quarta-feira, agosto 25, 2021

1 FATO 3 NARRATIVAS

"O conhecimento do assunto em um debate é desnecessário, porque toda opinião é falsa e as palavras não tem nenhum significado fixo, pois servem apenas para lisonjear e persuadir." 

Geórgias de Leontinos (-487/-376)

“De que nos serve entender as coisas se com isso nos tornamos mais covardes, se esse conhecimento nos tira o repouso e a tranquilidade de que gozaríamos sem ele, se nos reduz a condição pior que a do porco?” 

Pirro (-318 a -272)


No domingo, 22/8/21, apareceu a notícia de que um acampamento de pessoas começara ser montado nos gramados da esplanada dos ministérios em Brasília. Vamos ver como o fato foi relatado nas redes sociais.

O website Brasil de Fato, apresentou a seguinte chamada:


Quem primeiro teve conhecimento do fato através deste veículo, soube então que se tratava de uma manifestação de indígenas com objetivo e datas de início e encerramento definidos. Eu só fui ver esta publicação agora que me disponho a fazer esta postagem, até então o que soube foi no dia 23, quando recebi em meu zap este vídeo:


Nele, portanto, fiquei "sabendo" que os apoiadores de Bolsonaro, inclusive indígenas, já estavam começando a chegar para a manifestação de 7 de setembro. Quase nada desta frase foi dita no vídeo, mas é  uma dedução lógica que, como eu, qualquer um que o assistiu também a fez, mesmo que alguém tenha ouvido um soprozinho estranho no ouvido. Ou, como eu, tenha recebido no domingo, um zap com um pdf falando tudo sobre a manifestação, inclusive sobre barracas, o que me ajudou a acreditar na versão. Veja:


Para o final do mesmo dia recebo, também no zap, um vídeo do canal "Questione-se" do qual extraí apenas uma pequena parte só para o interesse desta postagem mas que você pode ter a íntegra aqui.

Shiii!!! Fui enganado!!! É a esquerda que está usando os índios e outros militantes para ocupar o espaço que a direita pretende ocupar no 7 de setembro!!! Os caras são "phodas" mesmo!!! O que fiz eu? Claro, apertei o compartilhar até com um certo sentimento de culpa pelo envio anterior!!!

Acontece que no final da noite do mesmo dia, recebo um outro vídeo, para o qual também fiz uma edição, mas cuja íntegra você pode ver aqui.


Êta sô!!! Agora é que ficou tudo escuro mesmo! Mas as barracas estavam lá, eu vi "com esses olhos que as redes sociais tentam ofuscar", elas estavam lá!!! Aí vem o tal do Ariston me dizer que foi lá checar e as barracas sumiram!!! Todinhas? Nenhumazinha pra servir de prova, indício, suposição!!!

Então hoje, 25, voltei a pesquisar e encontrei esta notícia que confirma a intenção do acampamento mas não resolve a questão de quando ele começou a ser instalado.


CONCLUSÕES

1 - Um fato é verdadeiro: indígenas acamparam no gramado da esplanada dos ministérios.

2 - A manchete do Brasil de Fato, do dia 22, domingo, parece estar correta desde que falso o terceiro vídeo.

2 - A pessoa que fez o primeiro vídeo, provavelmente na manhã de segunda-feira, interpretou erradamente o que estava vendo/acontecendo, gravou afirmações falsas, mas como todo bom internauta destro no botão "compartilhar", distribuiu para seus contatos, cujos destinatários "compartilharam" com seus contatos, que por sua vez... Over and over again.

3 - No vídeo 2, o blogueiro "bolsonarista", em sua ânsia de mostrar as táticas da esquerda, monta uma narrativa a seu gosto e em oposição ao vídeo 1.

4 - No vídeo 3, o Ariston mostra a esplanada vazia na noite de domingo para segunda (ele afirma que é esse o dia), o que nos faz imaginar que os índios só chegaram na manhã de segunda.

5 - Na manchete da Agência Brasil (um braço da Empresa Brasil de Comunicação) que imaginamos ser correta na divulgação de notícias, confirma que há sim um acampamento de indígenas em favor de que o STF defina a data de promulgação da Constituição como "marco temporal" para a demarcação de terras.

6 - A ignorância, o desconhecimento, aliados ao desejo urgente de aparecer "bem na fita" do compartilhamento de qualquer coisa, traz o inferno que até então ficava no centro da Terra (é onde dizem que fica) para a tona de nossa vida cotidiana. Não se trata mais de que "todo cuidado é pouco", todo cuidado não significa garantia alguma de que a notícia  que você está recebendo tem compromisso com a realidade do fato.

Estamos aprendendo enquanto sofremos as dores do crescimento. Por mais que nos policiemos (eu tento o tempo todo não me deixar levar, mas mesmo assim...), vamos cometer erros até mesmo grosseiros.

Antes da digitrônica, um sujeito do mal fazia das suas contra uma pessoa, uma família, um pequeno grupo, uma empresa e, em casos extremos, contra parte da população de uma cidade, como foi Oklahoma, Torres Gêmeas, Paris etc. Hoje, este sujeito do mal, pode atacar uma enorme parcela da humanidade apenas divulgando uma imagem, uma notícia, que nem precisa ser real (ele mesmo pode criá-la) e divulgá-la nas redes sociais internet a fora. Ou então hackear computadores e/ou sequestrar seus conteúdos, principalmente de empresas, e isto em escala planetária.  Antes, portanto, o mal existia, foi só a abrangência e a intensidade do dano que mudou. O que pode nos servir de algum consolo, é que tal poder também pode ser usado pelos bons. 

Antes de dar seu clique em "compartilhar", pense, espere, aguarde. A besteira que podemos fazer hoje, pode esperar até amanhã. Quem sabe descobrimos, nesse intervalo, alguma razão para não cometê-la?

sábado, agosto 21, 2021

SIM, E DAÍ?

 Eu, cidadão brasileiro, tenho um blog onde publico textos expondo minha opinião sobre diversos assuntos, principalmente sobre política. Você leu e não gostou do que eu disse. SIM, E DAÍ?

