No que tange aos temas aqui abordados, é importante dar um esclarecimento sobre o que penso em relação a política e economia. Sou ferrenho adepto do livre arbítrio, da livre iniciativa, da autodeterminação, e defendo uma redefinição do capital que inclua um compromisso real, e mesmo, obrigatório, em devolver à sociedade uma participação sobre os lucros que ela ajudou a construir.. Isto pode ser feito em forma de investimentos na eliminação das carências das comunidades em que a empresa está inserida, pois sem o que não existiriam demandas a para os produtos e serviços ofertados pelas empresas. Investir no progresso econômico do maior número possível de pessoas é um ato de inteligência emocional e empresarial. Sou um liberal.
Politicamente sou um democrata até a metade do livro. Não acredito em regimes-panaceia que se proclamam como "verdade suprema" e promessa de vida perfeita. Não me dogmatizo a "ismos" específicos como Santo Graal para nada (capitalismo, socialismo, comunismo, liberalismo, estatismo etc.). Neste novo mundo globalizado, onde tudo se interliga de modo ultra conectado, exigindo respostas imediatas, precisamos tanto da liberdade de iniciativa (liberalismo) quanto da decisão rápida e centralizada (autocracia) para responder aos desafios que as nações enfrentam diariamente. Tenho a convicção de que uma nova democracia representativa está em silenciosa construção. Algo que talvez venhamos a conhecer como uma "divercracia" ou "policracia".
Comparado à média do Brasil, sou um leitor bem acima dela. Desde o dia em que consegui ler a primeira frase em uma história em quadrinhos, não parei. Ciclicamente. Períodos mais e menos intensos. E li os mais variados autores e temas. Pensadores à direita e à esquerda. Dos sérios aos falastrões. Biografias, filosofia, sociologia, psicologia, romances, policiais, ficção, não-ficção, crônicas, poesia, contos, literatura brasileira e universal. Mas nada do que li me fez ter as convicções que tenho, pois eu nasci com elas. Não sou capitalista porque escolhi sê-lo em algum momento da vida. Apenas me vi sendo-o. O mesmo em relação a minhas convicções políticas. A importância do que li foi a de estruturar racionalmente o que sempre existiu sensitivamente.
Não acredito, portanto, que as pessoas possam ser convencidas do que quer que seja. O que às vezes parece mudança, principalmente entre a adolescência e a idade adulta, é apenas um indivíduo perdido tentando encontrar sua turma. No mundo adulto, ninguém muda de ponto de vista se não for provocado por um acontecimento traumático que abale violentamente suas crenças. Mesmo quando isto acontece, a crença não mudou, apenas o indivíduo percebe que é mais inteligente, ou mais cômodo, adotar uma nova atitude para poder suportar a nova "verdade" que surgiu com sua nova "realidade" (assim se justificam, por exemplo, os que mudam repentinamente de crença religiosa).
Votei no Lula em 2002 porque pensava, e continuo pensando, que o capitalismo precisa incorporar compromissos com a maioria da população cuja natureza não é a da competição, do empreendedorismo, mas quer contribuir com sua força de trabalho para um processo que leve a melhorias gradativas na qualidade de vida. Na eleição de 2002, concentrado em manter meu pescoço fora d'água e continuar respirando, não dediquei a mínima atenção para conhecer o PT, seus integrantes, suas ideias, seus objetivos. Eu só queria algo diferente da incompetência do governo FHC em lidar com os ataques ao Real. Lembram? Em 2006, tendo acompanhado o "mensalão", deixei de ser o "inocente útil" como a maioria de nós o foi 4 anos antes. Descrente das propostas dos demais candidatos, não votei, e o mesmo fiz em 2010.
Em 2014, convicto do mal que o PT fez (e infelizmente, ainda faz ao país), votei no PSDB, não pelo Aécio, mas simplesmente porque era o único caminho para não deixar que esse bando de psicopatas continuasse a destruir uma nação em proveito próprio.
