sábado, fevereiro 24, 2024

NUNCA... SEMPRE...

 ou

A ESCALADA

 “O desejo de salvar a humanidade é quase sempre 

um disfarce para o desejo de controlá-la”. 

Henry Louis Mencken (1956/...) jornalista norte-americano


Escrevo na véspera do 25 de fevereiro de 2024, o domingo da manifestação convocada pelo ex-Presidente Jair Bolsonaro, a se realizar na avenida Paulista, na cidade de São Paulo.

Para ter um entendimento melhor do que vou expor, recomendo a leitura da série de 7 artigos “Extirpando a Democracia” (pelo menos os dois últimos) que publiquei entre setembro e dezembro de 2023.

O cidadão brasileiro está assistindo o desenrolar de uma disputa pelo phoder que, em si, é normal, é o padrão histórico. O novo, no caso do Brasil, é a rapidez e a desfaçatez com que uma tirania sem limites se estabeleceu entre nós.

Todo rompimento é o fim de um processo que se dá em escalada. É como o jogo de palitos de nossa infância onde vai-se tirando um a um até que todo o conjunto restante desabe. É SEMPRE um fim inevitável de um não percebido início evitável se a desistência fosse possível, o que quase NUNCA é. Só no jogo de palitos quando a mãe grita que o almoço está na mesa.

NUNCA um casamento, uma amizade, acaba do nada. SEMPRE é resultado de uma escalada de pequenos eventos que vão se acumulando. NUNCA o motor de um carro quebra do nada. SEMPRE é resultante de um desgaste que se acumula até que a resistência de uma peça se torna insuficiente e se rompe. A falência de uma empresa não se dá como uma grande surpresa, é SEMPRE consequência do acúmulo de decisões danosas à sua saúde financeira.

Ao longo da história da civilização o poder vigente SEMPRE acabou em ruptura, dando lugar a um outro grupo que se estabelece no poder político. Os processos, como se deram, nada importam, pois foram diversos e característicos das circunstâncias de suas épocas. O que foi e é condição sine qua non é o porquê tais quebras da normalidade ocorrem. E a resposta é única: a ruptura interna que SEMPRE acontece quando uma parcela do grupo oligárquico no poder é alijado, escanteado, marginalizado, das benesses e privilégios .

O poder, especialmente o poder político, não é um dom, uma capacidade, uma habilidade de alguém; o poder é SEMPRE uma concessão de representação - dada a uma personalidade “adequada” -, para exercê-lo em nome de entidades que se unem por interesses comuns de sugar o Estado até o limite do possível e que “garantirão” tal delegação até que “a morte os separe”, ou, mais frequentemente, interesses divergentes os separe.

Assim é o que estamos assistindo. De um lado a tirania delegada e comprovada pelo silêncio interesseiro - e covarde - de TODAS as instituições do país, e de outro todos nós, cidadãos assustados, amedrontados, os perseguidos por desejar, em pensamentos e atos, ser livre para manifestar seus desejos, seus direitos, suas vontades. Viver sobre suas próprias regras e valores individuais.

Se NUNCA é o povo o autor das rupturas, SEMPRE é em nome do povo que elas são realizadas. Tanto para o poder quanto para a oposição, o povo é tão somente “massa de manobra”, justificativa hipócrita para ter o direito de exercer o phoder.

O dilema do atual tirano-mór, é sua incapacidade de prever o futuro. Ele sabe apenas que há que escalar porque sua obrigação, seu dever, é para com os que o sustentam. Ele tem que seguir em sua sina de “extirpar” a qualquer custo seus possíveis, imaginários, pretensos ou reais opositores. Recuar não é uma opção.

O que lhe resta neste momento histórico? Esquecer Bolsonaro e deixar o barco ao vento vai levá-lo a uma tempestade inevitável, pois a escalada seguirá sua trajetória. Prendê-lo antes do evento seria armar os adversários internos desejosos de sangue, o que aceleraria o desfecho previsível. Prendê-lo depois do evento não seria uma jogada de risco, mas de suicídio para o sistema, pois, transformado em mártir, o ex-Presidente seria a bandeira da resistência que faria com que, pouco a pouco, aquelas instituições saltassem para um novo barco rumo ao poder porque o atual estaria fazendo água.