Alguém que leu, que não concordou com minhas opiniões, que distorce o que eu disse, pois não está muito interessado em entender meu ponto-de-vista, posta um comentário grosseiro, usando palavras chulas me criticando, me atacando. SIM, E DAÍ? 

O “supremo ungido” que apoiava urnas auditáveis há pouco tempo atrás, mudou de opinião e agora, em flagrante desrespeito ao que prescreve a Constituição, se reúne na madrugada com líderes de 11 partidos e os “convence” a tomarem uma atitude para evitar que uma proposta que viabilizaria a auditagem da totalização dos votos fosse aprovada na Comissão de Constituição e Justiça. SIM, E DAÍ? 

O “supremo ungido”, o “muralha”[1], decreta a prisão de jornalista sem apresentar NENHUMA acusação, em total desrespeito ao que prescrevem as normas dos processos civil e penal. SIM, E DAÍ? 

O mesmo “supremo” invade a autonomia do poder legislativo ao decretar a prisão de um deputado no exercício do mandato detentor de imunidade parlamentar, novamente sem apontar o crime por ele cometido, apenas citando uma vaga acusação de “ataques aos magistrados do tribunal”. SIM, E DAÍ?

Um ministro do TSE, considerada a mais inútil das cortes, “determina o bloqueio do dinheiro pago pelas redes sociais a canais, páginas e sites bolsonaristas por propagarem, na sua autoritária opinião, “fake news”, mas que verdadeiramente são “inconvenient news”[2]. SIM, E DAÍ?

Respaldados nos “supremos ungidos”, qualquer juiz pelo país afora está livre para perseguir cidadãos decretando busca e apreensão, quando não a prisão, desde que sejam desafetos seus ou de seus “amigos” e “cumpanheiros”. O próximo talvez seja... você. Ou eu. SIM, E DAÍ?

Sinadores[3] de uma CPI, mais conhecida por ser um verdadeiro circo dos horrores, não investiga os desvios de verba de governadores, enquanto cria um ato de corrupção supostamente cometido no governo em uma compra de medicamentos que não houve. SIM, E DAÍ?

Um sinador fica apenas rosado – porque vermelho já está -, ao tentar induzir a raríssima audiência da CPI de que é crime indicar um medicamento “sem eficácia comprovada”. SIM, E DAÍ?

Os Ministros da “Suprema Corte”, cuja existência se deve unicamente à função de defender a Constituição, a ignoram descaradamente, em especial os artigos 1º [4], 3º, 4º, 5º (com 58 itens), 15º, 19º, 34º, 52º, 53º, 54º, 55º, 84º, 102º, 136º e 142º. SIM, E DAÍ?

A OAB, no passado uma entidade que cumpria o papel de defensora dos direitos do cidadão e de proteger-nos contra eventuais abusos do Estado, hoje é um dos braços de um partido político que assaltou o país por 16 anos. SIM, E DAÍ?

A grande imprensa brasileira, que já abrigou veículos que, no passado, estiveram ao lado da luta contra o comunismo e por uma democracia de fato, está, hoje, carente do dinheiro público, agindo como falsificadora de fatos em uma derradeira tentativa de controlar a opinião pública com a intenção de voltarem a mamar nas tetas do Estado. SIM, E DAÍ?

Grandes empresas – lideradas por empresários CoCo (Comunistas de Coração) - afastadas do convívio espúrio, nefasto, criminoso, vivendo à sombra de um Estado protetor de cartéis, monopólios e oligopólios, se postam contra um governo liberal, capitalista, descentralizador, desestatizador, porque querem a volta do antigo “status quo”. SIM, E DAÍ?

Integrantes da Polícia Federal, que no auge da Lava-Jato, foram abordados pela minha mulher em um restaurante, que os exaltou publicamente e em voz alta pelo trabalho que vinham executando na prisão de CORRUPTOS de todos os kilates[5], hoje são serviçais de uma cadeia de phoder que se instalou em todos os níveis da hierarquia do Estado brasileiro[6]. SIM, E DAÍ?

Os “supremos” de todos os escalões e phoderes, estão se sentindo livres para arbitrar o que bem entendem. A começar pela nossa liberdade de agir, opinar, se expressar, viver à nossa independente maneira. SIM, E DAÍ?

Eu poderia continuar aqui por páginas e páginas. Mas você já entendeu o que estamos vivendo. No cume do phoder, todos se locupletam. Todos têm rabo preso com alguém. A coisa vai bem enquanto não aparece um Bob Jeff ou um Jair Bolsonaro[7]. Chamo sua atenção para entender que toda a informação a que você tem acesso não tem nenhuma relação com a realidade do que está acontecendo no último andar do phoder. Tudo o que lhe chega é apenas para distraí-lo. Confundi-lo. Enganá-lo. SIM, E DAÍ?

Há um fato real que já mencionei em texto anterior, mas que sinto ser necessário repetir. Quando “Daniel”[8] disse que “vamos tomar o poder e isso não significa ganhar eleição”, a inocência de todos nós achou que era uma ameaça futura, quando, na verdade, de fato, ele estava escamoteando a realidade de que já tomaram o poder faz tempo através do aparelhamento ideológico em todos os órgãos e entidades na hierarquia do Estado. SIM, E DAÍ?

O brasileiro de bem ficou sem instância “superior”. O Estado brasileiro foi dominado pela ideologia do PTdoG, muito bem e facilmente absorvida pelos que se sentem mais confortáveis na servidão da garantia da estabilidade do emprego. Nós crédulos, os inocentes fiéis aos princípios democráticos, os que têm que “ralar” para lhes sustentar com 5 meses de nosso trabalho e renda, não temos a quem e ao quê recorrer. SIM, E DAÍ?

Olhando em retrospecto, para os fatos históricos, para as pretensas “revoluções proletárias”, constatamos um fracasso monumental de tais proposições. Eu, você, nós vemos essa realidade incontestável. SIM, E DAÍ?

DAÍ é que sempre tem pato novo! A história não existe para os que chegam a cada parto. Só nos resta lutar por eles, pois “eles não sabem o que fazem”. Ou acreditamos em nossos valores e vamos às ruas, ou nos conformamos com deixar para nossos descendentes as consequências de nossa omissão.

