Estou lendo "A Nova cultura do Desejo", de Melinda Davis, antropóloga por formação, consultora de marketing por profissão. A proposta é discutir, destrinchar, entender as consequências dessa era de preocupações imagéticas que nos domina 24 horas por dia. Para quem está ligado nisso, é uma excelente leitura.
Mal cheguei a um terço do conteúdo, mas uma relação de questões me chamou a atenção. Por curiosas e frequentes no nosso cotidiano, reproduzo-as para você com a introdução feita pela própria Melinda.
"Novos desafios tomaram conta de nossas vidas mais rápido do que nossa capacidade de desenvolver e assimilar novas estratégias para enfrentá-lo. Tentamos A, tentamos B, tentamos C, tentamos D, ainda buscando na realidade antiga uma orientação, para então descobrirmos que não podemos mais dominar um mundo que não responde aos nossos antigos métodos.
- Como lutar contra uma voz gerada eletronicamente e derrubá-la?
- Como frear uma mensagem eletrônica nascida do éter?
- Como desviar na sua passagem uma cópia de arquivo transmitido a você?
- Como dar um soco no nariz de uma comunicação enviada pela Internet?
- Como confinar uma fobia dentro de uma cerca?
- Como controlar uma multidão do ciberespaço?
- Como deter uma invasão invisível?
- Como acelerar a linha de produção de uma idéia?
- Onde armazenar produtos intangíveis?
- Como jogar areia no rosto de um perseguidor implacável invisível?
- Como acomodar-se no melhor canto do escritório de uma empresa virtual?
- Como reaver uma identidade roubada?
- Como travar uma guerra real contra um inimigo cuja natureza não é territorial mas ideológica?"
Acrescente à lista da Melinda a sua pergunta-angústia. Deixo a minha: como saber quem realmente eu sou apenas lendo os textos que publico neste blog?
Quanto de hipocrisia precisamos usar para contornar estes obstáculos?
Esmiuçar a notícia, ler as entrelinhas, iluminar o obscuro. Revelar as intenções da mídia, de políticos e de outros de vida pública, para iludir incautos em proveito próprio. Expor a hipocrisia que nos cerca e envolve, nos cega e conduz, e nos ajuda a tocar a vida de um jeito "me engana que eu gosto".
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