O que sei sobre o futuro é que no jogo de forças NUNCA uma força perdura para SEMPRE. 

Tudo é pendular. Cíclico.




quarta-feira, fevereiro 07, 2024

PHODERCOPATIA

 

“Toda unanimidade não é burra, mas fruto de alguma esperteza,

de algum ardil, de alguma combinação de interesses poderosos.”

Mario Rosa, jornalista, ao opinar sobre o livro “Consenso Inc.”

 

O tema “conspiração” é a bola da vez sobre o veludo vermelho da mesa de sinuca onde phoderosos se revezam em tacadas que vão desde o espirro de taco a magistrais encaçapadas na disputa da partida final para definir quem vai levar o bolo arrecadado em apostas, perdão, impostos.

Como espectadores ignorantes das regras do jogo ou apenas estupefatos pelas habilidades demonstradas pelos jogadores, nos dividimos entre momentos de “Oooohhh!!!” – para jogadas que resultam em desastre – e “Gritinhos de bravo!!!” – para tacadas de inimaginável precisão. Mas como Ronnie O’Sullivan é tanto capaz de acertar a bola considerada impossível quanto errar a bola dada como morta, só nos resta atribuir os resultados das partidas a uma real conspiração dos astros. Dos astros da política por trás dos torneios.

Paula Schimitt é uma jornalista forjada no campo de batalha e não no ar-condicionado das redações militantes - é a única jornalista brasileira a entrevistar dois extremos da longa guerra no Oriente Médio: o secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah, e o ex-diretor do Mossad Shabtai Shavit.

Ela é, atualmente, a bola da vez no jogo da informação que tem um de dois objetivos dependendo do jogador jornalista: informar para abrir nossos olhos e captar as intenções ou criar narrativas para embaralhar neuroticamente nossas mentes. Ganha quem chegar primeiro e bater na mesa política gritando: “Game over!!!”.

Acabei de ler, de sua autoria, “Consenso Inc. - O Monopólio da Verdade e a Indústria da Obediência”. É uma coletânea de artigos seus publicados em jornais como “Folha” e “Estadão” e em canais digitais como o “Poder 360”. Sua escrita é fluída, discorrendo sobre fatos[1] e pontuada por confissões de suas fraquezas e tiradas de humor sarcástico. Absolutamente imperdível para  quem tem um mínimo de interesse em se aprimorar na defesa de sua sanidade e na busca por alicerces de conhecimento que o coloquem em uma outra direção que não a da manipulada manada.

Considero tão fundamental a leitura de “Consenso Inc.” que não vou publicar o “extrato” como sempre faço. Você tem que ler o livro todo! E vai ser de um vezada só. Aposto.

Vou só deixar alguns “spoilers” para dar uma ideia do tanto que é exposto de safadeza e hipocrisia criminosa, tudo, evidentemente, fruto azedo da phodercopatia[2] – o poder quando exercido por mentes psicopatas. São frases pinçadas e agrupadas em temas.

JORNALISMO e IMPRENSA

Com o tempo, fomos todos muito bem informados do tipo de notícias que deveríamos cobrir. (...) vídeos com testemunhas “oculares” de ovnis e com pessoas que tinham críticas a Angela Merkel. (...) tínhamos que voltar à redação com críticas suficientemente negativas à chanceler alemã. O assunto da matéria era irrelevante, todos nós fomos orientados a guiar o entrevistado e obter a resposta que desejávamos como o chefe sênior, explicou.

Upon Sinclair, escritor norte-americano: “É difícil fazer um homem entender algo quando o seu salário exige que ele não entenda”.

FARMACÊUTICAS e VACINA

Madeleine Laszko: “se Donald Trump disser que eu deveria tomar a vacina, eu não vou tomar”.

Existem pessoas que preferem fazer mal a si mesmas do que concordar com o oponente.

A pandemia revelou algo mais pavoroso do que qualquer governo tirânico: um povo que obedece mais do que o tirano exige.

Em vídeo publicado pelo Project Veritas funcionários da Pfizer admitem privadamente que são contra a vacinação de adolescentes porque a imunidade natural funciona melhor do que a da vacina.