Temos um compromisso no dia 7 de setembro de 2021.

Pela Pátria Livre!


[1] Como foi rotulado pela revista VEJA.

[2] Para entender esta referência leia o meu texto “Inconvenient News”.

[3] Não é erro de ortografia.

[4] A República Federativa do Brasil (...) tem como fundamentos: a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da iniciativa privada e o pluralismo político. Parágrafo Único: Todo poder emana do povo (...). Neste link você tem acesso à íntegra da Constituição.

[5] Kilates servem para definir a pureza do ouro. Uso aqui, portanto, para definir a “qualidade” dos corruptos.

[6] Agora podemos entender a reação dos “supremacistas” ao direito do Presidente nomear um diretor da PF que não lhes seria subserviente.

[7] Curiosa coincidência: BJ e JB!

[8] Daniel, codinome de José Dirceu quando participante da guerrilha.





quarta-feira, agosto 18, 2021

INCONVENIENT NEWS

Me inspiro em Al Gore[1] para vir propor uma correção na atribuição de uma expressão usada para notícias que, publicadas nas redes sociais[2], são denominadas de “fake news” (na tradução literal “notícias falsas”).

Em primeiro lugar, o que é uma notícia falsa? Se alguém reproduz para outro uma informação (sentido amplo) qualquer e omite, intencional ou não intencionalmente, alguma parte que possa provocar alguma alteração na conclusão final que dela se tire, é algo que se possa considerar crime?

Em segundo lugar, quem é esta suprema autoridade capaz de determinar se uma informação é falsa ou não a partir unicamente de sua individual percepção[3]. Onde está a falsidade de um médico que, por exemplo, aconselha o uso do tratamento precoce de qualquer doença, indicando qualquer medicamento sobre o qual ele coloca sua confiança e esperança, fruto de seus conhecimentos e experiências empíricas?[4]

Em terceiro lugar, não vou analisar as razões dos dois pesos e duas medidas dependendo de que lado você está, independente do que você diga, ou melhor, as razões do “duplipensar” como enunciou George Orwell[5]. A razão, é simples, eu não gosto do que você diz, então eu o ataco em tudo o que você disser. Simples assim.

Em quarto lugar, e é o que mais me assusta, é o crescimento geométrico do arbítrio do STF a partir de uma postura ativa de descarte da Constituição, sem que haja qualquer instituição ou ação de indivíduo ou organização no sentido de interromper e/ou anular tais absurdos. Ok, sabemos que no andar de cima todos estão comprometidos com todos. Você finge não sentir o cheiro das minhas merdas que eu finjo não sentir o cheiro das suas. Ok, também sabemos que existem organizações de vários teores que estão raivosos por terem perdido aquilo que os sustentava, sejam privilegiados/benesses de toda a espécie e níveis de valor, quanto de recebimento de receitas/verbas gordas, impróprias, e comprometidas com uma determinada aparência pública. Não fui claro? Tente entender nas entrelinhas

Dito isto, vou aos “finalmentes”. Os socinistas encontraram na expressão “fake news” uma arma para acusar os adversários políticos de tudo o que eles consideram não lhes ser favorável. Neste sentido, a expressão que precisa ser proclamada é “Inconvenient News”.

Senhores e senhoras das redes sociais libertárias e conservadoras, por favor, passem a utilizar somente a expressão “Inconvenient News”, como proposto pelo vice citado , ou, até mais adequadamente, “Inconvenient truths”.

Para encerrar, relato essas coincidências que insistem em acontecer comigo, ou para mim. Resolvi eu nesta semana, ler um livro que carrego comigo desde que sai da casa de meu pai. Na verdade o tomo II de uma coleção publicada pela Abril Cultural em 1972, titulada ”Os Pensadores”. Nela, há a reprodução de um texto de Xenofonte, escrito há dois mil e quinhentos anos atrás, onde reproduz um diálogo entre o jovem Alcibíades e seu tutor Péricles sobre o que é uma lei. Eis:

“- Diz-me, Péricles, podes ensinar-me o que é uma lei?

- Ensina-me então, em nome dos deuses – tornou Alcibíades. – Pois ouço elogiarem certos homens por seu respeito às leis e me parece que sem saber o que seja uma lei jamais se poderia merecer tal encômio[6].

- Se é isso o que desejas saber, fácil é satisfazer-te, Alcibíades – disse Péricles. Chama-se lei toda deliberação em virtude da qual o povo reunido decreta o que se deve fazer ou não.

- E que ordena ele que se faça, o bem ou o mal?

- O bem, rapaz, por Júpiter! E nunca o mal.

- E qiando em lugar do povo, é, como numa oligarquia, uma reunião de algumas pessoas que decreta o que se deva fazer, como se chama isso?

- Tudo o que após deliberação ordena o poder que dirige um Estado se chama lei.

- Mas se um tirano que governa um Estado ordena aos cidadãos fazer tal ou qual coisa, trata-se ainda de lei?

- Sim, tudo o que ordem um tirano que detém o poder se chama lei.

- Que é então, Péricles, a violência e a ilegalidade? Não é o ato pelo qual o mais forte, em vez de persuadir o mais fraco, constrange-o a fazer o que lhe apraz?

- Essa a minha opinião – conveio Péricles.

- Portanto, toda vez que, em lugar de usar da persuasão, um tirano força os cidadãos por um decreto, será ilegalidade?

- Assim o creio. Errei, pois, dizendo sejam leis as ordens de um tirano que não emprega a persuasão.

- E quando a minoria não usa da persuasão junto à multidão, mas agusa de seu poder para forjar decretos, chamaremos a isso violência ou não?

- Tudo o que se exige de alguém sem empregar a persuasão, trate-se ou não de um decreto, parece-me antes violência que lei.”

E aí, você acha que chegaremos a um final feliz?

Como dizem os blogueiros: deixe seu comentário aqui.



[1] Al Gore, o vice-pilantra de Clinton, cheio de intere$$e$ financeiros em explorar a temática do aquecimento global, produziu um vídeo cujo título foi “Inconvenient Truth” (Verdade inconveniente).

