quinta-feira, outubro 28, 2021

MEUS QUERERES NESTE FINAL DE 2021


 “É fácil compreender o que se passa... depois que se passou”

Olavo de Carvalho

É com a intenção de ajudar a entender o que se passa antes que seja tarde que, neste texto, apresento minhas angústias, faço alertas e clamo por ajuda. 

Começo expressando o desejo desta mensagem chegar a pelo menos um ou dois dos valentes guerreiros que se expõe nas plataformas digitais, jornalistas ou não [1], fazendo oposição/reação ao processo de causar um black-out intelectual nas mentes dos cidadãos brasileiros, independente em que parte do espectro político-filosófico se coloquem. E é por esta abrangência das consequências que começo.

Jovem (ou idoso) socinista! Alerta! Hoje és flecha, no amanhã serás alvo! O critério para restringir seus direitos, suas liberdades de ação e expressão, não é a sua opinião, sua visão de mundo, sua cultura, seus valores, suas crenças, é tão somente a que classe de humanos o “mecanismo”[2] enquadre você: se na classe da minoria dos dominadores, detentores do poder pelas armas e “canais” opressores; se na classe dos inocentes úteis, lesados ideológicos, hoje bucha de canhão, mas que amanhã serão descartados por falta de uso; ou se na classe dos manobrados, manipulados,  desarmados, submissos, escravos voluntários ou involuntários a serviço de subsidiar os privilégios da primeira classe citada (lagostas, vinhos premiados etc.), benesses (auxílios justificados e injustificados etc.) e direitos auto-atribuídos (férias de 2 meses, jatinhos da FAB etc.) pelos primeiros. Neste final de outubro/21, paralelamente à ação canceladora das plataformas digitais contra o fato de Bolsonaro ter lido uma reportagem da revista “Infame”[3], alguns vitimistas já estão sendo atingidos[4].



Não estou preocupado com eles, nem comigo, pois me vou antes que possa saber em que vai dar isso tudo. Já disse: minha preocupação é com nossos netos, pois a evoluirmos neste processo insano de aumento gradativo de um regime tirânico, serão eles os escravizados (ou escravizadores), mas, de qualquer forma, serão os que pagarão a conta, talvez até com a própria vida. Se me disponho a expressar meus medos e angústias, é porque não quero, com silêncio e omissão[5], contribuir para um projeto que tem como fim usurpar da raça humana a própria natureza humana. Ok, hão de perguntar, fazer o quê? 

Não aceitar o duplipensar[6] expresso na novilíngua. Coisas como ter na mesma mente chamar a “ensacadora de vento” de “Presidenta” e defender o fim da identificação de gênero com coisas como sermos “seres humanes” e “pessoa com vagina”!

Ignorar totalmente a existência de vitimistas neuróticos como a “artista” da “performance” neste vídeo (pode ir direto ao minuto 2:18). Não vomite. 

E a mais importante é não cair na armadilha de perder neurônios elaborando uma indignação mental para se convencer de que você não é maluco. Não é, mas estão querendo que você acredite que é. E é aqui que chego a meu ponto principal, à minha crítica bem intencionada. 

Estamos em uma guerra (já falei disto antes, falo de novo porque é preciso). Não se diz ao inimigo que o raciocínio dele não está correto, ou que as razões que ele tem para te matar não são válidas, ou são mentirosas, ou são “fake news”. Se você quer sair vivo, entricheire-se antes de qualquer coisa, pegue sua melhor arma, faça uma boa pontaria e atire, diabos! Ou simplesmente proteja-se, fuja. Qualquer outra atitude será inócua, ou o levará a se render, ou será seu fim. 

No primeiro dia da TV JP News, um jornalista ao comentar sobre a “Fake News” Covid/HIV, termina com a seguinte afirmação: “É preciso criar um meio de coibir isso”! Criar quem? Coibir o que, cara pálida? Coibir alguém de ler uma reportagem? Coibir a revista de reproduzir uma notícia que é quase certo foi obtida e divulgada por uma big agência de notícias internacional? Coibir “alguém” de falar, escrever, divulgar uma pretensa “mentira”? Ou mesmo uma evidente, flagrante mentira? Ou coibir tudo que é “inconveniente” ao “mecanismo”. Diga lá, meu caro! Quando eu tive hepatite, várias pessoas (minha mãe a primeira) me aconselharam a tomar chá de boldo. E aí, ô cara de pau? Vai mandar prender mães, tias, avós, vizinhas que recomendam chás de toda ordem para toda ordem de males? E o padre que recomenda ave-marias e padre-nossos para nos livrar/perdoar de todos os pecados? É “Fake News”? Questionar tais manifestações de quem quer que seja é obrigação de um imprensa em busca de desmonte de narrativas com propósito definido. Há que trazer para a frente das câmeras de programas como “Direto ao Ponto”, “4por4”, “Opinião no Ar” e até mesmo convidados para aa live semanal do Presidente, personagens como Renan, Randolfe, Pacheco, Barroso, Moraes, Salomão, esquerdoartistas, Felipe Santa Cruz, Luiza Trajano, Maria Alice Setúbal, Hélio Schwartsman (e companheiros de mesma má índole), e todos os que se escondem no desejo de retorno a um sistema oligárquico de a$$alto ao país, de modo a  terem seus posicionamentos confrontados frente às câmeras. Mais do que isso, serem confrontados com o futuro previsível do avanço de uma tirania cultural imposta de cima para baixo a partir de políticas como ideologia de gênero, socinismo, passaporte de vacina, censura direcionada, governo mundial, nova ordem mundial e outras sandices. Não há porque temer tal confronto. Se temermos, então não estamos suficientemente conscientes de nossos valores. E não adianta bater em "saco vazio" como faz, por exemplo, Constantino com Amanda, pois ela é apenas uma pobre coitada que acredita em "democracia socinista" e em desejos honestos de políticos corruptos ou ansiosos por uma oportunidade.

