Conheço uma pessoa que quando interpreta como errada uma ação de outro, saca logo um "isso devia ser proibido". Na sua incapacidade de pensar em alguma outra solução, até porque não é responsabilidade dela, clama por um estado-polícia protetor desta incapacidade. Mas ela é honesta. Dias atrás, quando evidenciei este seu lado criador de "leis", reconheceu: "É, vai ter que abrir uma penitenciária do tamanho de São Paulo e não vai dar pra todo mundo".
Quando assistir ao seu jornal televisivo preferido, preste atenção nas quantidades de leis que são feitas com artigos prevendo "de x a y anos de prisão" para isto e aquilo! Se houvesse capacidade do estado de aplicar todas as leis, não haveria cidadão em liberdade, nem para prender os infratores. Círculo vicioso sem solução.
As razões são muitas e permite vários tratados sociológicos, mas, na base, vamos encontrar os seguintes: a) o desempenho do político eleito para o legislativo é medido pelo número de leis que propõe; b) visão de Estado paternalista pretensamente socialista; c) necessidade de criar dificuldade para gerar facilidade. Fiquemos nessas.
O deputado comunista Aldo Rebelo quer ver aprovado seu projeto de lei que proibe o uso de estrangeirismos na propaganda. Deixemos de lado a tentativa de assassinato da língua portuguesa. De cartazes em vitrines de lojas e outdoors nos mais de 5 mil municípios brasileiros, a anúncios em jornais e revistas do país inteiro, tentemos apenas imaginar a quantidade de zeros no custo do aparato policialesco necessário para que esta insensata proposta tenha mínima eficiência!
Lembrei de tudo isso estimulado pela notícia de que o senador Eduardo Azeredo, engenheiro com especialização em informática (!!!), apresentou um projeto de lei para fiscalizar o tráfego de informações na internet. Não li e fiquei me perguntando: comol?
O que incomoda nos projetos com base nestes princípios é que para atingir uma minoria, eles nos tratam a todos, a maioria, como bandidos, nos subordinando às suas incompetências.
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