[2] Só nas redes sociais, pois nos veículos de mídia impressa e eletrônica (majoritariamente dominados por esquerdopatas) podem publicar o que bem entenderem sem serem incomodados.

[3] Veja este parágrafo do artigo do PGR Augusto Aras publicado na “falha” de São Paulo em 17/8/21: “É preciso sobriedade e sabedoria para retomarmos, superando o luto vivido por milhões de famílias e o drama do desemprego sem abrir mão da democracia, que foi por décadas ansiada e buscada. Temos de nos apegar ao combate de problemas reais e ao cuidado para não apagar fogo com gasolina. O Brasil vive um momento onde todas as cordas estão esticadas. E cabe a nós, do Ministério Público, guiar-nos sempre contra o excesso de ativismo para evitar injustiças irreversíveis.”

[4] Mas a hipocrisia política dos que querem o poder pelo phoder, não pede comprovação “científica” e provas de duplo cego da homeopatia, ou dos medicamentos e chás caseiros.

[5] Duplipensar, para Orwell, é o ato de aceitar simultaneamente duas crenças mutuamente contraditórias como corretas

[6] Encômio: fala ou discurso em louvor de alguém; elogio.







domingo, agosto 15, 2021

REFLEXÕES: ESTRATÉGIAS E TÁTICAS DO PTdoG

Antonio Gramsci, o finado presidiário-psicopata italiano, é tratado pelos socinistas como um padrasto dos filhos de Marx. Como sabemos, padrasto não é clone de pai, ele apenas toma o lugar daquele, mas com ideias próprias sobre como “educar” seus não-filhos, seus apenas enteados. De herança, ele assume apenas os objetivos, quais sejam os de “formar” adultos à sua imagem e semelhança. Entretanto, o conteúdo do que é transmitido é, no máximo, inspirado nas ideias do verdadeiro pai, mas os métodos são outros. Este é o caso das instruções deixadas por Gramsci.

O PT, como outros partidos e movimentos em outros países ocidentais, tornou as ideias de Gramsci o centro de sua cartilha doutrinária. Como estamos vivendo tempos bicudos, nebulosos, controversos, nesta postagem ofereço ao Leitor algumas poucas ideias do pensamento gramsciano para uma melhor compreensão das ações dos principais atores nesta tragédia[1] ao estilo grego que estamos assistindo, e que, em nosso caso, reúne “deuses do Olimpo”, “tirania judicial” e implantação de um regime de exceção[2] ao melhor estilo das tragédias de Sófocles e Ésquilo. Isto, agora, quando, em tese, há um governo de “direita”. Imagine quando o PtdoG “tomar” de papel passado o poder?

A prisão de Roberto Jefferson me fez entender que uma ruptura institucional já aconteceu, o que me lembrou a afirmação de “Daniel”[3] de que não é necessário para si e seus “companheiros” vencerem uma eleição para “tomar” o poder pois, na verdade, sua frase escondia o fato de que já o “tomaram” na medida em que estão infiltrados em todas as instituições em tal intensidade que já as controlam[4]. A ruptura, portanto, já se deu, só falta proceder à troca da guarda.

A seguir divido o conteúdo em 3 partes: as afirmações do próprio Gramsci e as referências, avaliações, observações de dois de seus mais ferrenhos opositores, o professor Olavo de Carvalho[5] e o filósofo Roger Scruton[6].

Seguem as notas, lembrando que entre colchetes são anotações minhas.

 

ANTONIO GRAMSCI – 1891/1937

“Os jornais são aparelhos ideológicos cuja função é transformar uma verdade de classe num senso comum, assimilado pelas demais classes como verdade coletiva – isto é exerce o papel cultural de propagador de ideologia. Ela embute uma ética, mas também a ética não é inocente; ela é uma ética de classe.” [O que significa que na visão dele a humanidade padronizada está muito acima do direito à liberdade.]

“A conquista do poder cultural é a prévia da conquista do poder político.”

“O mundo civilizado tem sido saturado com cristianismo por 2.000 anos, e um regime fundado em crenças e valores judaico-cristãos não pode ser derrubado até que as raízes sejam cortadas.”

“Nós vamos destruir o Ocidente, destruindo sua cultura. Vamos nos infiltrar e transformar a sua música, sua arte e sua literatura contra eles próprios.” [Estratégia que vem sendo adotada desde os anos 60 no Brasil, através da doutrinação em todos os níveis educacionais, nas leis ruanês, no fomento a ONGs, Sindicatos e Movimentos Sociais. Estamos assistindo ao resultado.]

[Ele sintetizou a proposta acima, assim:] “Não tomem quartéis, tomem escolas e universidades, não ataquem blindados, ataquem ideias.”

“Você destrói a família; você destrói a escola; você destrói a Igreja; você destrói os Sindicatos, a não ser o seu próprio. Você destrói os Partidos políticos, a não ser o seu próprio. Você destrói o Estado; você destrói a Economia. Aí você toma o Estado e acaba com a oposição. Acabando com a oposição você conquista toda a sociedade.” [Quem não enxerga o PT praticando todo dia estas máximas, está precisando urgentemente de um “oculista intelectual”.]

“Devemos nos infiltrar dentro da Igreja, dentro da comunidade educativa lentamente e ir transformando e ridicularizando as tradições que se tem sustentado historicamente, a fim de ir destruindo e formando a sociedade que nós queremos.” [Esta é a revelação mais dramática, pois ela rompe com o processo de desenvolvimento civilizatório gradual que se processa sob pequenos incrementos ao longo de gerações, e propõe um novo status imposto à totalidade da humanidade por uma pequena elite de intelectuais liderando um exército de inocentes úteis.]

“Odeio os indiferentes. Viver significa tomar partido.” [E o que o “indiferente” se importa com a opinião de Gramsci e seus vassalos? Por que a heterogeneidade dos seres humanos têm que vestir a camisa de força do que os gramscistas gostam ou não?]

 

OLAVO DE CARVALHO[7] – (1947/...)

“A geração derrotada pela ditadura militar (...) reviu sua estratégia (...) [e recuou] do combate político direto para a zona mais profunda da sabotagem psicológica. (...) é mais importante solapar as bases morais e culturais do adversário do que ganhar votos.”