Mas não é isto que nossos estóicos guerreiros estão fazendo. Boa parte dos que indico na primeira nota de rodapé, por decisão própria ou por injunção das regras de seus contratos de trabalho, nem podem fazer o que reivindico.  Mas que pelo menos, quando intimados a analisar uma “atuação” típica dos “perdedores de 2018”, não percam tempo precioso da tolerância de suas audiências falando para a bolha, nos explicando a falta de lógica e as razões “aparentes” que justificam o que apoiam ou o que fazem, até mesmo com total desprezo pela Constituição. Isto é atitude de avestruz. É ignorar a guerra. É não me ajudar a entender o que está por trás.

Quero saber as razões que sustentaram a birra de Barroso em relação ao voto impresso, auditável, que visa trazer mais um mecanismo de segurança para garantia de processo eleitoral honesto. Quero saber as razões de Alexandre de Moraes para ir contra si mesmo, pois está em todas as plataformas o vídeo de seu discurso onde diz: “quem não quer ser criticado, quem não quer ser ridicularizado, fique em casa” (assista o vídeo) tendo sido acompanhado em seu voto por todos os demais 10 ministros  de então. Que poderosas forças ocultas fazem este jurista, ministro da suprema Corte do País, passar a perseguir e prender quem diz o que ele não gosta de ouvir?[7] Quero saber quem exigiu que Fachin soltasse "o maior ladrão do país" em mar/21 com uso de uma “firula” jurídica - e se os argumento$$$ foram fortes ou se bastou o ministro ser militante do PTdoG - e enviasse os processos e provas para as catacumbas do judiciário do Distrito Federal para serem reanalisados (sic), reanálise esta que não aconteceu até hoje (out/21) e que, não acontecendo a confirmação da condenação até janeiro/22, do “homem mais honesto do Brasil” estará inocentado de ter comandado, por mais de uma década, um assalto na “mão grande” aos impostos pagos e oriundos do trabalho e inocência de mais de 200 milhões de brasileiros. Quero saber o que faz Renan e seus parceiros desejarem tanto retirar Bolsonaro da disputa em 2022? Que tanto eles perderam de propinas em obras públicas? O que sustenta as inações institucionais da OAB frente aos abusos da justiça que, iniciados pelo STF, já começam a ser copiados por instâncias inferiores (vide TSE)? Quero ver exposta a hipocrisia de artistas consagrados que foram agraciados com recursos da lei Rouanet tomando o lugar de jovens valores que seriam, em princípio, os destinatários dos recursos. Quero saber com o que eles se comprometeram para assumir tal cinismo (ouvi dizer que um certo ator ex-global deixou escapar que só investia em imóveis em... Paris). Quero saber o que move Dória na insistência de uma vacina pra lá de Xing-ling feita pelo país de onde surgiu o coronavírus (de onde provirá o financiamento de sua próxima campanha seja lá para que cargo for?). Quero saber com o que está relacionada a exigência de uma vacinação que não imuniza nem impede o contágio, como já observado. Quero saber como Renan e Aziz, possuidores de má ficha corrida, foram colocados no comando de uma CPI com o único propósito de tirar o Presidente do cargo. Que acordos foram feitos para os governadores terem sido blindados de investigação pela CPI, mesmo com casos suspeitos de corrupção apontados pela própria imprensa? 

Estes são alguns poucos dos meus quereres que, creio, sejam NOSSOS quereres. Eles são muitos e as respostas que encontramos não nos satisfazem, porque nós já sabemos que eles nos acusam do que são; sabemos que nos acusam de fazer o que fazem; sabemos que querem implantar um Estado opressor, desconstruir a família, e a integridade psicológica de nossas crianças (é de pequeno que se torce o pepino); sabemos que querem inserir o país em uma “nova ordem mundial”; que querem aumentar o poder de censura, mas só das manifestações de opinião contrárias às suas “verdades”; que querem tomar o lugar um presidente eleito em um pleito que não conseguiram fraudar; sabemos que são contra todo e qualquer ato ou intenção de um governo que não o deles; enfim, longe do phoder, sabemos o que conseguimos enxergar, o que nos é dado o direito de ver, mas e as intenções e objetivos que o “mecanismo” esconde?

Eu e todos os brasileiros distantes do phoder, mas alvos primários deste mesmo phoder, precisamos de fontes – informantes, na novilíngua – que, na possibilidade de enxergarem além do que podemos enxergar – exponham as reais intenções do que dizem e fazem em público esses “perdedores de 2018”. 


Acho que já disse o que precisava. Encerro recorrendo e me inspirando em um alerta do professor Olavo para ressaltar o erro de se argumentar logicamente, legalmente, juridicamente, moralmente, contra os ataques dos “perdedores de 2018”, pois aze-lo “é tão descabido quanto tentar deter um assaltante à força de citações do Código Penal” e/ou, acrescento eu, de com a Bíblia na mão citar os mandamentos “Não roubarás” e “Não matarás”!!!
 


Estóicos guerreiros da comunicação digital, tragam-nos a luz!

 

P.S.: Como fica evidente, estou relendo “1984”. Nos momentos de descanso da leitura me pergunto: onde eu estive vivendo por décadas que não me dei conta do que acontecia e que hoje tenho como realidade a ficção que Orwell imaginou em 1948.



[1] Talvez algum leitor tenha um meio de acesso a algum deles onde possa postar uma mensagem longa. Eles estão entre os listados aqui ao lado, abaixo do índice das postagens.

[2] “Mecanismo” é minha preferência (em substituição ao pedante “establishment”) para rotular a ação de todas as instituições do Estado e as da sociedade civil que preferem a ele se agarrar. São elas, entre outras: servidores públicos dos 3 poderes para os quais “redução do Estado” é palavrão; empresas de comunicação que perderam as gordas verbas que balizavam seus editorias; partidos e políticos que assaltavam empresas públicas; entidades “não-governamentais” que promoviam todo tipo de arruaça com verbas “governamentais”; entidades e profissionais do direito para quem quanto pior melhor; empresas e indivíduos “amigos do Rei” premiados com empréstimos super-subsidiados do BNDES; e alguns outros de pequena expressão, mas frustrados com perdas financeiras ou de privilégios causados por decisões de Bolsonaro desde seu primeiro dia de governo.

[3] Veja neste vídeo que a revista já correu para alterar a publicação, num ato que comprova a previsão feita em “1984” por George Orwell, onde o personagem Winston trabalha em um departamento de “atualização” da verdade. É o personagem Wilson que exime seu trabalho de “qualquer ato de falsificação: a referência era sempre a erros, enganos, equívocos, más interpretações que precisavam ser corrigidos, no interesse da exatidão. (...) Era apenas a substituição de uma sandice por outra.”

