"Os próprios déspotas não negam que a liberdade seja excelente; mas a querem apenas para si mesmos e sustentam que todos os outros são totalmente indignos dela."
Nesta postagem vou usar um exemplo ligado à política, mas não vou falar de política.
Se a Era Digitrônica antes da pandemia já nos apresentava um "novo mundo", agora, depois das mudanças de hábitos impostas por nossos governadores em mal alegado combate à pandemia de COVID-19, nos traz muito, muito mais que um "novo normal" como inicialmente imaginamos e inocentemente previmos nos primeiros meses de 2020. Muito além das novas práticas cotidianas de asseio, distanciamento social e uso de máscara, nos assediam digitalmente em nossos celulares com práticas moralmente duvidosas que nos levam a refletir sobre quais serão as regras que nortearão, daqui pra frente, o nosso comportamento ético em sociedade. Uma coisa já é certa: o nosso antigo normal está sendo violentamente corrompido e, para gáudio da esquerdopatia, sendo "desconstruído" pelas beiradas e substituído por um "novo anormal".
A natureza humana abarca todo um espectro de alternativas que vão desde indivíduos psicologicamente razoáveis, até aqueles que habitam o extremo da psicopatia com pitadas de esquizofrenia (1), passando, como sempre, pelos crédulos contumazes, inocentes úteis a ambos os extremos, e não esquecendo dos que hoje são chamados de isentões. Lembremos que na massa todo indivíduo é um bárbaro. Mas vou me ater ao extremo mais doentio.
A difamação, a acusação eivada de falsidade, a manipulação de fatos, a descontextualização de falas no intuito de iludir desavisados, a maquiagem que embeleza o feio e a vilania, não são novidades nesta nova Era, pois sempre integraram o processo de aperfeiçoamento da civilização. O novo é (1) o potencial das ferramentas digitais de edição dos fatos, (2) o poder de disseminação das mensagens (em sentido amplo) para, literalmente, o mundo todo, (3) a quase total impunidade para os falseadores/manipuladores, e (4) a facilidade que estes têm de abarcar apoiadores/seguidores expressa na quantidade de "likes".
Propagar o falso, o ignóbil, até então, tinha um limite muito estreito de consequências dado que a disseminação sempre estava sujeita a uma relação um-para-um, fosse via presença física, fosse através de uma ligação telefônica, fosse pelo envio de uma correspondência. Tais recursos redundavam em uma taxa de expansão muito lenta, permitindo tanto a reação, a tempo, à calúnia, ou ao que fosse, quanto por morte do tema ao findar o interesse na replicação.
A Digitrônica, ao criar a relação um-para-muitos-milhões, simplesmente retirou do quadro de alternativas possíveis, tanto a possibilidade de reação a tempo, quanto de obsolescência da mensagem, pois, tal como os elefantes, a "internet nunca esquece".
Vários aspectos da nova Era podem, e devem, ser analisados (como Inteligência Artificial, privacidade, infinidade de informações na nuvem, censura oficial judiciosa, censura não governamental nas plataformas etc.), mas me atenho ao que diz respeito à dimensão da digitrônica, o suficiente para projetarmos um futuro em que nossos valores e nossos padrões de comportamento serão radicalmente diferentes dos que aprendemos e praticamos até hoje. E quando uso "nós" estou me referindo à humanidade composta por nossos descendentes muito mais do que a nós, viventes do presente. Fiquemos razoavelmente tranquilos, portanto, não estamos imunes a cair em desgraça, mas a probabilidade é pequena, bem menor que contrair a COVID!
Não me alongo mais. Apresento o que me motivou a tratar deste assunto.
Recebi o vídeo a seguir no dia 9 de março de 2021, o "day after" da decisão de PT-Fachin anulando todas as sentenças já formadas e firmadas contra o "barbudo de 9 dedos". Aguardo você assistir antes de prosseguir:
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