[O PT] “produz o mal para no ventre dele gerar o ódio, e no ventre do ódio o discurso de acusação”.

“Se Lenin foi o teórico do golpe de Estado, Gramsci foi o estrategista da revolução psicológica que deve preceder e aplainar o caminho para o golpe de Estado. (...) A revolução gramsciana está para a revolução leninista assim como a sedução está para o estupro.”

[O gramscismo] “está mais interessado (...) na ênfase na educação primária”.

“Jornalistas, cineastas, músicos, psicólogos, pedagogos infantis e conselheiros familiares representam uma tropa de elite do exército gramsciano.”

“No campo das técnicas psicológicas, nunca se investiu tanto na busca de meios para subjugar a consciência individual, quebrar sua autonomia, forçá-la a repetir mecanicamente o discurso coletivo.”

“A corrupção petista não é [só] financeira: é uma corrupção política, moral e psicológica. Ela consiste em perverter até o fundo os meios de atuação política e mesmo cultural, os critérios de julgamento e a consciência moral dos indivíduos e das massas.”

“A decadência da policia federal coincide com a sua infiltração maciça por agentes do PT e da CUT.”

“Nenhuma revolução socialista se fez até hoje sem genocídio, que chegou, no caso chinês, à extinção de dez por cento da população local.”

“Cuba apresentava em 2001 uma taxa de um espião do governo para cada 28 habitantes.”

“Um público que está contaminado de doutrinação marxista até a medula não tem, por isso mesmo, a menor ideia de que está sendo doutrinado.”

[Olavo cita Eric Voegelin:] “Intelectuais iluminados não são curiosidades inofensivas. São maníacos perigosos.”

[Já em 2002 Olavo dizia:] “Aí aqueles que vetam e boicotam a difusão de ideias que os desagradam não sentem estar praticando censura: acham-se primores de tolerância democrática.”

“De acordo com Gramsci, para a imposição de qualquer ideia primeiro os adeptos da ideia “ocupam os espaços”, apropriando-se de todos os meios de divulgação; depois conversam entre si e dizem que as conclusões da conversa expressam o consenso universal.”

“Não é que o gramscismo seja pacifista. Apenas, ele não admite violência antes do momento certo. (...) Ele é como a aranha que anestesia a vítima antes de matá-la.”

“Gramsci ensinou a seus companheiros que a mentira e o fingimento não eram apenas um instrumento tático, por obrigatório e consagrado que fosse, mas sim a própria natureza íntima, a essência e a chave do processo revolucionário como um todo.”


ROGER SCRUTON[8] – (1944/2020)

“Os comunistas têm a convicção de que é possível modificar a realidade modificando as palavras.”

“O desejo por uma ordem moral objetiva é uma exibição de má-fé e uma perda da liberdade sem a qual nenhum tipo de moralidade seria concebível.”

“Como em todas as ideologias, a principal tarefa é persuadir as ordens mais baixas a aceitá-la.”

[Os intelectuais ungidos fazem uma] “distinção entre ciência e ideologia: meu pensamento é ciência, o seu é ideologia; meu pensamento é marxista (...) o seu é “idealista”; meu pensamento é proletário, o seu é burguês (...)”.

“Gramsci [achava que] da união entre intelectuais comunistas e as massas (...) emergirá uma nova forma de governo por consenso.[??????] Para o realista que pergunta como, nessa sociedade do futuro, os conflitos serão acomodados ou resolvidos, Gramsci não tem resposta.”

[Outra pergunta que Gramsci não responde é:] ”Por que é melhor que as massas sejam dominadas por uma elite intelectual que por uma hegemonia de honestos burgueses?”

“Gramsci esperava substituir a cultura burguesa por uma nova e objetiva hegemonia cultural.” [Mas como pode haver “hegemonia cultural” a partir da heterogeneidade dos seres humanos?]

“A ideologia, na análise marxista clássica, (...) é o sistema de ilusões por meio do qual o poder adquire legitimidade.”

“A hipótese comunista não pode ser testada e refutada. [Pois] é uma declaração de fé no incognoscível, no inominável, na errância do nada”.

“A ideologia é um conjunto de doutrinas, na maior parte de assombrosa imbecilidade, criadas para fechar as avenidas da investigação intelectual. (...) A ideia de “ditadura do proletariado” não pretendia descrever uma realidade; pretendia pôr fim às indagações, de modo que a realidade não pudesse ser percebida.


[1] Wikipédia: No sentido vulgar, tragédia, desgraça e drama são sinônimos.

[2] Wikipédia: O Estado de Exceção é uma situação de restrição de direitos e concentração de poderes que, durante sua vigência aproxima um Estado democrático de um Estado autoritário.

[3] Codinome de José Dirceu quando integrante da UNE.

[4] Em 2012 Olavo de Carvalho chamou a atenção para o fato de que “nenhum momento poderia se apossar do Estado se primeiro não se tornasse mais poderoso que ele”.

[5] Livro “A Nova Era e a Revolução Cultural”. de Roger Scruton.

[6] Livro “Tolos, Fraudes e Militantes”.

[7] Como complemento/aprofundamento da compreensão sobre o gramscismo, acesse o “extrato” que fiz de minha leitura de “A Nova Era e a Revolução Cultura”, ou ler o próprio livro, obviamente.

[8] Como complemento/aprofundamento da compreensão sobre o gramscismo, acesse o “extrato” que fiz de minha leitura de “Tolos, Fraudes e Militantes”, ou ler o próprio livro, obviamente.

NOTA: Para mais ideias da maioria dos autores citados, visite paulovogel.blog.br e acesse a aba "Extratos".



quarta-feira, agosto 11, 2021

ELES. E NÓS?

A expressão “nós e eles”, que pouco diz sobre quem são ELES e quem somos NÓS, é de uso frequente pelos adeptos do socinismo.  Esta postagem é minha contribuição para identificá-los e nos identificarmos. 

ELES[1],todos os dias, se dedicam nas redes sociais a manifestar intolerância, ódio, agredir, ameaçar, GRITAR chavões impositivos, para depois, gravar um print da tela e enviar para a patotinha de mesma índole com a mensagem: “vejam como sou lacrador!”. Não tendo recursos intelectuais melhores, ELES vão continuar a fazer isto. 