[4] Desde a postagem “Reflexões Mimimístas” passei a dividir os dois opostos político-filosóficos como vitimistas (ex-esquerdistas) e estóicos (ex-conservadores). E neste vídeo, entre outros fatos, veja o que postou nas redes sociais o Monark, integrante do canal Flow, um vitimista ativista de primeira.

[5] Cito novamente o personagem Winston: “Não é fazendo ouvir a nossa foz, mas permanecendo são de mente que preservamos a herança humana.”

[6] Como Orwell define: Duplipensar é “saber e não saber, ter consciência de completa veracidade ao exprimir mentiras cuidadosamente arquitetadas, defender simultaneamente duas opiniões opostas, sabendo-as contraditórias e ainda assim acreditando em ambas; usar a lógica contra a lógica, repudiar a moralidade em nome da moralidade, crer na impossibilidade da democracia e que o Partido era o guardião  da democracia; esquecer tudo quanto fosse necessário esquecer, trazê-lo à memória prontamente no momento preciso, e depois torná-lo a esquecer; e acima de tudo, aplicar o próprio processo ao processo.”

[7] Estará Moraes inspirado em 1984 e caminhando para implantação do método de “vaporizar” cidadãos “inconvenientes”? Escrevo isto e imediatamente me vem à lembrança o “sumiço” de Caio Coppolla. Quem sabe o que lhe aconteceu?


quinta-feira, outubro 21, 2021

A RELIGIÃO PTdoG

“A ideologia é um conjunto de doutrinas, na maior parte de assombrosa imbecilidade, criadas para fechar as avenidas da investigação intelectual. (...) A ideia de “ditadura do proletariado” não pretendia descrever uma realidade; pretendia pôr fim às indagações, de modo que a realidade não pudesse ser percebida.”

Roger Scruton

O comunismo é uma ideologia sem Deus, mas ao adotar, na prática, os métodos gramcistas, o PT deu um salto estratégico e se transformou em uma religião cujo Deus, referência moral suprema, é Gramsci, o ideólogo-prisioneiro italiano que nos seus 11 anos de cárcere construiu os fundamentos para a evangelização das massas para a aceitação de sua hipotética  inferioridade intelectual. Expor ao Leitor um pouco dos dogmas e mentiras do catecismo Petista é o meu objetivo, e não pela minha ótica, visão ou interpretação, mas pela avaliação de intelectuais que, em alguma medida se dedicam e se dedicaram à tarefa de desmascarar tal seita. Este texto é um rearranjo de reflexões de 2 principais autores: Flávio Gordon[1] e Olavo de Carvalho[2]. A estes acrescentei algo de Orlando Figes[3] e Roger Scruton[4].

A estratégia de Gramsci é a execução de uma lavagem cerebral” e de um “adestramento pavloviano da sociedade” com o objetivo final de obter “a coletivização das consciências e das almas”. Se isto não é a vontade de ter poder pelo phoder, por que alguém desejaria tal coisa para a humanidade? Pior. Por que esta ideia tem militantes por todas as partes? A par da pandemia causada pelo Coronavírus, parece haver uma outra pandemia de desejo de tirania sociopata profunda cuja transmissão virótica se dá por proximidade com máscara e em momentos de fraqueza intelectual. A meta final dos infectados é declaradamente “a transformação da natureza humana”[5], ou seja, mudar a psique de 8 bilhões de seres humanos!!! Não se assustou? Leia de novo. Ficou assustado? Leia de novo. Depois, respire fundo porque vem mais.

Quem são os defensores irracionais do PTdoG? Minha resposta está no que apresentei em “Reflexões Vitimistas”. Os alvos fáceis são eles, os vitimistas, os que “anseiam por ilusões lisonjeiras, em cujo colo macio possam esquecer sua própria miséria”.

Estratégia apresentada vejamos o que este a-Deus[6], em suas enclausuradas masturbações, ejaculou como ações táticas. Se Marx tratou do idealismo de uma “ditadura do proletariado”, Gramsci cuidou da metodologia, do como fazer.

Gramsci é astuto, vil, sórdido, inteligente e psicopata[7] em último grau.  Não instiga a rebelião porque não quer o confronto advindo da reação de opositores naturais, óbvios, que poderiam derrotá-lo. Suas táticas são inspiradas na “aranha que anestesia a vítima antes de matá-la”. Para ele a transformação deverá ser conduzida por meio de pequenas e quase imperceptíveis rupturas” operadas no seio das instituições da sociedade civil e do Estado, através de um paciente processo de penetração em busca de uma “hegemonia” de humanos, como Gramsci nomeou. Quando esse fim for atingido, o Partido, a Igreja Suprema (também visto como um moderno “príncipe” de Maquiavel), através de seus discípulos, assumirá “o controle da sociedade política”, pois toda a cultura estará “pronta para recebê-los de maneira consensual”.

Um discípulo de qualquer nível do PTdoG mente desavergonhada e descaradamente porque apreendeu o preceito gramscista de que o uso da mentira “não é nada mais, nada menos” que “o método essencial da ação política.”

Para que, portanto, radicalizar, confrontar? Tudo pode ser alcançado “sem sujar as mãos”. Melhor “trabalhar pela derrota da hegemonia burguesa”, preferencialmente ocupando alguma posição no establishment e “aproveitando seus frutos”. Há que primeiro “ocupar os espaços apropriando-se de todos os meios de divulgação” (e isto o PTdoG fez com razoável competência). O que um bom petista “temente a Gramsci” deve desejar, é “mudar os sentimentos morais, as reações de base” sem provocar “prematuramente[8] antagonismos indesejáveis”.

E tudo tem que ser feito desde a base. Para Gramsci, “toda relação de hegemonia é necessariamente uma relação pedagógica”.  Portanto, “as escolas, as universidades, as igrejas, os jornais, a esfera do show business” são, em sua terminologia, “aparelhos privados de hegemonia”.

