Quem me acompanha aqui conhece a minha tese de ser a personalidade psicopata o pano de fundo da corrupção. Em decorrência, há algum tempo venho me perguntando se não haveria algum tipo de teste, avaliação, que nos auxilie na identificação de um sujeito psicopata, ou com tendência a ser um.
Eis que me vejo assistindo à entrevista de Katia Mecler, psiquiatra, por ocasião do lançamento de seu livro "PSICOPATAS DO COTIDIANO - como reconhecer, como conviver, como se proteger". Li, gostei muito, e é daqueles que todo mundo deveria ler. Afinal, como um dito conhecido, de perto, ninguém é normal.
Para que ninguém se assuste com o título, vou fazer alguns comentários importantes.
O entendimento que eu tinha até aqui era basicamente o de uma definição (apenas uma das) que encontrei na internet:
Psicopata é o indivíduo inflexível nos seus objetivos, totalmente egoísta e desprovido de qualquer tipo de sentimento, incapaz também de sentir qualquer remorso, mas penalmente imputável, pois tem discernimento para distinguir o certo do errado, não sendo louco, como muita gente pensa.
Até hoje, para fundamentar minha tese, o psicopata era esse cara "totalmente egoísta e desprovido de qualquer tipo de sentimento", mas agora, depois de conhecer o trabalho de Katia, me vejo obrigado a ser mais específico e passar a usar a terminologia "Transtorno de Personalidade Antissocial", a categoria de psicopatia (entre as 10 por ela listadas) que identifica o comportamento padrão daqueles que se dispõem a viver como corruptos. São elas:
- Transtorno de personalidade esquizóide
- Estranho, esquisito, solitário, misantropo.
- Transtorno de personalidade
esquizotípico - Excêntrico.
- Transtorno de personalidade paranóide -
Desconfiança.
- Transtorno
de personalidade antissocial - Parasitas predadores
- Transtorno de personalidade borderline
- Impulsivos e instáveis
- Transtorno de personalidade histriônica
- Caçadores de atenção
- Transtorno de personalidade narcisista
- Caçadores de admiração.
- Transtorno de personalidade dependente
- Simbiose.
- Transtorno de personalidade evitativo -
Esquivo.
- Transtorno de personalidade
obsessivo-compulsivo - Perfeccionismo.
Vejam que ela não usa o termo "distúrbio", mas sim "transtorno", algo que podemos entender como "um pouco fora do padrão dos demais ao redor". Ela também ressalta que a esquizofrenia seria um transtorno
psicótico que "se evidencia no afastamento da realidade, podendo se manifestar na
forma de delírios e alucinações".
É ela ainda que esclarece: "São transtornos
porque assim o exigem a história das mentalidades, a sociedade, a cultura, os
valores vigentes e - por que não? - os que detêm o poder." (...) "Pessoas com esses
transtornos, com freqüência e sem perceber, causam intenso sofrimento a quem
convive com elas."
Em praticamente todos os transtornos abordados, ela diz frases semelhantes a esta: "Eles não entendem o
problema e se recusam a tratá-lo. No máximo, após um longo processo de
autoconhecimento, conseguem entender o mecanismo de repetição de suas atitudes
e minimizar seus efeitos."
O livro é de extrema facilidade de leitura e muito bem estruturado. A apresentação de cada transtorno é finalizada com 3 tópicos:
a) Diagnóstico
b) Dificuldades na Convivência
c) Ferramentas para a Convivência
Eu não partilho desta visão psiquiátrica de classificar como tendo um "transtorno" o indivíduo pelo simples fato de ser, por exemplo, excêntrico. Ou um "caçador de atenção" ou "de admiração". O primeiro estágio, para mim, é de simples característica mais acentuada e, portanto, só vou considerar um "transtorno" se a tal característica do outro começar a pesar sobre mim.
Vou avisando que em minha personalidade já encontrei traços de três psicopatias (pelo menos!): impulsivo, borderline e obsessivo-compulsivo. Da próxima vez que nos encontrarmos, vou ficar grato se você tiver lido principalmente as dicas de "ferramentas para a convivência"!
E você, está disposto/a a se encarar?
O extrato que fiz da leitura você encontra aqui.
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