ELES, os estimulados a pão com mortadela, integram passeatas que “democraticamente” depredam patrimônio público e privado em autênticos protestos “antifascistas”. ELES vão continuar depredando. 

ELES, quando intelectuais do duplipensar, estimulam desavisados a proclamar um igualitarismo relativo, que, de um lado defende o “presidenta”, enquanto de outro, propaga a novilíngua do “todes”, ou “todis”, e outras propostas do mesmo gênero. Gênero? Em quantos mesmo eles se dividem? ELES vão continuar a dar novos significados (invertidos) a termos consagrados como estímulo ao duplipensar dos fracos e desavisados.

ELES controlam empresas jornalísticas caminhando em direção à falência anunciada pela perda de receitas para as plataformas de mídias digitais. E com tal processo acelerado pelo corte drástico das verbas públicas realizado por Bolsonaro, só lhes restou integrarem o exército dos perdedores que PRECISAM atacar o Presidente para ter a chance de voltar a mamar nas tetas de um governo corrupto e aliciador de “maiores abandonados”. ELES vão permanecer no ataque, pois estão desesperados e dependem de tirar Bolsonaro da corrida eleitoral.

ELES, os detentores de grandes fortunas oriundas de empresas que se fizeram gigantes devidamente protegidas em monopólios e cartéis garantidos pela política do Estado de Bem-Estar Empresarial. A maioria dos que agora as conduzem, ou são seus herdeiros, ou são profissionais do mercado. Tanto uns quanto outros, estão interessados em suas próprias vidas e ganhos presentes e, com suas condições privilegiadas devidamente ameaçadas pela perspectiva de vir a vigorar um regime de fato de livre mercado, sentem que têm que agir clandestinamente, pois não podem mostrar a verdadeira cara. Por isso, $ubsidiam políticos que estejam dispostos a solapar qualquer iniciativa neste sentido, na certeza de que não estarão mais por aqui quando seus adulados socinistas de hoje tirarem a máscara e mostrarem suas faces de tiranos. ELES, herdeiros, em sentido amplo, de conglomerados não construídos por ELES, dependem de que tudo volte a como sempre e, portanto, uns vão continuar a manifestar apoio a inviáveis “terceiras vias”, enquanto outros, mais realistas e pragmáticos, vão direto ao ponto: “Freedom for the Ninefingers”.

ELES, os metacapitalistas e os centralizadores do poder sobre as tecnologias de informação, estão ditando os rumos de nossa civilização. Os primeiros, detentores de recursos praticamente infinitos, financiam todo e qualquer indivíduo ou organização que tenha intenção e projeto para desconstruir tudo, não importa o que seja. Os segundos, detentores supremos sobre a os recursos de distribuição e circulação de informação, praticam a mais descarada censura a nossos mais básicos direitos de manifestação. E sem que nenhum governo até hoje tenha tomado qualquer medida para conte-los[2], ELES continuarão a fazer o que estão fazendo, pois assim continuarão a obter os mesmos resultados, quais sejam, os de contribuir para uma NOVA ORDEM SOCIAL, momento futuro em que imaginam submeter a humanidade a seus desejos, hoje, inconfessos.  

ELES, quando jornalistas submissos em defesa de seus empregos bem remunerado$, alguns poucos vivendo um sentimento hipócrita de culpa, a maioria sendo hipócritas convictos, desancam qualquer coisa que venha do governo eleito por quase 58 milhões de eleitores e divulgam narrativas a partir de “distorções” de fatos em total desacordo com o real. O ápice no uso desta “técnica” foi praticado pelo “jornalista” Vinicius Torres Freire em uma de suas colunas na Folha: “Economia dá mais sinais de despiora”. ELES vão continuar a deturpar os fatos em atendimento aos desígnios de seus chefes de redação porque não têm para onde ir, pois a maioria dos veículos tradicionais está na mesma vibe.

ELES são os nossos “Supremos Tiranos da Farsa”[3] que dão trela a todas as demandas de judicialização impetradas por quaisquer dos partidos de esquerda, todas, sem exceção, visando a derrubada do governo. Não bastando, ignoram a Constituição (a Carta Magna que juraram defender) agindo arbitrariamente contra o Executivo e o Legislativo, sempre que algo não lhes agrada. Ameaçam, prendem[4] sem processo, soltam bandidos e corruptos condenados[5], julgam o que não podem julgar, anulam sentenças com respaldo em dribles jurídicos, sendo que a maioria destes atos são  intencionais e efetivas “ameaças à democracia”, mas sob a justificativa deslavada e hipócrita de estarem combatendo “ameaças à democracia”! Enfim, são aqueles que fazem uma justiça que pode muito bem ser expressa pelo lema “aos amigos tudo, aos inimigos a lei”. A lei deles. ELES vão continuar a fazer o que estão fazendo, ou ainda pior, pois se sentem ameaçados com a possibilidade de seus comparsas não voltarem ao poder para re-estabelecer as “condições ideais” para o exercício do phoder. Ou, talvez, quem sabe, ELES estejam só realizando uma tarefa de transição, para no futuro delegarem a governança a quem lhes nomeou “supremos”?

ELES, no exercício de mandatos políticos, praticam a nobre arte de tudo fazer para se manter no phoder. Neste agosto/21, não importando em que ponto do espectro do pensamento político se identifiquem, todos estão empenhados em deixar buracos abertos no queijo suíço do processo eletrônico de apuração de votos, de tal modo que ninguém possa auditar os resultados obtidos de nossas urnas eletrônicas versão 1.0. E isto mesmo após o MMB (Magnânimo Ministro Barroso) ter admitido que um hacker “penetrou o sistema por 8 meses”, mas sem gerar nenhum feto, digo fato, que tenha causado preocupação ou alteração comprovada de votos [6]. ELES, tanto os que não têm outro emprego, quanto para os que o emprego é apenas uma atividade paralela para manter a proximidade vantajosa com o phoder, vão continuar agindo em prol da busca por uma reeleição em 22, 26, 30...