Se o PTdoG abre mão da força, da rebelião em armas, antes de chegar ao phoder (MST, MTST e outros, são rebeldes incômodos), é porque eles precisam dos intelectuais, seus “verdadeiros agentes da revolução”. Acreditam que da união entre intelectuais petistas e as massas “emergirá uma nova forma de governo por consenso” (não ria!). O detalhe é que para Gramsci quem quer “que trabalhe para a propaganda do Partido” é um intelectual.

Era isto o de mais relevante tinha para mostrar ao meu Leitor. Apenas acrescento algumas informações adicionais como complemento, aquela cereja do bolo, aquele “Ah, e mais uma coisinha” com que o Cláudio Lessa termina seu noticiário. Neste meu caso, são algumas cerejas e algumas coisinhas a mais.

DE FLÁVIO GORDON

1.    Aproximadamente um terço das dissertações ou teses no campo acadêmico-educacional citava o nome de Gramsci (...) o teórico do aparelhamento [que] no caso do aparelhamento petista do Estado transformou os poderes Legislativo e parte do Judiciário, além de (...) organizações da sociedade civil (UNE, OAB, CNBB entre outras) em meros órgãos do partido [mas tudo isso] precedido pelo aparelhamento da cultura.

2.    É importante observar a existência de um capitalismo subterrâneo em vigor na URSS, onde se criou uma brutal divisão social pela qual os altos membros do governo, do partido e do funcionalismo público tinham acesso, via mercado negro e corrupção a produtos importados e exclusivos, enquanto o restante da população vivia na escassez das mercadorias locais.

3.    Há duas coisas que o comunismo fez em escala industrial: denunciar e matar.

4.    Não por acaso, Hitler e Lula reivindicaram para si, mutatis mutantis, aquele[9] “direito ao crime”.

5.    Os petistas se convenceram de que, por serem excepcionalmente virtuosos, haviam forçosamente de gozar de um “direito ao crime”.


DE OLAVO DE CARVALHO

1.    A corrupção petista não é [só] financeira: é uma corrupção política, moral e psicológica. Ela consiste em perverter até o fundo os meios de atuação política e mesmo cultural, os critérios de julgamento e a consciência moral dos indivíduos e das massas.

2.    A organização do PT não é de um partido político eleitoral, mas sim a de um partido revolucionário, construído para tomar o poder. [quando] então os dissidentes serão banidos e se instalará a unidade monolítica.

 

DE ROGER SCRUTON

Claramente, estamos lidando com uma necessidade religiosa, uma necessidade plantada profundamente em nosso “ser genérico”. Existe um desejo por pertencimento que nenhuma quantidade de pensamento racional, nenhuma prova da absoluta solidão da humanidade ou da natureza irredimível de nossos sofrimentos pode erradicar. E esse desejo é mais facilmente recrutado pelo deus abstrato da igualdade que por qualquer forma concreta de compromisso social. Defender o que é meramente real se torna impossível quando a fé surge no horizonte com seus atraentes presentes de absolutos.

 

DE MICHAEL LÖWY[10]

 

O problema do PT foi não ter sido suficientemente de esquerda. [Se lhe for dado nova chance, não irá cometer o mesmo erro.] É como se nos dissesse: “Está vendo? Vocês ainda não nos deram o poder ilimitado. Por isso as coisas deram errado."





[1] Flávio Gordon, doutor em antropologia social, escritor, tradutor e autor do blog "O Brasil e o Universo: crônicas sobre a surrealidade política e cultural brasileira" (http://obrasileouniverso.blogspot.com.br). O que usei neste post foi tirado de “A Corrupção da Inteligência’ cujo extrato você pode ver aqui.

[2] Olavo de Carvalho, professor, filósofo, autor de “O Imbecil Coletivo”, “O Jardim das Aflições”, “O Mínimo Que Você Precisa Saber Para Nâo Ser Um Idiota”, entre outros. O que usei neste post foi tirado de “A Nova Era e a Revolução Cultural” cujo extrato você pode ver aqui.

[3] Citado por Flávio Gordon, Orlando Figes é um historiador inglês, professor de História na Universidade de Londres. É um dos maiores especialistas atuais em história da Rússia desde o século XVIII. Fonte: Wikipédia

[4] Roger Scruton, escritor inglês, filósofo conservador, autor de “Tolos, Fraudes e Militantes” de onde tirei o que fiz uso neste artigo cujo extrato você pode ver aqui.

[5] Um exemplo prático vem da “arrogância suprema” de Jean Wyllis, ex-BBB e deputado quando disse que “os livros, o conhecimento, me livraram dos destinos imperfeitos e me colocaram numa posição de transformar o mundo para melhor”.

[6] A-Deus: Uso “a” tanto no sentido grego de negação, um não-Deus, um Deus que não é Deus, mas o é para os cooptados e convertidos, quanto no sentido de “agnóstico”, um “deus” que não acredita em sua natureza transcendental.

[7] Lembro que a psicopatia é total falta de empatia com seu semelhante. Um psicopata de “raiz” tem para com os demais, todos os demais, seres humanos total desprezo, só lhe interessando o que eles podem servir a seus próprios interesses, desejos e objetivos.

[8] Em Olavo de Carvalho encontramos o alerta para este “prematuramente”: “Depois que se toma o poder (...) de certo modo, a Revolução Cultural perde força a partir do momento em que o Partido domina o Estado.

[9] A expressão latina quer fazer uma ressalva, ou seja, é igual mas depois de feitos um ou outro ajuste.

[10] Pensador marxista brasileiro (!!!), citado por Flávio Gordon.







sexta-feira, outubro 15, 2021

NIETZSCHE PARA NÓS, OS MUNDANOS

 

Hoje pela manhã assisti no Youtube uma aula do Professor Clóvis de Barros Filho[1]. O título do vídeo é “Nietzsche – Aula 01”, portanto, deveria ser sobre este que é um dos maiores nomes da filosofia, digamos, moderna. Mas é muito mais que isso. Assistir é uma oportunidade de abrir horizontes mentais e é a chance de sairmos de nossas visões superficiais manifestas no cotidiano das conversas de bar, dos embates familiares no almoço de domingo, ou, mais tecnologicamente, das discussões raivo-odiosas nas plataformas hipocritamente chamadas de “redes sociais”. É, enfim, subir um degrau na compreensão de como somos neste universo dos humanos seres.