Nunca acreditei em salvadores da pátria nem em donos da verdade, como se apresentam os seguidores das ideias de Marx e das práticas de Lênin, Stalin, Hitler, Mussolini, Fidel e outros assassinos de milhões de pessoas comuns, com a justificativa torpe de que tais mortes se justificavam "pela causa". Meios justificando fins. Mas acredito em ter um norte que nos guie em um projeto de evolução, de aprimoramento. Se é fundamental para a vida pessoal, mais o é para unir uma nação em direção a um futuro com mais justiça e mais qualidade de vida para mais pessoas. A vida de 45 anos como empreendedor e empresário, me fez convicto da importância e necessidade de timoneiros que mantenham com firmeza o leme em direção ao porto que se deseja chegar. Sem líderes todas as direções são possíveis e ficamos tal qual nau sem leme. É este pensamento que explica a "segunda metade do livro". Os princípios democráticos devem ser respeitados até que o líder possa entender o quadro geral. Daí pra frente, há que se delegar a decisão de escolhas dos caminhos a seguir.
Defendo menos mudanças e mais aprimoramento (sim, sou um conservador!). Precisamos parar de dar um passo à frente e dois para trás. Precisamos corrigir rumos ao invés de ficar mudando de direção a cada ameaça de tempestade. Precisamos, de algum jeito, estabilizar o Estado, impedindo, definitivamente, a possibilidade do aparelhamento por aqueles que, temporariamente, ocupam os três poderes.
Mas a maior das minhas convicções é que não existe "uma verdade" para nada, a respeito de nada. A única verdade possível é "a minha verdade", pessoal, intransferível, indelegável. Infelizmente, desgraçadamente, mas consequentemente, os que insistem em que "a verdade deles" deve ser a verdade imposta a todos, são aqueles que estão dispostos a pagar qualquer preço para atingir o poder e ter à mão as armas, em todos os sentidos, para fazer valer "a sua verdade". Todos os que assim pensam e agem, fazem parte dos humanos psicopatas.
Ingressei na vida adulta sob a imposição de duas ditaduras: a da direita, exercida pelos militares e justificada por nos defender de um comunismo que comia criancinhas, e a da esquerda, exercida por jovens crédulos na utopia marxista-leninista e justificada por nos defender de uma ditadura comprometida com um capitalismo selvagem. Eu odiava ambos os lados, pois ambos ameaçavam a minha integridade física, minha autodeterminação, meu livre arbítrio, de um lado pela repressão do DOPS, de outro pelos atentados terroristas que não se importavam com quem nada tinha a ver com seus alvos.
Faço um parêntese. A propósito do que acontece nos dias de hoje (ago/15), é interessante dar uma olhada neste vídeo:
Apesar de ser aluno da USP entre 1970 e 1972, um ninho da esquerda, tanto no sentido de criadouro quanto no de acolhedor, nunca fui adepto do socialismo. Ao contrário, era e sou até hoje defensor de que, até agora (e me inspiro em Churchill), democracia e capitalismo são a melhor combinação, comparada às demais alternativas, para levar as conquistas da humanidade ao maior número de beneficiários.
Mas desde aqueles anos, sempre mantive uma inquietação quanto aos que ficam para trás na competição por um lugar ao sol. Esse fato é o que me levou a ter admiração por Ulisses Guimarães, a me manter partidário do MDB e a me sentir próximo de uma filosofia de centro-esquerda.
Hoje me posiciono como centro direita. Defendo um capitalismo com compromisso social. Sou intransigente com respeito à liberdade individual. Apoio total a governos que aceitem a diversidade humana sob todos os aspectos. Um Estado defensor dos seus cidadãos perante a competição em uma economia globalizada e, ao invés de protetor, um promotor e incentivador do desenvolvimento da capacitação profissional de cada indivíduo.
Sou ferrenho defensor da educação como mola insubstituível para o desenvolvimento do País, mas reconheço que o êxito no processo de absorção do conhecimento só será alcançado quando o básico, alimento, moradia, saúde e oportunidade de trabalho, forem garantidos a todos.
Se iludem os que acham que alguém com fome, e/ou vivendo nas ruas, e/ou necessitando de tratamento médico, e/ou sem trabalho, tem condições necessárias para absorver conhecimento e alcançar tal meta.
Finalizo com dois vídeos. O primeiro é de Leandro Karnal, cujas palavras faço minhas.
Este segundo, é do Canal Epifania Experiência cujo título é "Todo mundo é ateu".
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