ELES, que integram órgãos da hierarquia do Estado na confortável e estável condição de servidores públicos - do TSE, por exemplo, considerando o caso da invasão do sistema de apuração -, em especial aqueles de caráter duvidoso que se deixam usar para perpetrar atos ignóbeis como o de “deletar” os registros, sumindo com rastro que permitiria, além de provar a invasão no sistema de apuração, verificar as consequências de tal ação[7]. São hipócritas que fingem não entender que o salário e benesses que recebem são oriundos dos acachapantes impostos que nós, contribuintes privados, pagamos e, portanto, tal como Atlas, através de nossas realizações, os sustentamos sobre nossos  ombros. ELES, pelo fato de protegidos por um regime de estabilidade – desde que não pisem no jiló – vão continuar prestando serviços a quem eles devem gratidão. Ou seria servidão?

ELES, os políticos perdedores das últimas eleições, longe do phoder que proporciona oportunidades de auferir vantagens indevidas e de receber verba$ mensais de gabinete imorais, mas devidas, tendo os saldos das contas bancárias “off shore” reduzidos dia-a-dia, e não tendo nada para fazer, proclamam “impeachment já” a cada chance de se manifestar em qualquer que seja o meio. Como tática adicional, ELES são contra toda e qualquer ação ou proposição que venha do governo, não importando quem esteja no poder, pois, enquanto ELES não “tomarem” o phoder, como anunciou Daniel, não descansarão – até em respeito à fama de brasileiro que não desiste nunca.

ELES, os liberais de oportunidade como Doria, psol kids (MBL), Amoêdo e os filiados do ex-NOVO que ainda não caíram fora da farsa, e os que, como diagnostica o Constantino, tucanaram para logo-logo cair no colo do partido das trevas, são porta-bandeiras do “Genocida”, “Fascista”, “Nazista” e outros rótulos pelo rótulo, onde razões factuais não são necessárias. ELES são também os que se concentram no lado rude, tosco, desbocado de Bolsonaro para justificar “o arrependimento” do voto em 2018. São pobres de espírito, é o que tenho de mais educado para lhes atribuir. Fingem não enxergar o que o governo está fazendo pelo país, apesar da grave pandemia, e ignoram toda a “despiora” da infra-estrutura, dos positivíssimos saldos na balança comercial, da redução persistente do desemprego e da redução do tamanho da máquina pública etc.  

ELES são todos os jovens doutrinados pelo marxismo em nossas escolas e universidades nos últimos 30 anos que sonham com um paraíso na Terra sem estudar um mínimo de história para descobrir que estão sendo usados como massa de manobra para uma elite política e intelectual que, depois de assumir o poder, irão despachá-los para campos de concentração, ou para o desterro em alguma região distante, ou simplesmente para o paredão, como Castro, Mao, Lenin e outros fizeram. Um ditado espanhol sentencia: “Asno de muchos lobos termina comido”.

A lista não termina aqui. ELES são muitos como se pode ver, mas basicamente, além dos socinistas praticantes ou iludidos, são todos os atingidos no bolso pelas decisões e ações do Presidente. Não se iluda, todos vão continuar agindo como vêm agindo, não importando que mal causem ao país, sabe por quê, meu caro leitor? Para todos ELES lembrados acima, é uma questão de phoder, ou de muito dinheiro, ou de phoder e muito dinheiro.

E NÓS, quem somos? Somos os inocentes tolerantes[8] liberais, conservadores ou não, praticantes de uma democracia de fato, tão verdadeiramente quanto é prova o silêncio da “direita” desde a constituinte de 1988. Nosso silêncio, nossa tolerância, permitiram que chegassem onde chegaram pois fruto de nosso respeito ao resultado das urnas, mesmo que tenham sido fraudados, como hoje desconfiamos. NÓS, portanto, fomos verdadeiramente democratas ao aceitar que os socinistas ocupassem e exercessem o phoder sem serem incomodados. Até que a corrupção desavergonhada, o roubo descarado dos impostos dos contribuintes, viesse à tona. Hoje NÓS somos o último baluarte, a última trincheira, os últimos defensores da fronteira entre a definitiva implantação do arbítrio por um Estado totalitário e a defesa do livre-arbítrio, da liberdade de expressão, do livre mercado, valores a serem garantidos por um Estado liberal e conservador. Se não somos culpados, no sentido de que LHES abrimos o caminho ao termos respeitado um princípio básico da democracia, somos responsáveis por não termos exercido o direito de mostrar nossa oposição quando isso foi preciso, quando se percebeu a imoral tentativa de desconstrução da cultura ocidental, da família, da integridade psicológica de nossos filhos, através da imposição de uma filosofia que ignora a diversidade humana em prol da criação de um ser humano de laboratório, produzido nos tubos de ensaio de uma intelligentzia composta de psicopatas.

E NÓS, o que faremos? Em primeiro lugar me permita dizer o que não podemos fazer. Não podemos acreditar que há uma “terceira via”, pois não há. Só existe uma pessoa capaz de aglutinar as ideias à direita do espectro do pensamento político. E este é Bolsonaro. E votar em 2022 em qualquer outro é reduzir as chances das ideias liberais e conservadoras permanecerem no poder. E isto vale para todos os demais cargos eletivos. Todos, repito, todos os demais postulantes atuais ou vindouros pertencem à esquerda deste mesmo espectro. Ou você está com Bolsonaro, ou é a favor da implantação dos ideias gramscistas que pautam a esquerda brasileira em particular. E se você não sabe quais são, você precisa se inteirar um mínimo sobre elas (no final relaciono alguns autores e obras). Você pode até achar bonitinhas algumas delas, mas não creio que você vá querer deixá-las no todo como legado a seus netos. Para tanto, você precisa entender a realidade na qual estamos inseridos, se livrar da armadilha do discurso sobre a tosquicidade de Bolsonaro, você precisa, urgentemente, se informar para rever suas posições, pois nossos descendente, muito mais que NÓS, dependem do que NÓS faremos quando formos instados a deixar nosso voto na urna.

O problema fundamental da esquerda brasileira hoje é que se Bolsonaro vencer em 22, a perspectiva é que ele eleja o seu sucessor por mais 8 anos. Isso significaria a direita no poder por mais 12 anos, realidade que acabaria com o projeto do “PTdoG”[9] de “tomada” de poder.