Nesta aula, em cerca de uma hora e meia, o Professor nos faz entender de forma definitiva os dois significados opostos do conceito de “niilismo”. Mas não só. Nos faz refletir e rever pré-conceitos sobre diversos temas: ideologias, crenças, consciência, ação, reação, existência e outros. Posso tranquilamente considerar que, de tudo a que já assisti nas plataformas digitais, até mesmo do próprio Professor Clóvis, esta “aula”, além de um didatismo perfeito, tem alta qualidade de conteúdo relevante para o desenvolvimento de nossa percepção quanto à complexidade da diversidade dos indivíduos de nossa espécie.

Antes de lhe dar o link de acesso, me permita fazer 3 alertas:

1. O primeiro é para aqueles que não têm intimidade com a oratória do Professor. Tenha como premissa que você está assistindo uma aula de um Professor, com “P” mais que maiúsculo. Ele não é um pregador ou um militante de uma corrente ideológica. Digo-o porque, dada sua natural verve, há o risco de se confundir as opiniões do “personagem” que ele está “incorporando” com a opinião dele próprio (mais para o final do vídeo ele mesmo vai tratar esse aspecto).

2. O segundo alerta é para aqueles que têm “aula” como instrumento de “educação” no pior sentido desta palavra.  O Professor, no caso, ensina sobre como pensava Nietzsche. Não o julga como pessoa nem julga suas ideias, apenas as apresenta. Portanto, não espere um “discurso” vinculado a qualquer ponto de qualquer espectro que se imagine – político, religioso, social etc. Não importando “onde” você se coloca,  receberá  contribuições aos conhecimentos que já tem.

3.  E, por último, abra sua mente e deixe-se guiar pelo caminho da compreensão de ideias (antes de julgá-las), pois você terá todo o tempo do mundo para questionar, refutar, discordar e classificá-las como melhor lhe aprouver após o final da “aula”.

De minha parte, faço a seguinte síntese: minha ignorância sobre as coisas da vida ficou um tantinho menor.

Para assistir, acesse: https://www.youtube.com/watch?v=CI3ceecsClw

 

Bom final de semana!



[1] O vídeo consta como publicado em agosto/21, mas pelo que pude pesquisar, o evento deve ter ocorrido em 2013.

quarta-feira, outubro 13, 2021

NÃO BASTA SER MILITANTE, HÁ QUE SER LESADO

 

Por acaso tive acesso a um áudio do filósofo Olavo de Carvalho que tem como data de "estreia" no Youtuybe este último domingo 10/10/21. Entretanto isto é estranho, pois se trata de um comentário feito no dia seguinte ao “voto de Minerva” dado por Dias Toffoli em 07/11/19 que decidiu por 6x5 o fim da prisão em segunda instância[1].

Quando estava em pauta a discussão da prisão somente quando em “trânsito em julgado”, ou seja, “depois de sentenciado pelo STF”, minha reflexão foi avaliar uma obviedade consequente simples. Se isto vingar, então não precisamos das 3 instâncias anteriores, haja vista que quaisquer que sejam os resultados dos julgamentos, não serão válidos, e, portanto, podemos fazer uma grande economia eliminando as correspondentes cortes, tanto seus integrantes, quanto suas instalações. Simples assim. E Olavo demonstra uma mesma conclusão, só que com muito mais propriedade e clarividência, e um detalhe: ele me mostra por que as cortes estão sendo mantidas.

Por ser, em minha opinião, extremamente relevante para ajudar entender o Brasil político destes 3 últimos anos e imaginar o que tende a advir no futuro próximo, e como hoje tudo é passível de ser eliminado das plataformas digitais pela vontade de pequenos ou grandes poderosos incomodados, a seguir reproduzo o texto dos primeiros 7:45” (com extração de poucas partes irrelevantes ou inaudíveis) para que você possa guardar em seus arquivos.

"Se nenhuma penalidade pode ser imposta antes da última, isto é, antes da instância suprema, a mais alta, isso significa sumariamente que todos os processos penais têm de ser julgados pelo STF. Todos os processos têm que ser julgados pelos 11 juízes do STF, o que é uma impossibilidade matemática tão óbvia que nem precisa insistir nisso aí. As outras sentenças de nada valerão, não são conclusivas, todas elas são apenas sugestões. Então, enquanto o processo não passar pelo STF, isto significa absolutamente nada, ninguém é punido e nem mesmo absolvido. O sujeito que assinou uma coisa dessas teria que ser imediatamente retirado para um hospício e forçado a reingressar no ensino primário porque, obviamente, ele não percebe o ilogismo da situação que ele criou, porque esta sentença suprime a condição de sua própria aplicabilidade. Portanto eu lamento discordar do nosso "querido" ministro Sérgio Moro quando ele diz que é preciso obedecer esta sentença. Não, não é preciso nem possível obedecer esta sentença, porque um dos princípios fundamentais do direito é [citação em latim] que ninguém poderá ser obrigado ao impossível. Então o senhor está nos impondo uma sentença que nem mesmo a rainha de copas aceitaria. É pior que aquela sentença do filme "Bananas" do Woody Allen, em que o ditador ao tomar posse faz os seus primeiros decretos. Decreto número 1: de hoje em diante roupas de baixo passam a ser roupas de cima. Decreto número 2: de hoje diante todas as crianças de 8 anos passam a ter 12. E assim por diante. (...) Ninguém entende o que está dizendo, ninguém entende o que lê, ninguém é capaz de participar de uma discussão. (...) O Brasil está cheio de estudantes universitários [inaudível] que no comunismo todo mundo vai poder comer todo mundo e o Estado vai pagar, essa coisa toda. Mas onde existiu um comunismo assim? Ao mesmo tempo, ele no seu ódio antiamericano se alia ao muçulmanos que são os mais duros moralistas da face da Terra. (...) Em que mundo está essa gente? Estão no mundo onde as palavras não têm mais nenhuma relação com as coisas de fato. Os fatos foram simplesmente abolidos. (...) Quem disse que esse pessoal que está no Congresso não tem lesão cerebral? Quem disse que os Ministros do Supremo não têm lesão cerebral? (...) O "toffonhonho" tem lesão cerebral. Porque quem tem não pode fazer o raciocínio que ele fez! Lavrar uma sentença que elimina a possibilidade da sua própria aplicação. Nunca nenhum juiz do mundo fez uma coisa dessas. (...) Não é uma questão de ele estar protegendo o Lula. Claro que ele está protegendo o Lula, mas no intuito de proteger o Lula, como de fato protegeu, ele lavrou essa sentença que é algo contraditório e que é inaplicável. Portanto a única utilidade dessa sentença é que vai ela ser usada para soltar os queridinhos, (...) e depois volta a interpretação anterior.”

