segunda-feira, junho 21, 2021

COMENTÁRIO A DOIS TEMAS ATUAIS

PASSAPORTE DE VACINAÇÃO DA COVID-19

Rodrigo Constantino lembra, em artigo, o que Adrilles Jorge, jornalista, resumiu a respeito das intenções de criação de um passaporte de vacinação: "Toda ditadura nasce por uma imposição de sacrifício de liberdade em nome de segurança nacional. Toda ditadura nasce dividindo cidadãos de primeira e segunda classe (os que não obedecem ). 'É pro seu bem e bem de todos', diz o ditador bonzinho que quer castrar tua consciência". 

Sem reparo a tal síntese, e sem desprezar tal avaliação, faço a minha por um outro ângulo. Tal como a privacidade individual que foi incinerada pela era digitrônica, a autonomia do cidadão vem sendo corroída gradativamente desde a revolução industrial, momento histórico que marca a ênfase na evolução tecnológica, em minha humilde opinião. Desde o final do século XVIII, portanto,  a partir de noções de identidade cultural, língua e geografia, os Estados-Nações vieram sendo criados e as liberdade de escolha vieram sendo limitadas, ou suprimidas, em favor de pretensos valores coletivos. Onde quero chegar? A obrigatoriedade de vacinação é notícia velha. Qualquer mãe conhece a carteira de vacinação e sabe da importância de vacinar para a saúde de seus filhos, tanto quanto para a inserção deles no ensino básico, onde sua apresentação devidamente atualizada é obrigatória.

Dito o acima, é de se supor que sou a favor da proposta do passaporte. Pois sinto dizer que sou absolutamente contra. Contra este passaporte, neste momento. As vacinas de nossas crianças, só se tornaram obrigatórias depois de anos em que se pôde constatar, com altíssimos níveis de confiabilidade, que elas eram eficazes e absolutamente seguras. Não é o caso de nenhuma das vacinas atualmente no mercado.

Além disso há uma questão muito prática. Se as vacinas são obviamente diferentes, elaboradas por princípios farmacológicos diferentes, com resultados ainda a serem observados e avaliados, como estabelecer um critério mínimo de eficiência para tal passaporte? O que ele vai dar de retorno para a redução da propagação do vírus? Cada país vai privilegiar uma vacina segundo seus critérios e interesses? A OMS vai selecionar qual ou quais vacinas são "confiáveis"? Um viajante que tomou a vacina A vai poder entrar no país que escolheu a vacina B? Ou ele terá que se vacinar com as duas?

A vacinação obrigatória de crianças já está incorporada na maioria das nações e é uma das formas que nos é disponibilizada para a manutenção de nossa saúde. Entretanto, neste junho de 2021, é uma bobagem insana propor e, pior, aprovar a obrigatoriedade de tal instrumento controlador. O problema não é o passaporte, é "esse" passaporte, "neste" momento.

Enquanto, portanto, não se atingir o alto índice no binômio eficácia/segurança com as vacinas para a COVID-19 e qualquer outra virose que vier a nos atacar no futuro, NÃO ao "passaporte de vacinação".

Quanto ao alerta do Adrilles a respeito de "ditadura", contraponho um outro alerta: "olhe para os lados digitrônicos, a ditadura já é nosso presente e será para o futuro da humanidade". Infelizmente! 


AQUECIMENTO GLOBAL

Cerca de 2 anos atrás, mais ou menos, fui chamado a atenção para o fato de que o aquecimento global, se efetivo, seria do interesse dos países que têm áreas que  hoje apresentam temperaturas abaixo de zero em grande parte do ano.

Eis que em 18/6/21, e como em todas as sextas-feiras, me chega a edição digital da Revista Oeste, trazendo um artigo de Dagomir Marquezi de onde extraí dois trechos. Nos três primeiros parágrafos, o autor apresenta o problema e mostra quais países estão envolvidos. 

"Um ecossistema vital para o planeta está sob ameaça, assim como suas populações indígenas. Não é a Amazônia. É o Ártico, que aparentemente não tem tanto prestígio entre ONGs e astros de Hollywood."

"Mudanças climáticas (seja lá qual for a razão para elas) estão transformando radical e rapidamente a região ártica. E provocando uma inédita movimentação econômica e militar no topo do mundo. A região hoje ainda congelada pode virar em pouco tempo uma das mais explosivas zonas de conflito."

"O que define o Ártico? Tecnicamente é a região ao norte da latitude 66º30’N (o Círculo Polar Ártico), a partir da qual pelo menos uma vez por ano o dia dura 24 horas (no solstício de verão) e a noite idem (no solstício de inverno). Abrange 21 milhões de quilômetros quadrados, quase duas e meia vezes a área do Brasil. Engloba o território de oito países: a Dinamarca (por sua possessão da Groenlândia), a Noruega, a Suécia, a Finlândia, a Islândia, o Canadá, os EUA (pelo Alasca) e a Rússia."

E um pouco mais à frente o artigo corrobora a tese à qual eu já havia sido apresentado.

"Para a Rússia, o fato [derretimento do Ártico] é especialmente importante por três razões. Por um lado, possibilita um atalho para qualquer parte do Hemisfério Norte através do Pacífico e do Atlântico. Em segundo lugar, abre amplas perspectivas de exploração de produtos naturais, sobretudo gás, petróleo e metais raros. (Fora o crescente turismo.) De acordo com o governo norte-americano, o Ártico pode conter 13% das reservas mundiais de petróleo e 30% das reservas de gás natural."

Quando  você voltar a ter contato com argumentos para conter o aquecimento global, lembre que há a maldição da moeda que se aplica a tudo nesta malvada vida: há sempre dois lados em toda "realidade".


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