Hoje, imunidade das vacinas significa que os fabricantes estão imunes a processos legais por danos, doenças e mortes.

Tem um pedido oficial para revelação dos documentos da Pfizer sobre os estudos de segurança da sua vacina em poder do FDA. O órgão alegou que precisaria de 75 anos para cumprir esse pedido.

[No mercado das fármacos] “a cura faz mal para os negócios”, como cunhou Tae Kim, autor de uma reportagem sobre elas.

Documentos mostram que funcionários da Bayer optaram por vender o plasma contaminado [pelo HIV] a fim de se livrar “de grandes estoques de um produto que se tornava cada vez menos vendável nos Estados Unidos e na Europa”.

Um recorde da vergonha no Guinness é da Pfizer, que pagou a bagatela de 2,3 bilhões de dólares em 2009 por “marketing fraudulento”, segundo o site do departamento de justiça dos Estados Unidos.

Depois de fazer muito dinheiro com o analgésico MS contin, estava chegando a hora de a Pordue Pharma perder a patente do seu campeão de vendas. A empresa então fez o que muitos laboratórios fazem (...) inventa uma suposta “melhora” no produto.

CENSURA

A história nos mostra que a censura nunca foi implementada para coibir mentiras. Ao contrário, o alvo da censura foi sempre a verdade.

Para os donos do mundo (...) toda mentira a favor do rei é bem-vinda, e toda a verdade contra ele deve ser banida.

Que tipo de vácuo mental acomete uma pessoa que defende a ausência de debate?

OBSOLESCÊNCIA

Existe uma lâmpada que está acesa há mais de 115 anos, raramente desligada. (...) Uma das principais decisões do cartel de energia foi impor um limite para a durabilidade da lâmpada incandescente. [Este é] um dos primeiros exemplos do que hoje se conhece como obsolescência programada.

EUGENIA

Para Edwin Black, o conceito de uma raça nórdica branca loira de olhos azuis não se originou com Hitler, mas na Califórnia, o epicentro do movimento eugenista norte-americano. 

IDEOLOGIA e AFINS

A ideologia é uma desculpa mais nobre do que o mero interesse financeiro.

As contradições da ideologia identitária são tantas e tão absurdas que elas seriam risíveis - se não fossem tão nefastas.

É fácil controlar populações inteiras com apenas uns poucos soldados, bem como acontece num formigueiro. Vejamos estes itens:

·        1% das pessoas controlam o mundo.

·        4% das pessoas se vendem para os controladores.

·        5% das pessoas estão despertas e sabem o que está acontecendo.

·        90% das pessoas estão dormindo.

·        1% paga os 4% para não deixar que os 5% despertem os 90%.

SCIÊNSIA

Os cientistas devem escolher estudos e experimentos que validem o que querem validar e ignorar aqueles que os contradizem. Com essa seletividade pré-determinada, qualquer resultado é possível, inclusive o resultado falso.

[Desfazendo crenças:]

  • A de que revistas científicas só tem a ciência e o bem da humanidade como motivação. Que jamais trabalham para favorecer governos, empresas, financiadores e amigos.
  • A de que governos são formados por pessoas superiores de impecável retitude moral e que esses humanos quando em agências reguladoras ou com poder decisório e legislativo jamais trabalhariam em favor de financiadores de campanha, parceiros de mercados.
  • A de que cientistas, médicos e jornalistas são imunes ao poder financeiro e trabalham desinteressadamente pela verdade.

CONTROLE SOCIAL

O Holocausto foi possível porque seres humanos optaram por renunciar à sua consciência e terceirizar suas decisões morais.

Karl Rove, assessor de George W. Bush: nós somos um Império agora, e quando nós agimos, nós criamos a nossa própria realidade e enquanto você estuda essa realidade criteriosamente, nós vamos agir novamente, criando outras novas realidades.

Se houve manipulação no passado, não há razão para duvidar que ela esteja acontecendo no presente.

George Orwel em seu "1984": 


Quem controla o passado controla o futuro. 

Quem controla o presente, controla o passado.

 




[1] TODAS as notas de rodapé, um total de 284!!!!, são compostas exclusivamente de links para conteúdos das fontes que ela cita.

[2] A proposição do termo e seu significado é minha.