Como fazia o professor de matemática no ginásio ao terminar a demonstração de um teorema: C.Q.D.

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[1]  Aqui o link para a íntegra (com 20:20” de duração).








quinta-feira, outubro 07, 2021

REFLEXÕES MIMIMÍSTAS

"A vontade deve ser mais poderosa do que o sofrimento físico e moral." 
Zenão de Cítio


Vou concordar com o Fiúza. Os conceitos direita/esquerda, conservadorismo/progressismo, liberalismo/estatismo, realismo/utopismo, e outros mais, não servem para sintetizar, ou minimamente explicar as diferenças entre os dois lados da moeda política circulante neste século XXI. Minha percepção é de estarmos sob o embate entre duas posturas de existência. Ou nos comportamos como vitimas da crueldade das tragédias da vida e clamamos por algo ou alguém que delas nos livre ou proteja, ou agimos como protagonistas altivos, livres e corajosos na superação cotidiana dos obstáculos que nos são apresentados consequentes, tanto de nossas escolhas, quanto de nossos infortúnios. Portanto, daqui em diante vou ver a dicotomia entre dois modos de vida como sendo entre os vitimistas e os estoicos[1].

Chamamos, jocosamente, de mimimístas aqueles que se encaixam no primeiro grupo. Aqueles que avaliam tudo que lhes acontece como indevido, imerecido ou injusto, seja resultante da herança genética, da ação do Outro na interação social, ou de ações do Estado em qualquer uma de suas três esferas de poder. A reação deles é sempre a de atribuir sua condição, seu sofrimento, sua mediocridade, sua incompetência, a algo fora de si mesmo, e sempre através de um “mimimi” choroso, um pobrecoitadismo encharcado de covardia, inveja e ressentimento.

São estoicos[2] aqueles para quem "a virtude é suficiente para a felicidade" e que, seguindo esta crença como princípio norteador de suas ações, ficam imunes aos infortúnios.

É destes conceitos e de outros a eles relacionados que proponho um exercício de reflexão a partir de alguns pensadores. De minha parte, considerando que tudo é passível de interpretação, ganhei a convicção de que ser ou não vitimista é a condição “sine qua non” para definir as preferências políticas independente de conceituações e formulações de sistemas oriundos da cabeça de integrantes da “intelligentsia” contemporânea.

 

Boas reflexões!!!

 

VITIMISMO

AYN RAND (1905/1982)

Recuso-me a pedir desculpa por ser mais capaz – não aceito pedir desculpa por ter tido sucesso -, me recuso a pedir desculpas por ter dinheiro. (...) quando se violam os direitos de um homem, violam-se os direitos de todos, e que um público constituído de seres desprovidos de direitos está fadado à destruição.

BRUCE BAWER (1956/...)

“Estamos assistindo à ‘revolução das vitimas’”.

FLÁVIO GORDON (1979/...)

”Algumas pessoas ou categorias de pessoas são sempre oprimidas, mesmo quando eventualmente oprimem. Os ‘negros’ são necessariamente oprimidos, os ‘brancos’, opressores...”[e por aí e além].

THEODORE DALRYMPLE (1949/...)

 [Vitimização é] “A fuga da responsabilidade.”

“Os que creem que a culpa de nossos males está em nossas estrelas e não em nós mesmos ficam perdidos quando as nuvens encobrem o céu.”

THOMAS SOWELL (1930/...)

[No final do século XIX] “já havia, entre muitos intelectuais, a ideia de se dirigir as massas, uma ideia que incumbia a terceiros a tarefa de dar sentido para a vida delas”.


ESTOICISMO

GAZETA DO POVO – 10/9/21

“Mano Ferreira falar sobre Luiz Gama, o escravo baiano que se alfabetizou sozinho, formou-se em Direito e ajudou a libertar centenas de escravos, e sobre como o combate às desigualdades raciais pode andar lado a lado com a defesa do livre mercado.”

JORDAN PETERSON (1962/...)

 “É a responsabilidade que dá sentido à vida.”

MARCO AURÉLIO (121/180)

“Quando algo ameaça lhe causar dor não é uma desgraça de forma alguma. Suportá-lo e prevalecer é o grande êxito.”

“Se é tolerável então tolere. Não reclame. Muito mais dolorosas são as consequências da raiva do que as suas causas.”

VIKTOR FRENKL (1905/1997) - prisioneiro em campo de concentração)

“Entre o estímulo e a resposta, o homem tem a liberdade de escolha.”


RESSENTIMENTO, RAIVA, ÓDIO

[A raiva, a inveja, o ciúme, o ódio, são sentimentos humanos. Enquanto os estoicos procuram reduzir tais manifestações ao mínimo, ou mesmo delas libertar-se, os vitimistas as enfatizam para angariar "vantagens competitivas".]

[Na massa todo indivíduo é um bárbaro.]

AYN RAND (1905/1982)

“Sabe o que caracteriza o medíocre? É o ressentimento dirigido às realizações dos outros.”

EDMUND BURKE (1729/1797)

“A raiva e o delírio destroem em uma hora mais coisas do que a prudência, o conselho, a previsão não poderiam construir em um século.”

“Quando o ressentimento alimenta a turva, as massas são como boias à deriva, e sem rumo definido não chegaremos a lugar algum desejado.”

JEAN-FRANÇOIS REVEL (1924/2006)

“O ressentimento é o alicerce da filosofia comunista.”

JEAN-JACQUES ROUSSEAU (1712/1778)

“Que admirem quanto quiserem a sociedade humana, nem por isso deixará de ser verdade que ela leva necessariamente os homens a odiarem-se entre si à proporção que seus interesses se cruzam, a se prestarem mutuamente aparentes favores e a se causarem, na verdade, todos os males imagináveis.”

