Na postagem anterior deixei no ar
a sugestão de que o Transtorno de Personalidade Antissocial (TPA) pode ser um
forte candidato a alicerce universal da corrupção. Na verdade é o que pretendo
demonstrar convidando-o a colocar sua mente para me acompanhar numa trilha
pelos labirintos e bastidores dos ambientes onde a palavra-chave é “poder”.
É até possível que você já tenha pensado
sobre os preços que uma pessoa terá a pagar para chegar a ocupar um cargo
político e, portanto, uma posição de poder, mas provavelmente não com a
sistemática que pretendo seguir aqui. Portanto, tenha você ou não pensado no
assunto, espero poder adicionar algumas reflexões para enriquecer suas
conclusões.
Coloquemo-nos como interessados
em salvar o Brasil dos corruptos. Imaginemo-nos paladinos da honestidade,
incorruptíveis, bons samaritanos, dispostos, por enquanto, a “fazer o bem para o
povo brasileiro” sem esperar, nem querer receber nada em troca. Bem, nada não é
exatamente o termo, pois não desejamos abrir mão do salário, óbvio. Nem dos
jetons. Nem das ajudas de custo... Opa! Já estou me adiantando, pois nem
eleitos fomos. Aliás, nem candidatos somos, não é?
Para nos candidatarmos,
precisamos nos filiar a um partido, comparecer a reuniões, assembleias, de
preferência assumir algum papel na estrutura, ou seja, passar a fazer coisas
que para os demais sejam vistas com bons olhos, sejam aprovadas e, de
preferência, elogiadas. O importante mesmo é passar a imagem de determinação, de que nada o impedirá da busca por uma indicação do partido para você
ser um dos candidatos à vereança de sua cidade na próxima eleição.
Dá para perceber que para esta
escolha, algumas renúncias começam a surgir. Seu horário de trabalho invadido
por questões políticas; seu tempo para a família reduzido ou, comumente,
zerado. Amigos? Esqueça. Finais de semana ocupados por eventos políticos
diversos, de reuniões de conchavos a visitas a comunidades para eventos de
inauguração se o seu partido for da situação. Se não, você vai para vaiar,
jogar tomate etc.
Você foi indicado. Puxa, que
legal! A campanha começa e temos que produzir faixas, cartazes, santinhos
(filipetas), adesivos etc. Você vai esgotar sua poupança e começar a pensar em
vender sua casa... Nem pensar!!! Há de exclamar com convicção sua cara metade com cara pra lá de feia. Ok, de onde
virão os recur$o$, posso saber? Ah, tem um amigo seu empresário, que quer te
ajudar a se eleger porque ele também concorda que “só tem político ladrão” etc
etc etc.
Hum! Vou deixar você imaginando
coisas. Até a próxima, ou melhor, até o próximo.
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