A maioria de nós já fez uma obra, ou acompanhou, ou ouviu a história contada por quem a realizou. Esta maioria aprendeu que o custo final é sempre maior que o valor orçado. Da inflação a itens não previstos, passando por adições ao projeto ao longo da execução, o custo vai crescendo. Mas há um limite imposto pela capacidade de pagamento de cada um. Não conheço caso em que o custo final tenha ficado acima do dobro do orçado, por mais incompetentes planejadores que tenhamos sido. Se há caso em que passou, a obra não terminou sem que o idealizador tenha falido.
Isto posto, como devemos qualificar a competência de técnicos de uma secretaria de uma prefeitura de uma grande capital brasileira, conhecida mundialmente, que orçam uma obra em R$ 60 milhões e ao final os contribuintes têm que engolir um custo final de R$ 600 milhões? Atenção: 10 vezes mais!
A Cidade da Música está "quase" pronta. Ficarão 80 milhões para o próximo alcaide, mais do que o orçamento inicial! Onde está o Ministério Público para saber onde está o ladrão desta caixa por onde escoou R$ 540 milhões de reais? Onde está a indignação dos cidadãos que até hoje não foram à rua exigir explicação? Que providências administrativas foram tomadas para avaliação da capacidade técnica dos responsáveis pelo orçamento? Fica tudo por isso mesmo? Daqui a pouco todo mundo esquece? E ele acaba voltando em 2012? Perdoem-me citar o mesmo personagem dois dias seguidos.
Esmiuçar a notícia, ler as entrelinhas, iluminar o obscuro. Revelar as intenções da mídia, de políticos e de outros de vida pública, para iludir incautos em proveito próprio. Expor a hipocrisia que nos cerca e envolve, nos cega e conduz, e nos ajuda a tocar a vida de um jeito "me engana que eu gosto".
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