A 10 dias do primeiro turno destas eleições de 2018, vivenciamos o que "nunca antes na história" do mundo e, em particular, do Brasil, aconteceu. Novas variáveis, ou variáveis significativamente modificadas, tornam imprevisível o resultado final.
Se em 2014 a internet em muito pouco contribuiu para o debate político-eleitoral, em apenas 4 anos a disseminação/distribuição de informações, verdadeiras e falsas, pelas redes sociais, se tornou o fundamental meio para os candidatos chegarem ao cidadão, eleitor ou não, bastando-nos ver o exército de internautas, pagos e/ou voluntários, que os principais postulantes à presidência montaram. Nesta dimensão, isto é novo.
As leis eleitorais mudaram. Mudou a fonte de financiamento. Reduziu-se o prazo de campanha e consequentemente o tempo de televisão e rádio. O poder judiciário, em especial o STF, é instado a dar respostas aos mais inconcebíveis (a esta altura) questionamentos. Ontem o Supremo reuniu-se em plenário para decidir sobre o óbvio: se o prazo de cadastramento biométrico venceu, então, venceu! Hoje, terá que se pronunciar sobre quanto os partidos devem - ou podem, ainda não se sabe este detalhe - gastar com propaganda de candidatas!!! Isto num país em que nem as próprias candidatas a vereadora votaram nelas próprias na eleição municipal de 2016 que teve quase 14.417 candidatas sem receber nenhum voto!!! Ver no site do TSE.)
Se em 2014, um candidato não concorreu por ter sido fatalmente vitimado em um acidente de avião, neste 2018 temos, como líderes da corrida até aqui, um presidiário a quem a justiça eleitoral vem permitindo que se apresente como candidato fantasma e alter-ego de sua representação física, e outro que há 3 semanas conduz sua campanha da UTI de um hospital, após ser esfaqueado em uma tentativa de assassinato.
Enquanto a eleição presidencial passada foi pautada pelo confronto entre esquerda radical e esquerda moderada, PT/PSDB, e os nomes envolvidos tinham alguma relevância, a deste ano os nomes não têm qualquer importância, pois está radicalizada entre extrema esquerda, PT, (com todos os partidos do espectro unidos após o primeiro turno, se houver) e uma pretensa extrema direita solitária, PSL (poucas adesões são previstas). Numa formulação mais simplificada: ou somos p-tilulistas, ou somos anti-p-tilulistas.
Adicionemos a isto, o viés politicamente correto que norteia os embates entre as facções. De um lado, ataca-se o outro por homofobia, racismo e machismo. Já o outro ataca o um por corrupção, aparelhamento ideológico das instituições do Estado e implantação da ideologia de gênero nas escolas públicas. De uma lado, deseja-se incrementar o processo estatizante dos últimos anos, enquanto o outro quer esvaziar o Estado transferindo praticamente tudo para a iniciativa privada. Não há acordo possível em tamanho grau de oposição.
Levando em consideração tais variáveis, quais são suas apotas, se é que você tem coragem ou falta de juízo suficientes para fazê-las?
As pesquisas de hoje indicam alguma coisa pra você?
As pesquisas da próxima semana serão mais indicativas?
O que influenciará mais a decisão de voto nesta eleição: o horário eleitoral, as mídias sociais ou os resultados de pesquisas?
Que peso efetivo terão as mídias sociais de hoje até dia 7 de outubro para a definição (manutenção ou mudança) do voto de cada cidadão?
A radicalização se manifestará de algum modo na boca-de-urna?
Haverá segundo turno para presidente?
Ou um dos candidatos fará maioria de 50% mais 1, já no primeiro turno?
Na hipótese de segundo turno, o que será "matador" como técnica de embate entre os dois candidatos: se construir ou desconstruir o adversário?
Considerando que as primeiras pesquisas pós resultado do primeiro turno mostrarão como as forças opostas se aglutinarão, o horário eleitoral e os debates poderão causar alguma mudança no quadro inicial observado?
Quem ganhar, conseguirá minimamente conduzir o governo por 4 anos ou continuaremos a nos aprimorar em contestação de toda sorte, até mesmo, e provavelmente, pedidos de impeachment?
Dado o caráter plebiscitário da eleição para presidente, é muito provável que o eleito o será por pequena diferença e o será por uma minoria se comparada com a soma dos votos do perdedor mais os votos não computados (branco, nulo e abstenção). Nesta hipótese, o vencedor conseguirá implantar suas propostas em curto e médio prazos tendo tanta oposição?
Se a esquerda ganhar, Lula será solto? Se solto, governará da Casa Civil?
Se a direita ganhar, o exército terá algum papel nos rumos do governo e na estabilidade política?
FAÇAM SUAS APOSTAS! OU NÃO!