fazem a disrupção.
Tim Berners-Lee rompeu com a forma de produzir e distribuir informação por texto e imagem, eliminando a necessidade de todos os processos para transportá-las de um ponto ao outro do globo terrestre. Mais que isso, tornou tal traslado, simplesmente imediato. Isto criou dois problemas: volume de informações a armazenar e necessidade de algoritmos de recuperação. Inicialmente a armazenagem era um problema do usuário, mas a pesquisa e recuperação era um problema que exigia soluções tecnológicas sofisticadas.
Então apareceu o Google com seu modelo de atrair uma montanha de capital para aplicar no desenvolvimento de um buscador "killer", matador, como dizem os americanos, que realmente primeiro matou o AltaVista (o primeiro buscador) e depois (2013), o Yahoo! Hoje, com seus algorítimos de pesquisa que eu e, tenho certeza, todo mundo pensa que só pode ser coisa do "Sobrenatural de Almeida", pois é onisciente, a tudo me respondendo em microssegundos. A disrupção do Google alcança praticamente todas as atividades humanas. Ao "saber de tudo", responder a tudo, elimina a intervenção ou participação de profissionais de várias áreas do conhecimento. Já vou ao escritório do advogado, sabendo que leis devem ser consideradas no meu litígio e quais são minhas chances, e, portanto, só quero seus serviços na montagem da estratégia. Vou ao médico levando meu diagnóstico sobre meu imaginado mal. Se leio ou ouço qualquer notícia ou simples informação sobre a qual tenho cá minhas dúvidas quanto à veracidade, apenas digito na barra de pesquisa algumas palavras e de imediato posso chegar à minha conclusão extraindo-a das tantas fontes que me são oferecidas, que aprofundam, resolvem ou certificam minhas dúvidas.
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Digitrônica: onipresença, onipotência e onisciência. Está feita a disrupção. Agora precisamos estimar, imaginar, como a sociedade, como o mundo, como a vida, irão funcionar. Que novas regras, padrões, normas, passam a vigorar. Que implicações existirão sobre a ética, sobre a moralidade, sobre a importância da virtude nas ações do homem como desejava Aristóteles, sobre o papel da vontade de potência como agente de mudanças na proposta de Nietzsche, e como se conduzirá o debate das ideias contrárias? Como desejada por Platão em sua dialética (um debate comprometido com a busca da verdade) ou um embate sangrento entre verdades opostas até que uma subjugue e escravize a outra?
Por hoje, é só. Quando voltar, vou me arriscar a explorar o que a disrupção digitrônica já mudou ou pode vir a mudar no cotidiano da vida, nas interrelações, na política, no país e no mundo.