O movimento Ruas2013.BR está nos dando a oportunidade de refletir sobre diversas questões. Uma, particularmente, ocupa minha cabeça insistentemente. É sobre a tal da corrupção.
Ah! Antes, uma que descobri ontem (2/7/13). Existe (acho que na UnB) uma cátedra só sobre... corrupção!!!
Ah! Antes, uma que descobri ontem (2/7/13). Existe (acho que na UnB) uma cátedra só sobre... corrupção!!!
Sempre entendi, e continuo entendendo, que corrupção é uma questão universal, milenar, perene e, portanto, inextinguível. Por uma razão simples: é genético. Êpa!!! Quer dizer que eu também!!!??? Mas claro que sim. Não é a corrupção que é genética, mas o que a provoca. Voltemos aos tempos das cavernas e não vamos encontrar a corrupção pelo dinheiro, já que ele não existia, mas vamos encontrar sempre um troglodita querendo que outro lhe dê a preferência em detrimento de outro e pela qual ele está disposto a pagar com algo em troca. Mas naquele tempo não havia Estado. O sistema social era este e o nome que davam, com certeza, não era corrupção. Esta nasceu junto com a criação do Estado, uma ideia para ordenar a sociedade quando esta atingiu uma dimensão incontrolável (tribos indígenas existem sem um Estado legislador). Corromper, portanto, é subverter a ordem que o Estado dispõe. Corromper é criar um atalho para atingir um objetivo, é subverter a lei, e é aí que, minimamente, todos somos de algum modo, em alguma situação pontual, comezinha, corruptos ou corruptores. Será que há diferença entre "molhar a mão do guarda" e a gorjeta do garçom? Há algum mal em "correr um por fora" para acelerar o trâmite do que quer que seja nos meandros da burocracia estatal? Chamemos estes atos de "corrupção social", no mesmo sentido que usamos a expressão "beber socialmente". Bebemos, mas não somos alcoólatras. Não é com esta corrupçãozinha, portanto, que temos de nos preocupar, nem é por causa dela que vamos nos sentir culpados.
A corrupção que nos interessa é aquela que aflora, se manifesta rotineiramente, quando o indivíduo senta em alguma cadeira com algum nível de poder. É aquela que, primordialmente, se dá contra o Estado. É aquela que, na cabeça dele, corrupto, não prejudica ninguém em particular, apenas lhe permite colocar no bolso um recurso do Tesouro Nacional que, se ele dela não se aproveitar, outro irá fazê-lo se estiver na mesma situação.
Esta corrupção não encontrará razão durante uma vida para se manifestar se o indivíduo se mantiver à distância do poder político, do poder jurídico e do poder de polícia. Alguém se acha incorruptível a tal ponto de garantir ser capaz de ocupar uma posição de poder sem nunca se deixar levar por uma situação de corrupção? Analise esta situação recente, não única, vivida por uma pessoa próxima a mim. Antes, um dado que ouvi na rádio dia desses de que 20% (!!!) dos professores da rede pública estão fora das salas garantidos por um atestado médico. Volto ao caso. Um professor da rede pública, corretíssimo, incapaz de faltar a uma só aula, sofreu recentemente pressão de pares (com ameaças) contra sua conduta, pois os demais sempre tinham uma boa razão para não comparecerem nas escolas e cumprirem com suas obrigações (gripe, trânsito, dor de barriga etc.). Ele estava fora dos padrões desejados por alguns desses seus "amigos". Esta é uma situação razoavelmente controlável e este professor responsável encontrará jeitinhos de ir levando. Mas imagine agora como deve ser a tentativa de alguém pretender ser um político absolutamente íntegro? Um policial? Um juiz? Se você quer se manter íntegro, siga o que diz o para-choque do caminhão: "mantenha distância".
Até parece que estou defendendo a corrupção! Não, não estou, mas não sou hipócrita. A corrupção existirá para todo o sempre. Assim como a criminalidade. Assim como o consumo de drogas. Assim como... tudo na vida. O que a maioria dos países ainda não encontrou é um modelo melhor para lidar com isso. Dois ou três dias atrás ouvi que a Holanda está desativando presídios por falta de presos. A Holanda é aquele país que liberou (controlada pelo Estado) a venda e o consumo de drogas. Nada diferente do que os outros países fazem com o álcool. No Brasil vivemos o dilema entre combater e liberar o consumo de drogas. Entre prender e matar marginais. Entre ser contra a corrupção e votar em corruptos. Para nós, ainda um país com bolsões imensos de pobreza, subdesenvolvimento, falta de saneamento etc., é preferível aquele que "rouba, mas faz", e para ele damos nossas bênçãos e voto de confiança a cada 2 anos.