“Não há um povo que não se regozije com os desastres de seus vizinhos. A perda de um quase sempre faz a prosperidade do outro.”

JOHN MCENROE (1959/...)

"Todos gostam do sucesso, mas detestam as pessoas bem sucedidas."

NIETZSCHE (1844/1900)

Nietzsche nos convida a viver de tal modo que nem os arrependimentos nem os remorsos tenham mais nenhum espaço, nenhum sentido.

 

ACASO, DESEJO, VONTADE, INCERTEZA

EPITETO (50/138)

"Se te debruçares sobre ti mesmo, e te perguntares a que domínio pertence o acidente, tu te lembrarás imediatamente que ele pertence ao domínio das coisas que não dependem de nossa vontade, que não são nossas.” 

FRIEDRICH A. HAYECK (1899/1992)

“Na opinião dos estóicos, os dois males que pesam sobre a existência humana, são a nostalgia e a esperança.” 

KARL POPPER (1902/1994)

“Subestimamos a incerteza.”

"Devemos marchar para o desconhecido, o incerto e o inseguro, utilizando a razão de que pudermos dispor para planejar tanto a segurança como a liberdade."

A necessidade humana de controlar ou de antecipar o futuro, garante o emprego de todos esses profetas especialistas.

Poucos são os céticos que se dão ao trabalho de olhar para trás e verificar a quantidade de previsões erradas de todo tipo de expert. 

"Uma das principais tarefas da razão humana é tornar o universo em que vivemos algo compreensível para nós."

MICHEL DE MONTAIGNE (1533/1592)

“Não há por que nos maravilharmos de que o acaso tenha tanto poder sobre nós, desde que estamos neste mundo por mero acaso.”

STEVE JOBS (1955/2011)

"Jamais poderia imaginar que as coisas que eu estava fazendo levariam a esse resultado a que cheguei. Hoje as pessoas julgam o que eu fiz em função do ponto a que cheguei, mas não houve da minha parte uma estratégia deliberativa orquestrada para chegar aonde cheguei. Porque aonde cheguei decorreu de um milhão de causas que até eu ignoro - causas psicológicas das pessoas que contratei, causas macroeconômicas que eu não podia controlar. E hoje as pessoas querem fazer de mim um guru por ter arquitetado as coisas de maneira que chegasse a esse resultado. Mas não sou causa dos resultados que eu mesmo colhi.”

 

IGUALDADE, DIFERENÇA, DIVERSIDADE

[Para quê ser mais habilidoso se isso não me traz maior recompensa?]

ALEXIS DE TOCQUEVILLE (1805/1859)

Democracia e socialismo não têm nada em comum além de uma palavra: igualdade. Mas note a diferença: enquanto a democracia procura a igualdade na liberdade, o socialismo procura igualdade na restrição e servidão.

FLÁVIO GORDON (1979/...) – Antropólogo, colunista do jornal Gazeta do Povo

“Vivemos a era da bondade espalhafatosa, auto comiserada, narcísica e vaidosa de si. (...) ‘Sou bom, logo, tudo me é permitido’.”

FRIEDRICH A. HAYECK (1899/1992)

“Há desigualdades irremediáveis, da mesma forma que há ignorância irremediável por parte de todos.”

MICHEL DE MONTAIGNE (1533/1592)

“A uns incumbe zelar pela paz, a outros pela guerra; uns têm o lucro como prêmio, outros a honra; àqueles a ciência, a estes a virtude; àqueles a palavra, a estes a ação; àqueles a justiça, a estes a intrepidez; àqueles a razão, a estes a força; e usam uns a toga e outros o uniforme.”

“A variedade é, efetivamente, normal na natureza (...). Nunca houve no mundo duas opiniões idênticas, como não há dois pelos nem dois grãos de cereal. A qualidade mais universal e comum é a diversidade.”

NIETZSCHE (1844/1900)

“O mundo não é um cosmos, é um caos, uma pluralidade irredutível de forças, de instintos, de pulsões que vivem em confronto.”

“A noção de “vontade de poder” é ‘a essência mais íntima do Ser’. Mas não vontade de conquistar ou ter, mas o desejo profundo de uma intensidade máxima de vida, a mais intensa e a mais viva possível.”

ROGER SCRUTON (1944/2020)

“Se as condições do conflito jazem, como evidentemente o fazem, na natureza humana, então a única esperança de removê-las é alimentar esperanças inumanas e se mover na direção de ações inumanas.” 


JUSTIÇA, DIREITOS

[Os desequilíbrios químicos passaram a entrar na equação para justificar as ações humanas.]

ADAM SMITH (1723/1790)

“A misericórdia em relação ao culpado significa crueldade para com os inocentes.”

“Como a sociedade não pode subsistir entre aqueles que estão sempre dispostos a ferir e machucar uns aos outros, a justiça é, instrumentalmente, a virtude primordial da sociedade.”

AYN RAND (1905/1982)

 [Para os ditos progressistas a regra de conduta moral é...] “Se vocês desejam algo, isso é mau; se os outros desejam algo, isso é bom; se a motivação de seu ato é seu bem-estar, não o realizem; se a motivação é o bem–estar dos outros, então vale tudo. (...) é para a própria felicidade que vocês têm que servir à felicidade dos outros. (...) Não, os que recebem não são maus, desde que não mereçam o valor que lhes deram. (...) É imoral viver do próprio trabalho, mas é direito viver do trabalho dos outros. (...) É mau criar a própria felicidade, mas é bom gozá-la quando o preço dela é o sangue dos outros. (...) É a infelicidade que lhes dá o direito de ter recompensas”.

“Eles não querem possuir a sua fortuna: querem que vocês a percam.”

“Elogiam qualquer empreendimento que se pretenda não lucrativo e maldizem os homens que ganharam os lucros que tornaram viável o empreendimento.”

“Se os culpados não pagam, então são os inocentes que têm que pagar.”

BERTOLD BRECHT (1898/1956)

“Alguns juízes são absolutamente incorruptíveis. Ninguém consegue induzi-los a fazer justiça.”