Enquanto bobocas ficam acreditando e proclamando que Bolsonaro é fascista, que ele vai dar o golpe, fingem que não viram que o golpe já foi dado[10], a ruptura institucional já aconteceu. Hoje, agosto de 2018, estamos vivendo sob um regime de exceção implantado e exercido por ministros do STF.

Não podemos simplesmente contar que as redes sociais serão suficientes para segurar o tranco. A manifestação nas redes sociais é necessária, mas não suficiente. É preciso ir para as ruas em todas as oportunidades que surgirem, mesmo depois da derrota pelo voto impresso. Como disse o jornalista Oswaldo Eustáquio, preso sem acusação, torturado na prisão da Papuda[11]: “o conteúdo é maior que o meio”. É preciso fazer perguntas incômodas para os que estão do outro lado, pois eles não têm resposta, apenas narrativas sem conteúdo, sem base.

Estamos em uma guerra de guerrilha[12] onde as armas do exército inimigo são as narrativas para acusar de fake news toda fala liberal, dado que tal expressão significa “não gostei do que você falou/escreveu e vou cancelá-lo, pois não quero que ninguém mais a leia/ouça”. O juiz da Suprema Corte dos Estados Unidos, Antonin Scalia (já falecido), disse: “Eu não quero viver em um país governado por 9 juízes vitalícios”. E você, quer viver em um país governado por 11 juízes vitalícios e “iluminados”?

Mas se eu ficasse por aqui daria a impressão de que podemos ir levando em banho-maria até outubro de 2022. Não, a coisa é muito mais grave. Quando uma CPI sem razão e noção decreta a quebra de sigilo de pessoas e empresas que fazem ou dizem algo que os senadores não gostam, ou nem isso, apenas quando são entidades que proclamam ideias e ideais liberais-conservadores, quando meios de comunicação analógicos ou digitais assumem funções dignas de uma KGB, de uma DIP, de um órgão qualquer de repressão de um Estado totalitário, a dimensão do que está acontecendo no phoder está a léguas de distância do que se poderia chamar de normalidade institucional. Não, meu caro, NÓS já estamos vivendo sob um regime de exceção onde o phoder foi “tomado” pelo poder judiciário, capitaneado por todos os ministros do STF, tanto os ativistas quanto os que se calam (por “timidez” ou sprit de corp). O “golpe” já foi dado em termos intencionais. De máscara COVID e sob ordens  de “CALA A BÔCA” - que havia morrido, como nos contou Carmem Lúcia, mas parece ter ressuscitado das cinzas dos "anos de chumbo" - proferidas a cada por por mais fontes autoritárias, o que nos faz imaginar (e temer) que só falta “executar” os inimigos. NÓS. EU. VOCÊ.

Boas reflexões!

 

SUGESTÕES DE LEITURA

De Olavo de Carvalho

- A Nova Era e a Revolução Cultural

- O Mínimo que você Precisa Saber para não Ser um Idiota

Rodrigo Constantino

- Os Pensadores da Liberdade

- Esquerda Caviar

Thomas Sowell

- Os Intelectuais e a Sociedade

 - Conflito de Visões

Friedrich Hayek

- O Caminho da Servidão

Michel de Montaigne

- Ensaios

Para acessar extratos destes e outros livros, visite paulovogel.blog.br e clique na aba EXTRATOS.


[1] A proposta dos socinistas (um termo que proponho para agrupar os que estão juntos, socialistas e comunistas) parte da divisão entre “nós”, e “eles”, sendo “eles” todos os não-socinistas.

[2] Quando encerrava este texto, tive a notícia de que o Presidente está prestes a enviar um projeto ao legtislativo que tem a intenção de, no mínimo, regular a atuação censora das plataformas. Aguardemos.

[3] Não bastando ter descumprido a Constituição que proíbe explicitamente juizes atuarem politicamente como Barroso o fez reunindo-se na madrugada com dirigentes partidários, ele confessou qual é seu principal objetivo, veja este vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Ua0h7YTAzzY

[4] Fiz uma edição da entrevista do jornalista Oswaldo Eustáquio ao Pânico, com 7:44" de duração, sobre sua prisão decretada por Alexandre de Moraes. Assista aqui:

http://www.sendme.com.br/PanicoEustaquio.mp4

[5] Acesse aqui uma relação de quem o STF prendeu, soltou ou engavetou processos: https://www.jornalpassaporte.com.br/2021/04/confiram-relacao-de-produtividade.html

[6] Na noite do dia 10/8/21, a Câmara enterrou a PEC das urnas para o voto impresso que permitiriam uma auditoria se questionamentos de resultados viessem a surgir.

[7] Feliz coincidência, estou editando o extrato de “A Nova Era e Revolução Cultural”, de Olavo de Carvalho, e cheguei em um artigo publicado em outubro de 2000, onde ele “avisou”: “A Justiça Eleitoral existe, como o próprio nome o diz, para que as eleições sejam justas. Mas ela se compõe de funcionários públicos e (...) essa classe vem se tornando cada vez mais suspeita de estar interessada em tudo, menos em eleições justas”.

[8] É de Dostoievski a percepção de que: “A tolerância chegará a tal ponto que pessoas inteligentes serão proibidas de fazer qualquer reflexão para não ofender os imbecis.”

[9] Para saber o significado da sigla PTdoG, acesse https://ferinodemais.blogspot.com/2021/07/roger-scruton-e-o-ptdog-19442020.html

[10] Fingem porque o golpe atual foi dado por uma instituição “parceira”, o STF, e o golpe que ELES acusarão será a reação que obrigatoriamente haverá do atual governo, esta é a estratégia.

[11] Ver vídeo por mim editado, com 7:44”, da entrevista que ele deu ao Pânico, da Jovem Pan, contando como foi recebido no presídio em: http://www.sendme.com.br/PanicoEustaquio.mp4.

[12] Para saber mais sobre as táticas de guerrilha, assista ao programa Direto ao Ponto, de Augusto Nunes, do dia 9/8/21: https://www.youtube.com/watch?v=Ua0h7YTAzzY