Fechando (mas deixando uma janela para ver mais coisas), corrupção, tal como o tráfico de drogas, não se combate pois são fruto do mercado capitalista, oferta e procura. O que se tem a fazer é retirar as causas que originam os males. No caso das drogas, acabar com a necessidade de existirem traficantes. No caso da corrupção, é mais complexo. Concorrem para sua existência: a falta de transparência das licitações; a necessidade de ajuste na lei para evitar que se orce por um valor que permite apenas "carta-convite" e depois ficam sendo renovadas até atingirem o valor real da obra; um novo papel da mídia que, por interesse de seu negócio, finge que não entende o que está por trás de "apoio político", "distribuição de cargos", criação de "novos ministérios" etc.; colocar a polícia para prender os políticos que se recusam a acatar o que manda a recente Lei da Transparência (pedi polícia depois de ouvir esta Reportagem da CBN.
Por hoje basta. Está na agenda voltar com um texto sobre as mudanças de personalidade quando um indivíduo sai da condição de simples cidadão para a de político no poder.
Distribua. Estimule o debate. É o caminho para a melhor solução. Sempre.
E divirta-se um pouco.
A corrupção que nos interessa é aquela que aflora, se manifesta rotineiramente, quando o indivíduo senta em alguma cadeira com algum nível de poder. É aquela que, primordialmente, se dá contra o Estado. É aquela que, na cabeça dele, corrupto, não prejudica ninguém em particular, apenas lhe permite colocar no bolso um recurso do Tesouro Nacional que, se ele dela não se aproveitar, outro irá fazê-lo se estiver na mesma situação.
Esta corrupção não encontrará razão durante uma vida para se manifestar se o indivíduo se mantiver à distância do poder político, do poder jurídico e do poder de polícia. Alguém se acha incorruptível a tal ponto de garantir ser capaz de ocupar uma posição de poder sem nunca se deixar levar por uma situação de corrupção? Analise esta situação recente, não única, vivida por uma pessoa próxima a mim. Antes, um dado que ouvi na rádio dia desses de que 20% (!!!) dos professores da rede pública estão fora das salas garantidos por um atestado médico. Volto ao caso. Um professor da rede pública, corretíssimo, incapaz de faltar a uma só aula, sofreu recentemente pressão de pares (com ameaças) contra sua conduta, pois os demais sempre tinham uma boa razão para não comparecerem nas escolas e cumprirem com suas obrigações (gripe, trânsito, dor de barriga etc.). Ele estava fora dos padrões desejados por alguns desses seus "amigos". Esta é uma situação razoavelmente controlável e este professor responsável encontrará jeitinhos de ir levando. Mas imagine agora como deve ser a tentativa de alguém pretender ser um político absolutamente íntegro? Um policial? Um juiz? Se você quer se manter íntegro, siga o que diz o para-choque do caminhão: "mantenha distância".
Até parece que estou defendendo a corrupção! Não, não estou, mas não sou hipócrita. A corrupção existirá para todo o sempre. Assim como a criminalidade. Assim como o consumo de drogas. Assim como... tudo na vida. O que a maioria dos países ainda não encontrou é um modelo melhor para lidar com isso. Dois ou três dias atrás ouvi que a Holanda está desativando presídios por falta de presos. A Holanda é aquele país que liberou (controlada pelo Estado) a venda e o consumo de drogas. Nada diferente do que os outros países fazem com o álcool. No Brasil vivemos o dilema entre combater e liberar o consumo de drogas. Entre prender e matar marginais. Entre ser contra a corrupção e votar em corruptos. Para nós, ainda um país com bolsões imensos de pobreza, subdesenvolvimento, falta de saneamento etc., é preferível aquele que "rouba, mas faz", e para ele damos nossas bênçãos e voto de confiança a cada 2 anos.
Fechando (mas deixando uma janela para ver mais coisas), corrupção, tal como o tráfico de drogas, não se combate pois são fruto do mercado capitalista, oferta e procura. O que se tem a fazer é retirar as causas que originam os males. No caso das drogas, acabar com a necessidade de existirem traficantes. No caso da corrupção, é mais complexo. Concorrem para sua existência: a falta de transparência das licitações; a necessidade de ajuste na lei para evitar que se orce por um valor que permite apenas "carta-convite" e depois ficam sendo renovadas até atingirem o valor real da obra; um novo papel da mídia que, por interesse de seu negócio, finge que não entende o que está por trás de "apoio político", "distribuição de cargos", criação de "novos ministérios" etc.; colocar a polícia para prender os políticos que se recusam a acatar o que manda a recente Lei da Transparência (pedi polícia depois de ouvir esta Reportagem da CBN.
Por hoje basta. Está na agenda voltar com um texto sobre as mudanças de personalidade quando um indivíduo sai da condição de simples cidadão para a de político no poder.
Distribua. Estimule o debate. É o caminho para a melhor solução. Sempre.
E divirta-se um pouco.
TRANSPARÊNCIA TOTAL, REAL.
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