DAVID HUME (1711/1776)

“A justiça é a razão pela qual precisamos de governo.”

FRIEDRICH A. HAYECK (1899/1992)

“É um dos poucos que discute a justiça social caracterizando-a como ‘absurda’, uma ‘miragem’, ‘uma invocação vazia’, ‘uma superstição quase religiosa’ e um conceito ‘não pertence à categoria do erro, mas à da estupidez’.”

MÁRIO SERGIO CORTELLA (1954/...)

“Qual é o resultado que torna justo o caminho?”

“Não significa que um código valia de um jeito e agora vale de outro, mas que, se não considerarmos a ambiência histórica, social e cultural, não compreenderemos de fato os valores ali colocados.”

PLATÃO (-428/-438)

“Eu digo que a justiça nada mais é que a conveniência do mais forte.”

THOMAS SOWELL (1930/...)

“Criminosos atrás das grades é mais eficiente para reduzir o índice de criminalidade do que quaisquer teorias complexas ou políticas sofisticadas favorecidas pela intelligentsia.”

“O fato de criminosos cometerem crimes quando não mais estão encarcerados nada diz sobre a eficiência do encarceramento na redução da criminalidade.”

[Há] “juristas que insistem numa justiça de ‘resultados’ em detrimento das leis estabelecidas”.

YUVAL NOAH HARARI (1976/...)

“Se humanos desfrutam de direitos humanos iguais, super-humanos deveriam desfrutar de superdireitos?”

 

TRIBO, PERTENCIMENTO, IDENTIDADE

ALDOUS HUXLEY (1894/1963)

“Da família à nação, todo agrupamento humano é uma sociedade de universos insulares.”

E. M. FORSTER (1879/1970)

“Dei-me conta de que designar um inimigo e demonstrar a todo custo a inferioridade dele era a inseparável outra face da medalha da identificação do eu. Não existiria um ‘nós’ sem um ‘eles’.”

ERIC J. HOBSBAWN (1917/2012)

"Parentesco e 'sangue' têm uma óbvia vantagem em ligar membros de um grupo e excluir estranhos e, portanto, são centrais ao nacionalismo étnico. (...) A base crucial de um grupo étnico, como forma de organização social, é cultural e não biológica."

FLÁVIO GORDON (1979/...)

“No interior da academia (...) um tribalismo generalizado transformou o ambiente universitário numa praça de guerra entre as mais diferentes facções ideológicas, (...) o dialogo tornou-se impossível, já que cada facção fala a sua novilíngua particular. (...) Não há debates políticos que não sejam ações entre amigos.  (...) Não há crítica, apenas ausência de contato.”

FRIEDRICH A. HAYECK (1899/1992)

"Agir no interesse de um grupo parece libertar os homens de muitas restrições morais que regem seu comportamento como indivíduos dentro do grupo." [O que explica o vandalismo da "massa enlouquecida".]

GIOVANNI PAPINI (1881/1956)

“Todo ser humano gostaria de ser o primeiro entre seus iguais: ser superior, de um modo ou de outro, aos que o rodeiam. Quer dominar, mandar, parecer maior e mais rico, mais bonito e mais sábio... A história do gênero humano é pouco mais que o pavor da inferioridade.”

NATIONAL GEOGRAPHIC - OUTUBRO 2003

[Para os beduínos:] “O mais importante são os antepassados de uma pessoa, precisamos saber quem eles eram”, disse um dos homens. ‘Não dá para confiar em alguém que não pertença a nenhuma tribo’.” 

ROGER SCRUTON (1944/2020)

“A opção do brexit foi uma questão de crise de identidade.”

“Membros de tribos se veem como uma família; membros de comunidades de credo se veem como fieis; membros de nações se veem como vizinhos.”

“Se a lealdade do muçulmano britânico estiver com Alá e não com a comunidade local em que ele vive, ele dificilmente vai se tornar um bom cidadão.”

“E quando a diferença é identidade e a identidade é uma forma de diferença?”

YUVAL NOAH HARARI (1976/...)

"Todas as tribos humanas existentes estão empenhadas em fazer avançar seus interesses particulares e não em compreender a verdade global."

ZYGMUNT BAUMAN (1925/2017)

“Os símbolos de decisões identitárias gravados no próprio corpo sugerem (...) um compromisso mais sério e duradouro, e não somente um capricho momentâneo.”

 

RACISMO, PRECONCEITO

ERIC J. HOBSBAWN (1917/2012)

"O tipo 'certo' de classificação racial vai a par com o tipo 'certo' de posição social, independentemente da aparência."

FLÁVIO GORDON (1979/...) – Antropólogo, colunista do jornal Gazeta do Povo

“Caso você acalentasse a profunda ‘sensação’ de ser um craque de futebol, passaria a exigir na justiça a sua imediata convocação para a seleção brasileira? (...) Quando a subjetividade humana passa a servir de critério absoluto, tudo então há de ser permitido.”

SÓCRATES (-469/-399) (contado por Platão)

"Os filhos bem nascidos serão levados ao berço comum e confiados a amas de leite que terão habitações à parte em um bairro da cidade. Quando as crianças enfermiças sofrerem qualquer deformidade serão levadas como convém a um paradeiro desconhecido e secreto". 

YUVAL NOAH HARARI (1976/...)

“Um monge pregou compaixão por um mosquito, mas, confrontado com alegações de que mulheres muçulmanas tinham sido estupradas por militares de Mianmar, ele riu e disse: ‘Impossível. Os corpos delas são repulsivos demais’.”

“A polícia olha para a cor de sua pele com suspeita não por qualquer razão biológica, mas devido à história.” 

“Crescer como negro em Baltimore dificilmente faz com que seja fácil compreender a luta de crescer como lésbica em Hangzhou.”



[1] Exemplos de personalidades estoicas: Thomas Sowell, Martin Luther King, Cassius Clay, Stephen Hawkins, Edson Arantes do Nascimento, Elton John, Barak Obama, Yuval Noah Harari, Célio (meu jardineiro), Rogério (contínuo na minha empresa e juiz de futebol federado),Clodovil Hernandes, Rogéria, Glória Maria e milhões de outros.

[2] Estoicismo, escola filosófica fundada por Zenão de Cítio no início do século III a.C.